שמע ישראל י-ה-ו-ה אלקינו י-ה-ו-ה אחד
Shemá Yisrael Adonai Elohêinu Adonai Echad

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Yom Kippur - Dia do Perdão

Para os crentes em Yeshua, ambos seja judeus e não-judeus, a observância do Yom Kippur (Dia do Perdão) pode conter um significado especial. O arrependimento começa em Rosh Hashaná (Ano Novo Judaico) e chega em um ponto culminante com o dia da expiação dez dias depois. Assim como na comunidade judaica tradicional, os 10 dias (Yomim Nora'im) tem um significado espiritual elevado, que serve para que possamos meditar sobre o nosso proceder diante de D-us e como isso pode afetar a sociedade, trazendo a ela juízo ou justiça por meio de nossas ações coletivas.

Liturgicamente mesmo que não haja muitos costumes diretamente relacionados com os dez dias, a ênfase poderia ser aplicada a meditação diária de um crente na época. Leituras tradicionais a partir do livro de Jonas, Oséias 14 e outras passagens pertinentes pode melhorar a própria valorização do memorial deste apontamento de D-us.

Na véspera do Yom Kippur no final da tarde do dia 9 de Tishrei, são tomadas medidas especiais para inaugurar o dia mais sagrado do ano. Uma vez que é chamado de dia de descanso (Shabat), os costumes gerais relativos ao Shabat semanal já estão todos ordenados.

O Yom Kippur será um dia de jejum para a maioria, então a refeição da véspera no fim de tarde torna-se mais vital. A mesa já está adornada com o melhor linho branco e a com cutelaria de prata. Durante todo o Dia Sagrado, branco tem um significado especial, pois simboliza a nossa esperança pela a pureza de nossas transgressões e perdão de nosso pecados. O vinho é abençoado com a benção kidush, a chalá da forma especifica. Um suntuoso jantar é servido em seguida, que pode incluir pratos doces para representar o ano novo doce do perdão. À medida que o sol se põe naquela noite, o jejum começa.
Alguns crentes questionam-se sobre o jejuar, uma vez que eles já estão perdoados pelo Sacrifício do Mashiach. Verdade, os crentes não jejuam para obter o perdão, mas há alguns benefícios do jejum, no entanto. Yeshua falou das bênçãos de um jejum e poder espiritual que ele proporciona a ponto de certas castas de demônios só serem expulsas por meio de jejum e oração.

Embora a questão da salvação já está resolvida pela fé em Yeshua, os crentes ainda estão em constante necessidade de retornar a uma caminhada pura com o Pai. Temos pecados a confessar e para nos arrependermos (I João 1:7-9). O jejum pode sensibilizar os nossos espíritos ao coração de Deus.
Muitos judeus e gentios messiânicos jejuam no Yom Kippur por outros motivos também. Como é o primeiro dia do ano em que os judeus religiosos de todo o mundo são movidos para as sinagogas para estarem orando, os crentes também poderiam se utilizar deste dia especial para juntos num mesma língua orar pela salvação de Israel (Romanos 10:1).

A noite de Yom Kipur é um momento maravilhoso para um culto messiânico. Para aqueles que vivem perto de uma congregação messiânica judaica, assistir a um serviço de Yom Kippur formal pode ser um destaque espiritual. A música, a liturgia e a mensagem tudo celebrando o verdadeiro significado do dia: expiação em Yeshua o Messias!


Se você não puder comparecer, por que não planejar o seu próprio serviço para a sua família e amigos. Você tem o maior livro didático para o planejamento de tal celebração: a sua própria Bíblia. Escolher algumas canções e Escrituras que acentuam o tema do perdão em Yeshua. Combinado com o jejum e oração, qualquer grupo tem o potencial para um inspirador serviço do Yom Kippur.

No dia seguinte, o estômago está testificando que esta é um momento sério de buscar a Deus. Para aqueles que querem a experiência completa judaica, continua-se o jejum, mesmo sem água, até o anoitecer. O dia de Yom Kippur é uma outra oportunidade para o culto com uma comunidade de crentes. O tema é o mesmo: arrependimento e regozijo no plano de perdão de D-us .

A tarde pode ser aproveitar em casa descansando e meditando sobre a importância do dia. Nossa congregação messiânica tem uma tradição de reunir-se para a hora final do dia; Isto tem provado ser um momento rico de oração e adoração corporativa como lemos a partir de um sidur messiânico (livro de orações), as Escrituras, e cantar músicas de louvor ao nosso redentor. À medida que o sol se põe para fechar o Yom Kippur, bendizemos o vinho e a chalá, assim as primeiras coisas que gosto após o jejum são doces. Então nós temos um jantar leve ou apenas sopa encerra a celebração deste dia santo.

Bendito seja o Senhor D-us, que garantiu a nossa salvação em Yeshua o Messias! Isso é o Yom Kippur que é relativo ao arrependimento que o Espírito Santo nos convence que temos que ter para que a partir de nossa confissão de erros, possamos lançar mão do sacrifício expiador que Yeshua plenificou em sua carne.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Parashat Ki Tetse "כי תצא" – (Quando Saires)

Parasha Ki Tetsê: Devarim 21:10 à 25:19 (clique para ler)

Haftará: Yeshayahu 54:1-10 (clique para ler)

 
 
Resumo da porção semanal Ki Tetsê:
 
Ki Tetsê é a 49ª porção da Torah, e a 6ª de Davarim contém 74 mandamentos, nela, são abordados os mais diferentes assuntos. Desde leis referentes à guerra como sitios, cativos, despojos até considerações sobre o aferimento de uma balança, leis referentes à herança e primogenitura, sobre rebeldia dos filhos, sobre misturas de materiais ‘shatnez’, difamação de uma mulher casada, a proibição de diversos tipos de casamento, a responsabilidade da fidelidade no pagamento aos empregados, assim como a consideração pelos órfãos e as viúvas, os desfavorecidos.
 
Haftará Ki Tetsê é a quinta das setes Haftarot de Consolo. Nela o profeta promete qu os judeus da Babilônia serão redimidos por D-us e que Ele não os esquecerá. Ele os abandonou temporariamente e os salvará se decidirem observar Suas Leis (muitas relatadas nesta parasha), D-us revela que , assim como prometeu não mais destruir a humanidade após o dilúvio, Ele jamais destruirá Israel.
 
A prisioneira formosa - “Ieshêt Yefat Toar”
 
Considere Devarim 21:10-14, “Quando saíres à guerra contra os teus inimigos, e o Senhor teu D-us os entregar nas tuas mãos, e os levares cativos, se vires entre as cativas uma mulher formosa à vista e, afeiçoando-te a ela, quiseres tomá-la por mulher, então a trarás para a tua casa; e ela, tendo rapado a cabeça, cortado as unhas, e despido as vestes do seu cativeiro, ficará na tua casa, e chorará a seu pai e a sua mãe um mês inteiro; depois disso estarás com ela, e serás seu marido e ela será tua mulher. E, se te enfadares dela, deixá-la-ás ir à sua vontade; mas de modo nenhum a venderás por dinheiro, nem a tratarás como escrava, porque a humilhaste.”
 
Cativas
No período da antiguidade em que as terras não tinham donos e os Estados soberanos estavam em seu principio, era comum as disputas ferrenhas por território, nas quais os dominados ou eram totalmente aniquilados ou se tornavam cativos para posterior servidão mas normalmente quem restava em vida eram mulheres e crianças que cativas se tornavam juntamente com os despojos de guerra propriedade dos vitoriosos. Vemos a ocorrência destes procedimentos ao consultarmos a literatura clássica grega, observamos também a semelhança da legislação contida nesta porção da Torah com as leis escritas no código de Hamurabi, e o código de Mari documentos que regulamentavam a vida nas terras próximas naquela época.
Mas existe uma diferença marcante pois a Torah dava às mulheres prisioneiras o status de seres humanos e não de uma propriedade de guerra.
Em análise ao contexto desta passagem vemos que estando um soldado israelita por muito tempo longe de sua casa, sendo ele casado ou não, ele poderia estar no limite de suas forças em resistir à inclinação ao mal, e satisfazer seus instintos naturais, então a Torah o protege de se precipitar em uma relação apenas passageira, pois ele vendo uma cativa de beleza e formosura que influenciada pelos antigos conselhos ardilosos de Bilam (Bamidbar 25:1-4; 31:16) de seduzir os soldados por meio de belas roupas e penteados, poderia ele ser tentado a prevaricar com a tal cativa nem que para isso ele tivesse que precipitadamente a tomar em casamento, e no intuito de colocar empecilhos a um ato desencadeado por desejos passageiros a Torah cria um roteiro para que o soldado que temente a D-us e obediente as Suas Leis não fosse traído por seus impulsos e se conscientizasse de seus atos precipitados.
Sendo assim o soldado temente, que se encantou com a beleza de uma cativa de guerra e quisesse toma-la por esposa, seguiria as seguinte orientações:

 
* Deveria levá-la para sua casa por um período de um mês lunar de 30 dias.
 
* Raspar cabelo (cortar bem curto).
 
* Cortar suas unhas.
 
* Desfazer de suas roupas as quais ela usava quando foi capturada que se seguindo o conselho de Bilam eram suntuosas e provocantes.
 
* Deixá-la ficar de luto aos prantos pela sua família por 30 dias.
 
 
O que significa isso? O que está acontecendo aqui?
 
Embora não seja consenso acadêmico, mas é quase que patente que pela mudança do cabelo, pelo corte das unhas e da mudança do vestuário dela pelo vestuário das israelitas, isto significa um processo de mudança da sua identidade de uma estrangeira para uma Israelita .
Cada cultura tinha seus cortes de cabelo exclusivos, estilos de vestuário e a decoração das unhas. Ao acabarem com essas coisas, seus laços com sua velha vida são cortadas simbolicamente. Isto também se estende ao luto pela mãe e pai dela. Não necessariamente que os pais dela estivessem mortos por causa da guerra, embora isso acontecesse com alguma regularidade na guerra. Isto era desta forma para que desse a ela uma oportunidade para “esquecer” de sua família. Assim ela seria capaz de recomeçar deixando todo um passado familiar para trás, teoricamente sua cultura pagã idolatra e etc.
Percebemos a essência deste desligamento com o passado, na passagem do Evangelho de Marcos 10:29-30 “Respondeu Yeshua: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho que não receba, já neste mundo, cem vezes mais de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo vindouro, a Vida Eterna”.
Em síntese podemos ver que a Torah nos dá através desta lei sobre ‘a mulher prisioneira’ a essência de “um enxertado na Oliveira” que deve deixar para traz sua cultura familiar (religião familiar, crendices e etc.) em favor da cultura e mandamentos do Reino de D-us que se encontram nas Palavras de Yeshua que dá completude á Torah. É isto que significa deixar pai e mãe e família e etc. Isto é que é ser Hebreu, aquele que sai de um ponto ao outro, está sempre se elevando.
Devarim 21:13: "e ficará de luto um mês pela morte do pai e da mãe. Depois você pode casar com ela."
Este versículo é claro que só após este período de espera de um mês o homem poderia se casar com esta ‘mulher prisioneira’. Se a mulher estiver triste e resistente à sua nova realidade, o casamento não acontecerá.
Daí o verso 14 afirma que, se o homem mudar de idéia antes do final dos 30 dias e decidir que não quer esta estrangeira para ser sua esposa, ela deve ir embora livre. Não como uma escrava, mas como uma pessoa livre. Ele não pode mudar de idéia e depois vende-lá ou fazer dela sua escrava. Isto demonstra a grande estima e decência pelas mulheres, mesmo prisioneiras, expressa na Torah.
É claro na sociedade Ocidental moderna mesmo isto não é uma boa perspectiva para uma mulher. Mas temos que compreender, nesta época cada sociedade era totalmente dominada pelos homens, as mulheres não tinham nenhum direito, alias isto só veio acontecer após a revolução sexual dos anos 60, ou seja, milhares de anos depois. O fato que D-us instrui uma lei para hebreus daquela época para dar direitos as mulheres e dar-lhes a visão que elas são tão valiosas quanto os homens, foi uma grande mudança da vida daquela época. Tornou-se uma pedra angular no modo de vida israelita.


A execução

Considere Devarim 21:22-23: "Se um homem tiver cometido um pecado digno de morte, e for morto, e o tiveres pendurado num madeiro o seu cadáver não permanecerá toda a noite no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto aquele que é pendurado é maldito de D-us. Assim não contaminarás a tua terra, que o Senhor teu D-us te dá em herança."
Shaul (apóstolo Paulo) abordando este texto escreveu na sua epístola aos Gálatas 3: 13: “O Messias nos resgatou da maldição da Torah, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;” Yeshua levou a nossa maldição, para que nós em conformidade com 2° Coríntios 5:21: “fôssemos feitos justiça de D-us”.
Os seguidores de Yeshua procuraram uma maneira de remover o corpo dele do madeiro e enterrá-lo mais rapidamente possível para impedir que violasse este mandamento da Torah em Devarim 21:22-23 . Assim na vida e morte, Yeshua cumpriu a Torah.
Também, este texto serviu de base para a halachá Rabínica que um corpo deve ser enterrado no dia da sua morte, a menos que um atraso seja necessário para um adequado sepultamento. Essa prática existe hoje entre as comunidades judaicas.
 
Divórcio e novo casamento
 
Está escrito em Devarim 24:1 “Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, se ela não achar graça aos seus olhos, por haver ele encontrado nela coisa vergonhosa, far-lhe-á uma carta de divórcio (Gét) e lha dará na mão, e a despedirá de sua casa.”
 
O famoso debate sobre esta frase entre a escola rabínica farisaica de Hilel e a escola rabínica farisaica de Shamai revela as polares posições assumidas pelos Sábios antigos. O Rabino Hilel decidiu que o “ervat davar” é regida por utilização de ‘DAVAR’, entende-se, “qualquer coisa”.
A primeira geração dos Tanaim (Sábios Talmúdicos), que exerceu suas atividades no início do reinado de Herodes, é representada por Hilel e Shamai, fundadores de duas escolas que levaram seus nomes (Beit Hilel e Beit Shamai). As duas escolas refletiam a personalidade de seus fundadores. Hilel era uma pessoa amável, simples, próxima às camadas mais modestas, e suas máximas breves refletem sua generosidade, piedade e amor à humanidade. Shamai era extremamente íntegro, mas rígido e irascível.
Por conseguinte, a escola de Hilel ensinava que “ervat davar - ‘qualquer coisa’ que o marido encontrava que desagradasse na esposa poderia constituir motivos para o divórcio. Muitos ensinamentos dos rabinos na época de Yeshua tomaram este ponto de vista de Hilel ao extremo. O historiador da época Flávio Josefo falava que divórcio por qualquer motivo era comum em seu dia (Antiguidades 4.8)
Shamai, no entanto, restringia a “ervat davar” – ‘qualquer coisa’ em questões de infidelidade para motivos pra um divórcio válido ou alguma falta grave. Foi esta situação lamentável nas quais as palavras de ensino de Yeshua devem ser entendidas.
Em Mateus 19:7–9, alguns fariseus foram testar Yeshua para ver sua halachá (lei rabínica) sobre o divórcio e sobre casar novamente. Em relação à halachá dominante na época de Yeshua dizia que um marido poderia se divorciar de sua esposa ou esposas (lembre-se a sociedade da época era poligamica e isto perdurou por séculos ate a idade media) por ‘qualquer motivo’. Ou seja, se ele não gostasse do jeito que ela cozinhava ou se ela tinha envelhecido ou por qualquer motivo.
Isto levou à sociedade na época de Yeshua a crueldade com as mulheres, pois muitas delas não tinham como se sustentar e acabavam mendigando ou na prostituição.
Por este motivo Yeshua enfatiza que somente eles poderiam divorciar de sua esposa por motivos de “πορνείᾳ” pornéia’, termo grego que indica prostituição, traição e é raiz de pornografia exposição de atos indecorosos.
Isto defenderia os direitos das mulheres que não seriam despejadas por qualquer coisa de suas casas. Shaul em uma das suas epístolas da uma opinião que por descrença nos caminhos do D-us único, um dos dois poderia se divorciar. 1°Coríntios 7:15
Mas se o casamento que não foi feito com os dois direcionados plenamente nesta união total de mente corpo e alma, e tal situação de conflito envolva imoralidade e isto esteja causando problemas espirituais que nenhuma oração ou terapia deu jeito, é quase que um dever procurar orientação para que em ultima instância se de o fim do casamento.
 
Muitas leis e mandamentos na Torah têm que ser vistos dentro de um conceito histórico e social, hoje não temos mais escravos nem vamos pegar mulheres como despojos de guerra, mas o que fazemos com alguns mandamentos hoje é aplicar o seu princípio a sua essência em nossas vidas.
 
Amordaçar um boi
 
Devarim 25:4 “Não amarre a boca do boi quando ele estiver debulhando o trigo.”


Aqui segue a proibição de amordaçar um boi quando ele estiver debulhando os grãos. Ao animal foi dada a oportunidade de comer enquanto trabalha, porque é necessário para a sua vida. Este cuidado demonstra a justiça do proprietário do animal: está escrito em Provérbios 12: 10, O justo atenta para a vida dos seus animais, mas o coração dos perversos é cruel.
Tal mandamento se analisado em sua essencia pela regra interpretativa judaica chamada de Kal v’chomer (Pesado e leve) que diz que o que se aplica em um caso menos importante se aplicará certamente em um caso mais importante, nos mostra que o dignidade dada ao boi que pode comer enquanto trabalha tambem se aplica a qualque trabalhador tanto que tal tema é recorrente nas cartas de Shaul Romanos 4.4 “O salário que o trabalhador recebe não é um presente, mas é o pagamento a que ele tem direito por causa do trabalho que fez.” e I Coríntios 9:1-19 “ Não sou eu livre? Não sou apóstolo? Não vi eu a Yeshua nosso Senhor? Não sois vós obra minha no Senhor? Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos para vós o sou; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor.

Esta é a minha defesa para com os que me acusam.

Não temos nós direito de comer e de beber?

Não temos nós direito de levar conosco esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? Ou será que só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar?

Quem jamais vai à guerra à sua própria custa? Quem planta uma vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho?

Porventura digo eu isto como homem? Ou não diz a Torah também o mesmo? Pois na lei de Moshe está escrito: Não amarre a boca do boi quando ele estiver debulhando o trigo. Porventura está D-us somente cuidando dos bois? Ou não o diz certamente por nós? Com efeito, é por amor de nós que está escrito; porque o que lavra deve debulhar com esperança de participar do fruto. Se nós semeamos para vós as coisas espirituais, será muito que de vós colhamos as matérias?

Se outros participam deste direito sobre vós, por que não nós com mais justiça? Mas nós nunca usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho do Mashiach.

Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que servem ao altar, participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.

Mas eu de nenhuma destas coisas tenho usado. Nem escrevo isto para que assim se faça comigo; porque melhor me fora morrer, do que alguém fazer vã esta minha glória.

Pois, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, porque me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!

Se, pois, o faço de vontade própria, tenho recompensa; mas, se não é de vontade própria, estou apenas incumbido de uma mordomia.

Logo, qual é a minha recompensa? É que, pregando o evangelho, eu o faça gratuitamente, para não usar em absoluto do meu direito no evangelho. Pois, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos para ganhar o maior número possível.”
 
Continua
 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Parasha Mishpatim - Êxodo 21:1 - 24:18

Parashat Mishpatim - (Juízos - Sentenças - Penas)
Êxodo 21:1 - 24:18


21:1. Estes são os juízos que porás diante deles:

21:2. Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá livre, de graça.

21:3. Se entrar sozinho, sozinho sairá; se tiver mulher, então com ele sairá sua mulher.

21:4. Se seu senhor lhe houver dado uma mulher e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e os filhos dela serão de seu senhor e ele sairá sozinho.

21:5. Mas se esse servo expressamente disser: Eu amo a meu senhor, a minha mulher e a meus filhos, não quero sair livre;

21:6. então seu senhor o levará perante os juízes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre.

21:7. Se um homem vender sua filha para ser serva, ela não sairá como saem os servos.

21:8. Se ela for má aos olhos de seu senhor para consagrá-la para si, então ele permitirá que seja resgatada; vendê-la a um povo estrangeiro, não o poderá fazer, visto ter usado de injustiça para com ela.

21:9. Mas se a desposar com seu filho, tratá-la-á como se trata as filhas.

21:10. Se lhe tomar outra além dela, não a diminuirá o mantimento, nem o seu vestido, nem o seu direito conjugal.

21:11. E se não lhe cumprir estas três obrigações, ela sairá de graça, sem dar dinheiro.

21:12. Quem ferir a um homem, de modo que este morra, certamente será morto.

21:13. Se, porém, lhe não armar ciladas, mas D-us lhe destinou que o homem seja morto por sua mão, então será designado um lugar, para onde ele fugirá.

21:14. No entanto, se alguém se levantar deliberadamente contra seu próximo para o matar à traição, tirá-lo-ás do meu altar, para que morra.

21:15. Quem ferir a seu pai, ou a sua mãe, certamente será morto.

21:16. Quem seqüestrar algum homem, e o vender, ou mesmo se este for achado na sua mão, certamente será morto.

21:17. Quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, certamente será morto.

21:18. Se dois homens brigarem e um ferir ao outro com pedra ou com o punho, e este não morrer, mas cair de cama,

21:19. se ele tornar a levantar-se e andar na rua por sua própria força, então aquele que o feriu será absolvido; somente lhe pagará o tempo perdido e os gastos com a recuperação.

21:20. Se alguém ferir a seu servo ou a sua serva com uma vara de açoite, e este morrer debaixo da sua mão, certamente será castigado;

21:21. mas se sobreviver um ou dois dias, não será castigado; porque é dinheiro seu.

21:22. Se alguns homens brigarem, e um ferir uma mulher grávida, e for causa de que aborte, não resultando, porém, outro dano, este certamente será multado, conforme o que lhe impuser o marido da mulher, e pagará segundo a determinação dos juízes;

21:23. mas se resultar dano, então darás vida por vida,

21:24. olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé,

21:25. queimadura por queimadura, ferida por ferida, contusão por contusão.

21:26. Se alguém ferir o olho do seu servo ou o olho da sua serva e o cegar, deixá-lo-á ir livre por causa do olho.

21:27. Da mesma sorte se tirar o dente do seu servo ou o dente da sua serva, deixá-lo-á ir livre por causa do dente.

21:28. Se um boi chifrar um homem ou uma mulher e este morrer, certamente será apedrejado o boi e a sua carne não se comerá; mas o dono do boi será absolvido.

21:29. Mas se o boi dantes era chifrador, e o seu dono, tendo sido disso advertido, não o guardou, o boi, matando homem ou mulher, será apedrejado, e também o seu dono será morto.

21:30. Se lhe for imposto resgate, então dará como redenção da sua vida tudo quanto lhe for imposto;

21:31. quer tenha o boi chifrado a um filho, quer a uma filha, segundo este julgamento lhe será feito.

21:32. Se o boi chifrar um servo, ou uma serva, dar-se-á trinta siclos de prata ao seu senhor, e o boi será apedrejado.

21:33. Se alguém descobrir uma cova, ou se alguém cavar uma cova e não a cobrir, e nela cair um boi ou um jumento,

21:34. o dono da cova dará indenização; pagá-la-á em dinheiro ao dono do animal morto, mas este será seu.

21:35. Se o boi de alguém ferir de morte o boi do seu próximo, então eles venderão o boi vivo e repartirão entre si o dinheiro da venda, e o morto também dividirão entre si.

21:36. Ou se for notório que aquele boi dantes era chifrador, e seu dono não o guardou, certamente pagará boi por boi, porém o morto será seu.

21:37. Se alguém furtar um boi (ou uma ovelha), e o matar ou vender, por um boi pagará cinco bois, e por uma ovelha quatro ovelhas.

22:1. Se o ladrão for achado a minar uma casa, e for ferido de modo que morra, o que o feriu não será réu de sangue;

22:2. mas se o sol houver saído sobre o ladrão, o que o feriu será réu de sangue. O ladrão certamente dará indenização; se nada possuir, será então vendido por seu furto.

22:3. Se o furto for achado vivo na sua mão, seja boi, ou jumento, ou ovelha, pagará ele o dobro.

22:4. Se alguém fizer pastar o seu animal num campo ou numa vinha, e se soltar o seu animal e este pastar no campo de outrem, do melhor do seu próprio campo e do melhor da sua própria vinha fará restituição.

22:5. Se alastrar um fogo e pegar nos espinhos, de modo que sejam destruídas as medas de trigo, ou a seara, ou o campo, aquele que acendeu o fogo certamente dará, indenização.

22:6. Se alguém entregar ao seu próximo dinheiro, ou objetos, para guardar, e isso for furtado da casa desse homem, o ladrão, se for achado, pagará o dobro.

22:7. Se o ladrão não for achado, então o dono da casa irá à presença dos juízes para se verificar se não meteu a mão nos bens do seu próximo.

22:8. Em todo caso de transgressão, seja a respeito de boi, ou de jumento, ou de ovelhas, ou de vestidos, ou de qualquer coisa perdida de que alguém disser que é sua, a causa de ambas as partes será levada perante os juízes; aquele a quem os juízes condenarem pagará o dobro ao seu próximo.

22:9. Se alguém entregar a seu próximo para guardar um jumento, ou boi, ou ovelha, ou outro qualquer animal, e este morrer, ou for aleijado, ou arrebatado, ninguém o vendo,

22:10. então haverá o juramento do Senhor entre ambos, para ver se o guardador não meteu a mão nos bens do seu próximo; e o dono aceitará o juramento, e o outro não fará restituição.

22:11. Se, porém, o animal lhe tiver sido furtado, fará restituirão ao seu dono.

22:12. Se tiver sido dilacerado, trá-lo-á em testemunho disso; não dará indenização pelo dilacerado.

22:13. Se alguém pedir emprestado a seu próximo algum animal, e este for danificado ou morrer, não estando presente o seu dono, certamente dará indenização;

22:14. se o dono estiver presente, o outro não dará indenização; se tiver sido alugado, o aluguel responderá por qualquer dano.

22:15. Se alguém seduzir uma virgem que não for desposada, e se deitar com ela, certamente pagará por ela o dote e a terá por mulher.

22:16. Se o pai dela inteiramente recusar dar-lha, pagará ele em dinheiro o que for o dote das virgens (trinta ciclos de prata).

22:17. Não permitirás que viva uma feiticeira.

22:18. Todo aquele que se deitar com animal, certamente será morto.

22:19. Quem sacrificar a deuses, a não ser tão-somente ao Senhor, será morto.

22:20. Ao estrangeiro não maltratarás, nem o oprimirás; pois vós fostes estrangeiros na terra do Egito.

22:21. A nenhuma viúva nem órfão afligireis.

22:22. Se de algum modo os afligirdes, e eles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor;

22:23. e a minha ira se acenderá, e vos matarei à espada; vossas mulheres ficarão viúvas, e vossos filhos órfãos.

22:24. Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te serás para com ele como credor; não lhe imporás juros.

22:25. Ainda que chegues a tomar em penhor o vestido do teu próximo, lho restituirás antes do pôr do sol;

22:26. porque é a única cobertura que tem; é o vestido da sua pele; em que se deitaria ele? Quando pois clamar a mim, eu o ouvirei, porque sou misericordioso.

22:27. Aos juízes não maldirás, nem amaldiçoarás ao governador do teu povo.

22:28. Não tardarás em trazer ofertas da tua ceifa e dos teus lagares. O primogênito de teus filhos me darás.

22:29. Assim farás com os teus bois e com as tuas ovelhas; sete dias ficará a cria com a mãe; ao oitavo dia ma darás.

22:30. Ser-me-eis homens santos; portanto não comereis carne que por feras tenha sido despedaçada no campo; aos cães a lançareis.

23:1. Não levantarás falso boato, e não pactuarás com o ímpio, para seres testemunha injusta.

23:2. Não siga a multidão para condenar alguém, e não te desvies da decisão do grande, mas inclina-te à maioria quando é justa a condenação.

23:3. nem mesmo ao pobre favorecerás na sua demanda.

23:4. Se encontrares desgarrado o boi do teu inimigo, ou o seu jumento, sem falta lho reconduzirás.

23:5. Se vires deitado debaixo da sua carga o jumento daquele que te odeia, não passarás adiante; certamente o ajudarás a levantá-lo.

23:6. Não perverterás o direito do teu pobre na sua demanda.

23:7. Guarda-te de acusares falsamente, e ao inocente e justo não matarás ; porque não Justificarei ao mau.

23:8. Também não aceitarás suborno, porque o suborno cega os que têm vista, e perverte as palavras dos justos.

23:9. Outrossim, não oprimirás o estrangeiro; pois vós conheceis o coração do estrangeiro, porque fostes estrangeiros na terra do Egito.

23:10. Seis anos semearás tua terra, e recolherás os seus frutos;

23:11. mas no sétimo ano a deixarás descansar e ficar em repouso, para que os pobres do teu povo possam comer, e do que estes deixarem comam os animais do campo. Assim farás com a tua vinha e com o teu olival.

23:12. Seis dias farás os teus trabalhos, mas ao sétimo dia descansarás; para que descanse o teu boi e o teu jumento, e para que tome alento o filho da tua serva e o estrangeiro.

23:13. Em tudo o que vos tenho dito, andai apercebidos. Do nome de outros deuses nem fareis menção; nunca se ouça da vossa boca o nome deles.

23:14. Três vezes no ano me celebrarás festa:

23:15. A festa dos pães ázimos guardarás: sete dias comerás pães ázimos como te ordenei, ao tempo apontado no mês da primavera, porque nele saíste do Egito; e ninguém apareça perante mim de mãos vazias;

23:16. também guardarás a festa da colheira, a das primícias do teu trabalho, que houveres semeado no campo; igualmente guardarás a festa da colheita à saída do ano, quando tiveres colhido do campo os frutos do teu trabalho.

23:17. Três vezes no ano todos os teus homens aparecerão diante do Senhor D-us.

23:18. Não oferecerás o sangue do meu sacrifício com pão levedado, nem ficará da noite para a manhã a gordura da minha festa.

23:19. As primícias dos primeiros frutos da tua terra trarás à casa do Senhor teu D-us. Não cozerás o cabrito no leite de sua mãe.

23:20. Eis que eu envio um anjo adiante de ti, para guardar-te pelo caminho, e conduzir-te ao lugar que te tenho preparado.

23:21. Anda apercebido diante dele, e ouve a sua voz; não sejas rebelde contra ele, porque não perdoará a tua rebeldia; pois nele está o meu nome.

23:22. Mas se, na verdade, ouvires a sua voz, e fizeres tudo o que eu disser, então serei inimigo dos teus inimigos, e adversário dos teus adversários.

23:23. Porque o meu anjo irá adiante de ti, e te introduzirá na terra do Emorreu, dos Hiteus, dos Periseus, dos Cananeu, dos Hiveu e dos Jebuseus; e eu os aniquilarei.

23:24. Não te inclinarás diante dos seus deuses, nem os servirás, nem farás conforme as suas obras; Antes os derrubarás totalmente, e quebrarás de todo as suas colunas.

23:25. E servireis ao Eterno, vosso D-us, e Ele abençoará o teu pão e a tua água, e Eu tirarei toda doença de ti.

23:26. Na tua terra não haverá mulher que aborte, nem estéril; o número dos teus dias completarei.

23:27. Enviarei o meu terror adiante de ti, pondo em confusão todo povo em cujas terras entrares, e farei que todos os teus inimigos te voltem as costas.

23:28. Também enviarei na tua frente vespas, que expulsarão de diante de ti os Hiveus, os Cananeus e os Hiteus.

23:29. Não os expulsarei num só ano, para que a terra não se torne em deserto, e as feras do campo não se multipliquem contra ti.

23:30. Pouco a pouco os lançarei de diante de ti, até que te multipliques e possuas a terra por herança.

23:31. E fixarei os teus limites desde o Mar Vermelho até o mar dos filisteus, e desde o deserto até o rio; porque hei de entregar nas tuas mãos os moradores da terra, e tu os expulsarás de diante de ti.

23:32. Não farás pacto algum com eles, nem com os seus deuses.

23:33. Não habitarão na tua terra, para que não te façam pecar contra mim; pois se servires os seus deuses, certamente isso te será um laço.

24:1. Depois disse D-us a Moshe: Subi ao Senhor, tu e Aharon, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel, e adorai de longe.

24:2. Só Moshe se chegará ao Senhor; os, outros não se chegarão; nem o povo subirá com ele.

24:3. Veio, pois, Moshe e relatou ao povo todas as palavras do Senhor e todos os estatutos; então todo o povo respondeu a uma voz: Tudo o que o Senhor tem falado faremos.

24:4. Então Moshe escreveu todas as palavras do Senhor e, tendo-se levantado de manhã cedo, edificou um altar ao pé do monte, e doze colunas, segundo as doze tribos de Israel,

24:5. e enviou certos mancebos dos filhos de Israel, os quais ofereceram holocaustos, e sacrificaram ao Senhor sacrifícios pacíficos, de bois.

24:6. E Moshe tomou a metade do sangue, e a pôs em bacias; e a outra metade do sangue espargiu sobre o altar.

24:7. Também tomou o livro do pacto e o leu perante o povo; e o povo disse: Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos.

24:8. Então tomou Moshe aquele sangue, e espargiu-o sobre o povo e disse: Eis aqui o sangue do pacto que o Senhor tem feito convosco no tocante a todas estas coisas.

24:9. Então subiram Moshe e Aharon, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel,

24:10. e viram o D-us de Israel, e debaixo de seus pés havia como que uma calçada de pedra de safira, que parecia com o próprio céu na sua pureza.

24:11. D-us, porém, não estendeu a sua mão contra os nobres dos filhos de Israel; eles viram a D-us, e comeram e beberam.

24:12. Depois disse o Senhor a Moshe: Sobe a mim ao monte, e espera ali; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para lhos ensinares.

24:13. E levantando-se Moshe com Yehoshua, seu servidor, subiu ao monte de D-us,

24:14. tendo dito aos anciãos: Esperai-nos aqui, até que tornemos a vós; eis que Aharon e Hur ficam convosco; quem tiver alguma questão, se chegará a eles.

24:15. E tendo Moshe subido ao monte, a nuvem cobriu o monte.

24:16. Também a glória do Senhor repousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e ao sétimo dia, do meio da nuvem, D-us chamou a Moshe.

24:17. Ora, a aparência da glória do Senhor era como um fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de Israel.

24:18. Moshe, porém, entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte; e Moshe esteve no monte quarenta dias e quarenta noites.

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E estas são as leis... 21:1 – Após os imortais dez mandamentos, leis fundamentais ditadas por D’us no monte Sinai, Moises, por ordem do Eterno, ocupou-se de redigir o Código Legislativo. Podemos dizer com gloria que este código serviu de base às legislações de todos os povos civilizados do mundo. Podem modificar estas leis e podem transformá-las de acordo com o espírito e circunstancias, porem os princípios jamais variam, pois são eternos com a luz de onde emanam. Hoje, muitas destas leis não são mais aplicadas, como a lei da escravidão, o ano sabático (Shemitá), o jubileu, os sacrifícios (Corbanot) etc.; umas pelo fato de que a maioria dos judeus vive fora de Israel, outras por causa da destruição do Templo de Jerusalém (Bet- Hamicdash).

... que porás diante deles 21:1 b – Que “porás”, explicarás, esclarecerás minuciosa e detalhadamente, de uma maneira de fácil compreensão para que cada um, de acordo com a sua capacidade intelectual, possa entender e aplicar na sua vida cotidiana estas leis e prescrições. Assim como o Decálogo ditado por D’us durante a revelação no monte Sinai, também estes estatutos jurídicos, estas leis de direito civil, este maravilhoso compêndio de jurisprudência, este código legislativo é de revelação Divinas, e é segundo este espírito e caráter que Moises devia apresentá-los e ensiná-los ao povo de Israel. Sob este ponto de vista e essa orientação, o povo de Israel foi ordenado a conduzir o seu estilo de vida, sua maneira de pensar e de atuar através das gerações, seja individualmente, como grupo humano étnico, ou como parte integrante dos povos de sua convivência. O fato de reconhecermos que também as leis que regem a vida civil e social entre os homens e povos são intimamente ligadas a D’us, e isto por acreditarmos que todo ser humano foi criado à semelhança Divina. (MD)

Quando comprares escravo hebreu 21:2 – a primeira lei do direito civil judaico é dedicada à proteção dos direitos do homem, especialmente aquele que está no mais baixo nível da escala social: o escravo. O principal objetivo é garantir os meios que permitam ao escravo recuperar sua liberdade individual depois de havê-la perdida temporariamente. A importância da liberdade deriva por um lado, do fato que o homem foi criado à imagem de D’us e, por outro lado , porque o povo judeu foi libertado da “casa da servidão” egípcia pelo Criador. Assim, Israel deve imitar seu Criador concedendo liberdade a quem dela precisa. A escravidão, como instituição, foi caindo em desuso gradualmente entre o povo judeu devido à legislação restrita criada pelos sábios, que dificultava sua prática entre os homens. Segundo o Talmud, aquele que comprava um escravo hebreu, na realidade adquiria um amo para si próprio, pois de acordo com a legislação vigente, o escravo deveria receber um tratamento similar ao de seu amo quanto à alimentação e vestuário, além do tratamento humanitário devido a qualquer ser humano. Por fim, a escravidão foi abolida em Israel desde o inicio da época do Segundo Templo. (E)

... escravo hebreu... 21:2 b - nunca houve castas em Israel, portanto nunca houve escravos naturais no seio do povo judeu. Havia, sim, certas circunstâncias que poderiam fazer de um israelita escravo por um período determinado: 1) Um ladrão, quando pego, era condenado a pagar o dobro do que roubara (Ex. 22:6). Se ele não tinha como pagar era vendido pela corte e, com o valor apurado de sua venda, o bem roubado era restituído e a reparação devida paga (22:2); e 2) um homem (e jamais uma mulher!) economicamente falido podia “vende-se” voluntariamente – ou seja, vender sua força de trabalho – para sanar sua crise financeira. (E)

... no sétimo ano... 21: 2 c - de acordo com os comentaristas, esse sétimo ano não se refere à Shemitá ( o ano sabático geral do povo e da terra), mas sim ao sétimo ano depois da venda do escravo. (E)

... furará seu senhor sua orelha 21:6 – O Talmud – a Torah verbal transmitida a Moises no monte Sinai – dá a explicação: “Esta orelha que ouviu no monte Sinai ‘não roubarás’, assim mesmo foi e roubou- que seja marcada!” No caso da pessoa que se vendeu voluntariamente, a mensagem é: “Essa orelha que ouviu no monte Sinai ‘Porque os filhos de Israel são Meus servos’, assim mesmo foi e adquiriu um senhor para si – que seja marcada!” (E)


E quando vender um homem sua filha 21:7 - Embora um pai tivesse a prerrogativa de “vender” sua filha impúbere, deve-se entender esta situação como um caso extremo de pobreza material do pai. Em ultima análise, este “expediente” era uma forma de garantir seu casamento- caso ela concordasse- com seu amo ou com o filho Dele. A moça tinha três maneiras de sair livre: 1) depois de seis anos; 2) por ocasião do Jubileu; e 3) ao atingir a puberdade. Alem destas formas processuais, ela tinha outras três: 4) ser desposada pelo amo. 5) ser desposada pelo filho do amo; e 6) ser resgatada (recomprada) por seu pai, seus parentes ou pelo próprio amo. O resgate consistia em deduzir o período de trabalho já transcorrido do total que o amo pagara por ele, e devolver a diferença. (E)

Aquele que ferir a um homem 21:12 - O exegeta Ibn Ezra comenta a proximidade destes assuntos como uma lição: mesmo aquele que matasse um escravo, e não somente um homem livre, era passível da pena de morte. (E)

... certamente será morto 21:12 b – A pena de morte só era aplicada quando o assassinato era premeditado. A intenção da pessoa apontava a gravidade da infração cometida e a pena era proporcional ao grau de consciência do infrator quando violou a lei. Por isso, o Talmud só punia uma pessoa com a pena capital quando o infrator tinha consciência da proibição (de matar) e da pena (de morte) a que estaria sujeito por tal delito, e quando tivesse sido formalmente advertido por duas testemunhas. O direito bíblico considera a pena de morte como um fator preventivo/ inibidor, e não como um castigo reparador. (E)

E aquele que não armou cilada 21:13 – O Talmud (Avot 2.7) cita uma passagem que ilustra muito bem este versículo: “Certa vez, o sábio Hilel viu um crânio humano flutuando nas águas de um lago e disse-lhe: Porque afogaste os outros, foste afogado, e por fim os que te afogaram serão afogados.” Este novo assassino que está à solta também será devidamente punido pela Providência Divina com um castigo semelhante. Rashi comenta que tanto o homem morto acidentalmente como aquele que o vitimou são, na verdade, pessoas que escaparam das minúcias da justiça; é por esta razão que D’us os juntou num mesmo lugar para que aconteça o que a justiça humana não conseguiu realizar. (E)

... o lugar em que se refugiará – vide Números 35:9-34, Deut. 4:41-49 e 19: 1-10. (E)

E aquele que rouba um homem (seqüestrá-lo) 21:16- Segundo nossos sábios, o crime de seqüestro, já mencionado no Decálogo (“Não roubarás”), é tão grave que foi aqui citado no meio de dois outros gravíssimos crimes (veja os versos 15 e 17): agressão física e moral contra os pais, crimes estes punidos com o mesmo rigor com que é punida a pessoa que blasfema contra D’us. (E)

E quando brigarem homens 21:18 – Depois de sancionar os crimes com morte, a Torá entra agora nas sanções por agressões físicas sem morte do agredido. Nestes casos, o Talmud determina cinco tipos de indenizações a que o agressor está sujeito: Nézec- pelo valor dos órgãos danificados; Tsáar – pela dor infligida; Bóshet- pela vergonha imposta pela mutilação física; Ripui- as despesas médico-hospitalares; e Shévet- lucro cessante (o que o agredido deixou de ganhar caso estivesse trabalhando). (E)

... Porque são seu dinheiro 21:21 – Embora o escravo canaanitas (estrangeiro) fosse uma propriedade do seu amo, a Torá não confere ao “dono” de um escravo o direito de vida ou morte sobre ele; ao contrario, ele, o dono, era passível da pena capital caso matasse uma de suas “propriedades”. Neste aspecto, a legislação bíblica é muito diferente da dos demais povos da época, nas quais o escravo não tinha os direitos humanos mais elementares. Como veremos mais adiante nos versículos 26,27, um amo que fere acidentalmente a seus escravos é punido com a alforria (liberdade) dos mesmos. (E)

... olho por olho 21:24 – Segundo o Talmud, na verdade, o Legislador não quis dizer “olho por olho”, e aqui vamos dar dois exemplos. Supondo que Simão tenha um só olho e que, numa briga com Rubem , este o tire, ficando Simão completamente sego, não se faria justiça tirando um olho de Rubem; o castigo seria insuficiente, pois cegou completamente um homem e ele (o que cegou) não ficou cego. Vejamos o caso contrario: Simão, que tem um olho só, tira um olho de Rubem. Se para castigar Simão, Rubem lhe tira o seu único olho, ele ficará cego, e desta forma o castigo não terá a mesma proporção do delito, porque Simão não cegou completamente o Rubem. Por tanto, essa lei chamada de “Lei de Talião”, não tem o sentido que se lhe atribui, senão que é uma questão de danos e prejuízos, na qual aquele que danifica sofre ou paga segundo o critério dos juizes (vide Baba Cama 83b).

Quando marrar um boi 21:28 – Depois de apresentar as penas para danos que uma pessoa pode provocar com suas próprias mãos, a Torá tratará agora de danos provocados por seus bens, visando evitar qualquer tipo de injustiça e dano ao próximo por negligência ou mesmo má fé. (E)

...Um boi (ou qualquer animal) 21:28 b – Existe uma distinção clara entre o boi dócil (Shor tam) e o boi cujo dono já fora alertado de sua braveza e periculosidade (Shor Muád). Se o boi era dócil provocar danos imprevisíveis (inesperados), o dono é punido com meia multa; no caso do boi contumaz, o dono deveria ressarcir a totalidade do prejuízo causado. (E)

... será apedrejado o boi 21:28 c – Não como punição ao animal (pois ele não é responsável por seus atos) e sim para demonstrar a santidade e o valor da vida humana e, assim, protege a humanidade. Nachmânides sugere que é também uma punição para o dono, para ser mais cuidadoso e nunca se descuidar, pois vidas humanas estão em jogo. (E)

... não será culpado 22:1 - baseado no pressuposto de que o dono da casa tentará defender sua propriedade, o ladrão certamente veio preparado para atacar e matá-lo a fim de atingir seu objetivo de roubar. Neste caso, a regra é “Se alguém vem matar- te, antecipa-te e mata-o primeiro”, um principio claro de autodefesa. (E)

Se o sol houver saído 22: 2 – Isto significa que, se for claro como o sol que o ladrão não veio com intenções de matar, a regra acima não está valendo e o dono da casa não tinha o direito de tirar uma vida humana apenas para defender seu patrimônio. (E)

... furto 22:3- O Midrash/ Ensinamento (Ialcut 343) escreve que há outra classe de roubo, tão grave como roubar um boi, um asno ou um cordeiro. E esta é a de mostrar a alguém uma amizade simulada para atrair seu reconhecimento; convidar alguém a uma refeição, quando se sabe que não vai aceitar; oferecer presentes, quando se sabe que vão ser recusados; fazer crer ao hóspede que, em sua honra, foi posto na mesa um bom vinho, quando com ou sem ele o vinho tinha que ser servido.

... e soltar seu animal 22:4 – O que a Torá quer nos ensinar é que devemos ser extremamente escrupulosos em relação à propriedade alheia. Não só devemos impedir qualquer coisa que possa prejudicar o próximo, como não devemos encorajar ou meramente “fechar os olhos” e legitimar atitudes desonestas contra terceiros. (E)

Quando houver fogo... 22:5 – Embora este delito não tenha sido premeditado, a pessoa é punida por negligência, pois deveria presumir que os espinhos propagariam o fogo. (E)

... para guardar 22:6 – O trecho que se inicia agora trata dos quatro tipos de custódia (guarda coisa alheia): Shomer Chinám – aquele guarda algo para alguém desinteressadamente (vers. 6-8); Shomer Sachar – o guarda remunerado (vers. 9-12); Shoel- aquele que toma algo emprestado (vers. 13); Socher – aquele que aluga algo de alguém (vers. 14). O Shomer Chinám é isento de qualquer responsabilidade se o objeto perder ou for roubado ou danificado. Ele só será responsabilizado juridicamente se for comprovado que agiu de forma negligente. (E)

.... para guardar 22:9 – O Shomer Sachar, por ser remunerado para guardar e cuidar da propriedade do próximo, tem responsabilidade maior do que o Shomer Chinám. Se a custódia é roubada ou extraviada, ele deve pagar por ela, pois devia ter sido mais zeloso em seu trabalho. Mas se ocorrer um acidente – algo inesperado que o guarda não tivesse como evitar, embora tenha desempenhado sua função de forma adequada- , neste caso ele estará inseto de culpa e de restituir a custódia ao dono, mesmo que não haja testemunhas, mas mediante juramento solene na presença das autoridades. (E)

... pedir emprestado 22:13 – Aquele que pediu emprestado um objeto (Shoel) é responsável totalmente por ele, exceto se o dano ocorrer no curso de seu uso normal e na presença do próprio dono da custódia. (E)

... Se (o animal) era alugado 22:14 – Aquele que aluga um animal de seu próximo (Socher) tem uma responsabilidade menor que aquele que o empresta (Shoel), embora ambos se beneficiem de seu uso. Somente se acontecer algo completamente inesperado com o animal, o Socher estará isento; se for roubado ou extraviado, a lei aplicada a ele é semelhante à do Shomer Sachar, devendo sim pagar por ele. (E)

A nenhuma viúva ou órfão afligireis 22:21 - Da mesma forma que existe uma tendência lamentável entre os poderosos – ou aqueles que assim se julgam- de se aproveitar dos fracos e indefesos, é normal também que muitos desafortunados desenvolvam uma maior sensibilidade para perceber quando são insultados. Embora seja terminantemente proibido abusar de qualquer pessoa, a Torá frisa esta proibição especialmente em relação aos peregrinos, viúvas e órfãos, pois estes são mais vulneráveis aos maltratos das pessoas. (E)

Emprestarás dinheiro a Meu povo 22:24 – A Torá ordena o israelita a emprestar dinheiro ao seu próximo sem cobrar juros. Aquele que empresta desta forma está, na verdade cumprindo o mandamento de Tsedacá (praticar a caridade) no seu mais alto nível, pois preserva a auto-estima daquele que está precisando do dinheiro enquanto lhe proporciona reconstruir sua vida e sua estabilidade financeira, evitando que se torne uma pessoa dependente da bondade alheia. Aquele que empresta a alguém tem, logicamente, o direito de receber o dinheiro de volta, ou até mesmo algum bem (penhor) como garantia pelo empréstimo, mas a Torá limita os procedimentos de forma a não constranger o devedor.

Aos juizes não amaldiçoes 22:27 – Embora seja proibido amaldiçoar qualquer pessoa, a Torá salienta esta proibição quanto aos juizes e líderes devido à responsabilidade destes em ratificar (confirmar) vereditos e tomar decisões, o que os torna mais vulneráveis às imprecações (rogar pragas) daqueles a quem dominam.

Não dês ouvido a maledicência 23:1 – Ao mesmo tempo a Torá proíbe uma pessoa de dar ouvido à maledicência- fofocas infundadas sobre outra pessoa-, ela adverte os juizes sobre jamais à exposição de um dos litigantes na ausência do outro. Segundo nossos sábios, a má língua (Lashon Hará) fere simultaneamente três pessoas: aquela sobre a qual se está falando, quem fala e quem ouve. O salmista (34:12,13- bíblia na versão tradicional) é enfático ao responder quem é o homem que ama a vida: “Aquele que guarda do mal a sua língua”. (E)

... auxilia-lo-ás 23:5 – A caridade judaica não se estende somente ao pobre, ao enfermo, à viúva ao órfão e ao estrangeiro, mas também aos animais: “Quando vires o asno daquele que te aborrece prostrado debaixo de sua carga, não te recusarás a ajudá-lo; auxilia-lo-ás” – a descarregar o peso do animal. Ninguém pode se esquivar a este preceito, inclusive o Príncipe da Diáspora (Rosh Hagolá), os juizes ou qualquer outra personalidade. O Shulchán Aruch (Código Legislativo Judaico) tem um capitulo especial intitulado “Obrigação para com os animais”, pois é uma prescrição da Lei que determina não lhes causar mal.

E ao peregrino não oprimirás 23:9 – Na época em que Israel formava uma nação independentemente, esse preceito era sagrado para todo israelita; ainda mais hoje, que conhecemos melhor a alma do estrangeiro, a Torá nos obriga a tratar o Guer (peregrino ou estrangeiro), como a nós mesmos (Lev. 19:34 e Num. 15:-15,16). Quando um israelita comparece com um Guer ao tribunal, o juiz não deve fazer pesar a balança em favor do israelita (Deut. 1:16,17). Na época bíblica, o estrangeiro beneficiava-se de toda a assistência social estabelecida em favor dos israelitas necessitados (Lev. 19: 9,10 e Deut. 24:19-21). Considerando a grande importância dessa obrigação, a Torá repete trinta e seis vezes o preceito de respeitar e amar o estrangeiro.

... seis anos semearás tua terra 23:10 – O detalhamento das leis do ano sabático encontra-se em Lev. 25.

Seis dias farás tuas obras 23:12 – Tanto o ano sabático como o descanso semanal do sábado (Shabat) representam o Testemunho humano de que D’us criou o Universo em seis dias e descansou no sétimo. (E)

Três vezes celebrarás para Mim 23:14 – As três Festas de Peregrinação (Shalosh Regalim) representam o final de três períodos agrícolas: Pêssach/ Páscoa, a primavera, quando a vegetação se renova; Shavuot/ Pentecostes, a estação da colheita e das primícias; e Sucot/ Cabanas, ao recolher os frutos do campo no outono. Assim, a cada etapa concluída comemoramos e agradecemos a D’us pelo fruto do nosso trabalho e esforço. Além desta ligação com a natureza, cada festa está intimamente ligada à evolução histórica do povo judeu: Pêssach, a libertação do Egito; Shavuot, a outorga da Torá, e Sucot, a travessia do deserto. O ciclo da natureza é celebrado por Israel em sua fé no Criador do Universo e Governador dos destinos de toda a Humanidade. (E)

O principio das primícias 23:19 – A descrição detalhada deste preceito (Bicurim) encontra-se em Deut. 26. As primícias eram trazidas em cestas, dentre as sete espécies que notabilizavam a Terra de Israel – trigo, cevada, figo, uva, romã, azeitona e tâmara – e entregues ao sacerdote no templo de Jerusalém. Desta forma, reforçava-se o caráter espiritual da cidade santa no coração de todos os peregrinos (do povo israelita ou prosélito), que a ela acorriam anualmente. (E)

Faremos e ouviremos 24:7 b- Primeiro declaramos cumprir Suas ordens incondicionalmente, e depois entenderemos Suas palavras.

... Josué, seu servidor... 24:13 – O fiel servidor e discípulo de Moises acompanha-o até o pé do monte, mais além do que Aarão e os anciãos. Ele será no futuro o sucessor de seu mestre.

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