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sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Comentários da Porção "No Princípio" - Parashat Ber'eshit - Ber'eshit 1:1- 6:8 - 2º DIA

No Princípio
Gênesis 1:1 - 6:8

Ber'eshit - Gênesis 1:6-8: "E disse D-us: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas. Fez, pois, D-us o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez. E chamou D-us ao firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o segundo dia.

Neste versos temos a criação do firmamento e a divisão das águas, mas vamos nos ater neste momento a entender melhor o termo firmamento que no hebraico está  רָקִיעַ "Raki'a" significando algo expandido, estendido, derivando de רָקַע "rak'a" que significa martelar, bater e espalhar na força conforme vemos o termo sendo usado nas seguintes passagens: Êxodo 39:3 "E bateu o ouro em finas placas das quais cortaram fios de ouro para serem bordados no linho fino com os fios de tecido azul, roxo e vermelho, obra artesanal." e em Números 16:39 "O sacerdote Eleazar recolheu os incensários de bronze usados pelos homens que morreram queimados e bateu o metal com um martelo, até formar uma lâmina para revestir o altar."

Pela etimologia da palavra e pela aplicabilidade dela nos contextos apresentados podemos agora compreender textos que falam dos céus como estes:
Jó 37:15...18 "Porventura, sabes tu como D-us as opera e como faz resplandecer o relâmpago da sua nuvem?...Ou estendeste com Ele o firmamento, que é sólido como espelho de metal fundido?
Jó 26:11"As colunas do céu tremem e se espantam da sua ameaça."
2 Samuel 22:8 "Então, a terra se abalou e tremeu, vacilaram também os fundamentos dos céus e se estremeceram, porque ele se indignou."
Ezequiel 1:22 "Acima das cabeças dos seres viventes estava o que parecia, um firmamento, uma abóboda, reluzente como cristal de gelo, e impressionante.
Isaías 40:22 "Ele é o que está assentado sobre a cúpula da terra, cujos moradores são como gafanhotos. É Ele quem estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para neles habitar.

Lembrando do que abordamos quando falamos do verso 2, onde a Ruach se movia sobre as águas profundas num movimento de oxigenação necessária para a existência posterior de vida, agora com o sentido intrínseco do que é firmamento vemos que a Ruach "sopro" de D-us como um martelo que espalha, e expande um metal na pressão das batidas, vai retirando da terra submersa o material necessário (Quartzo)  para a expansão do Domo como que sendo martelado pelo sopro divino, como num furacão impetuoso e vai empurrando as águas de cima, gerando uma expansão aerada no meio, entre as águas de baixo e as águas de cima, e assim consolidando algo como espelho de metal fundido, uma abóboda de cristal, uma cúpula de gelo.
Salmos 33:6,7  "Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles. Ele ajunta em montão as águas do mar; e em reservatório encerra os abismos."


Agora partindo para a criptografia onde o segundo dia da criação demonstra o segundo milênio do homem sobre a terra, onde Noach (Noé) e seus filhos são figura central em meio ao contexto da condição do homem caído, longe de D-us, que se tornou em densas trevas, conforme vemos em Gênesis 6:5-6:
"O Senhor viu que a maldade das pessoas havia se multiplicado na terra e que todo desígnio do coração delas era continuamente mau. Então o Senhor ficou triste por haver feito o ser humano na terra, e isso lhe pesou no coração."
D-us com peso no coração decide destruir a sua criação pela maldade do homem e para isso se utiliza das águas que outrora o domo em sua expansão deixou nas partes superiores, e também as águas das fontes das profundezas.
Gênesis 7:11 "No ano seiscentos da vida de Noach, aos dezessete dias do segundo mês, nesse dia romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as comportas dos céus se abriram,"
Vemos então os elementos do segundo dia da criação totalmente envolvidos neste período do homem, mas o que temos que notar é que após isso houve uma segunda queda, e também por ingestão de um fruto das vinhas de Noach, gerando assim o episódio das bençãos e maldições aos filhos e neto de Noach, e é esta separação que define este período, ou seja os filhos abençoados Shem (Sem) e Yefté (Jafé) se tornando as águas superiores que pela ação da Ruach são elevados tanto em ter como em  proclamar a um D-us único, como também por terem legislações baseadas na instrução divina dada no Éden e passada pela descendência da mulher (luz) e como orvalho pelas suas ações, moral e espiritualidade trazem frescor e vida a lugares desérticos, enquanto os descendentes de Kna'an (Canaã) se tornam as águas inferiores que arrasam e destroem as conexões com o verdadeiro Criador colocando a idolatria, a lascívia, prostituição e servidão como padrões de carácter e tanto que tais povos mais tarde foram alvos de mandato de destruição do próprio D-us conforme vemos em Deuteronômio 20:16-18:
  
"— Porém, das cidades destas nações que o Senhor, seu D-us, lhes dá como herança, não deixem ninguém com vida. Pelo contrário, como o Senhor, seu D-us, ordenou, vocês devem destruí-las totalmente: os heteus, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus, para que estas nações não ensinem vocês a fazer segundo todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, pois vocês estariam pecando contra o Senhor, seu D-us."


Assim podemos ver que efetivamente houve uma separação de seres elevados e os ditos vasos de desonra, e tal ciclo de separação continua, pois após o estabelecimento dos filhos de Noach para cada direção das ilhas das nações conforme Gn. 10, também podemos vislumbrar o aparecimento de Nimrod, um ser que a exemplo dos "Nefelins" começou a ser poderoso sobre a terra, e novamente as trevas tomam forma e Nimrod começa a sub-julgar o homem, o fazendo ir contra as instruções de D-us, que ordenou multiplicar, se espalhar para povoar a terra, mas o poderoso caçador diante de Senhor manifesta a ideia de se ajuntarem para construírem uma cidade elevada, espécie de palácio-torre para que se vindo novo diluvio eles não perecessem, além de arrogantemente tentarem chegar ao domo e assim fazerem seus nomes célebres, aqui é a gênese da Babilônia, a Grande Cidade a Mãe da Abominações da Terra, de onde provem "O Sistema" escravizador, que sub-julga sorrateiramente os indivíduos, formando uma teia do cotidiano urbano, o espírito da cidade, onde o tempo escorre pelos dedos pois todos estão reféns de seus afazeres laborais ou consumistas, sem tempo para apreciar a criação e portanto esquecendo pouco a pouco da existência de Um Criador.
Gênesis 11:1-9 "Em toda a terra havia apenas uma língua e uma só maneira de falar. Os homens partiram do Oriente, encontraram uma planície na terra de Sinar e habitaram ali. E disseram uns aos outros: — Venham, vamos fazer tijolos e queimá-los bem. Os tijolos lhes serviram de pedra, e o betume, de argamassa. Disseram: — Venham, vamos construir uma cidade e uma torre cujo topo chegue até os céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra. Então o Senhor desceu para ver a cidade e a torre, que os filhos dos homens estavam construindo. E o Senhor disse: — Eis que o povo é um, e todos têm a mesma língua. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo o que planejam fazer. Venham, vamos descer e confundir a língua que eles falam, para que um não entenda o que o outro está dizendo. Assim o Senhor os dispersou dali pela superfície da terra; e pararam de edificar a cidade.
Por isso a cidade foi chamada de Babel, porque ali o Senhor confundiu a língua de toda a terra e dali o Senhor os dispersou por toda a superfície dela."
Notemos que D-us intervêm de forma direta nos acontecimentos, promovendo mais uma separação entre os homens, os dispersando por todo a superfície da terra, logo após este acontecimento vem mais uma separação, o chamado de Avram (Abrão) que consistia de forma parafraseada em: "se separe de sua parentela e expandindo o seu caminho vá até a terra que lhe será dita"
Gênesis 12:1-3 "O Senhor disse a Avram: — Saia da sua terra, da sua parentela e da casa do seu pai e vá para a terra que lhe mostrarei." 
Partindo da criptografia que fala que águas são povos, nações e línguas (Ap. 17:15), e no segundo dia fala da separação de águas e águas, percebemos aqui portanto, desde o que já falamos, da separação de Noach e os seus filhos do resto da humanidade, que pereceu, as bençãos e maldições sobres estes filhos que separam duas linhagens, a línguas confundidas que separam os homens por toda a terra, agora temos o chamado de Avram que definitivamente separa águas e águas, ou seja, nações e nação de Israel, as águas inferiores das águas superiores.

Matsot - Pães sem fermento - a segunda festa.

A festa que condiz com o que vimos é a festa de HaMatsot ou pães sem fermento, ou asimos, que tem intrínseco primeiramente a aflição, tanto que a matsáh é chamada de Lechem Ani ou pão da aflição em (Dt. 16:3) e dentro do Sedêr de Pessach (ordem de quinze passos na cerimônia de páscoa), onde se recorda o sentimento de apreensão e pressa ao sair do Egito, onde não houve tempo para a fermentação do pão, pois logo se deu à última praga da mortandade dos primogênitos e a corrida até se chegar ante ao Mar, percurso que demorou sete dias, os israelitas somente dispunham deste pão não fermentado.
O sentimento dos homens neste segundo milênio de história, se equipara ao dos Israelitas em fuga do Egito, pois a aflição representado no pão não fermentado, indica constante e total dependência para os próximos passos, Noach deve ter ficado aflito ao se fechar a arca e começar a chuva, confiando no Senhor para os próximos passos, assim também deve ter ocorrido com os filhos de Noach ao se espalharem e povoarem a superfície da terra, 
Hebreus 11:7 "Pela fé, Noach, divinamente instruído a respeito de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a D-us, construiu uma arca para a salvação de sua família. Assim, ele condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé."
Vemos aqui outro aspecto da celebração de HaMatsot (Pães sem fermento), que é o aspecto de separação, Noach ouviu a instrução, creu e isso foi imputado por justiça, e uma vez que o homem se achega à D-us e tem a salvação lhe oferecida por meio da graça, o processo é se separar, tirar o fermento, o orgulho, a malícia e a maldade, tanto que Noach por mais de um século enquanto construía a arca, alertava ao mundo sobre a eminência do juízo divino e a necessidade de separar do mal caminho.
De mesmo modo Avraham se separou de sua cidade natal, se separou de sua parentela e por fim em aflição pelo longo caminho de sua jornada foi deixando todo o fermento do orgulho humano pelo caminho, até mesmo o filho concebido por orgulho e falta de confiança na promessa ficou para traz, e por fé até mesmo o filho da promessa, ele não teve por orgulho negar ao Senhor que dele o solicitara.

1 Coríntios 5:6-11 "O orgulho de vocês não é bom. Vocês não sabem que um pouco de fermento faz toda a massa ficar fermentada? Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento, como realmente são. Pois o Messias, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado. Por isso, celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da perversidade, mas com os pães sem fermento da sinceridade e da verdade. Já lhes disse por carta que vocês não devem associar-se com pessoas imorais. Com isso não me refiro aos imorais deste mundo, nem aos avarentos, aos ladrões ou aos idólatras. Se assim fosse, vocês precisariam sair deste mundo. Mas agora estou lhes escrevendo que não devem associar-se com qualquer que, dizendo-se irmão, seja imoral, avarento, idólatra, caluniador, alcoólatra ou ladrão. Com tais pessoas vocês nem devem comer."

Por Metushelach Cohen


Nota: Os apóstrofos ( ' ) utilizados nas transliterações dos termos hebraicos servem para indicar que a próxima letra é gutural como nos casos das letras alef e aiyn, portanto a pronúncia terá que guturalizar as vogais, ou seja formar o som da vogal no fundo da garganta.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Comentários da Porção "No Princípio" - Parashat Ber'eshit - Ber'eshit 1:1- 6:8 - 1º DIA

No Princípio
Gênesis 1:1 - 6:8 

Antes de prosseguirmos, gostaria de compartilhar um comentário ainda do verso 2 feito por Sa'adiah ben Yosef Gaon em seu Tafsir Rasag em meados do século décimo da era comum; Tafsir Rasag é conhecido como o Targum árabe, ou seja, um parafraseamento da Torah para a língua árabe que carrega em si a interpretação e exegese de seu autor.
Tafsir Rasag, Ber'eshit 1:2: "E a Terra estava profundamente submersa, e havia trevas na superfície das profundezas, e o vento de Allah soprava na superfície da água."  

Com o entendimento dado pelo Tafsir Rasag, visualizamos a imagem acima, demonstrando algo como uma porção de terra, espécie de placa continental única, "talvez a dita Pangeia", submersa nas profundezas das águas primitivas que existem desde sempre provenientes quem sabe do terceiro céus (O trono de D-us), e tal porção já ligada a uma base por colunas como podemos ver em 1 Sm 2:9, Jó 38:4, Sl. 93:1 e 104:5, e todo este conjunto em densa escuridão, mas D-us de seu Trono emana seu sopro, seu espírito, a Ruach para promover a adequação do sistema para que haja vida, e como sabemos a vida é sobrada, ou seja, ar, oxigênio estão sendo planejados para adentrar este sistema para propiciar vida.

Deste ponto para frente inciaremos a descrição dos elementos elencados a cada um dos sete dias da criação. Aproveitamos para recuperarmos a questão feita no inicio destas abordagens de Gênesis, que questiona se seria mesmo preciso levar sete dias para que D-us criasse tudo ou em milésimos tudo viesse a existir, e como já alegamos acreditamos sim na literalidade da narrativa em seus detalhes e entendemos que estes sete dias criptografam o desenrolar da história humana sobre a terra, do principio ao fim no decorrer de sete milênios, e "dicas" são dadas para este entendimento nos Salmos 90 e na segunda epístola de Pedro como podemos ver abaixo:
2 Pedro 3:1-9 "Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida, para que vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos, tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. Porque, deliberadamente, esquecem que, de longo tempo, houve céus bem como terra, a qual surgiu da água e através da água pela palavra de D-us, pela qual veio a perecer o mundo daquele tempo, afogado em água. Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios. Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia. Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.
O contexto da passagem é alertar que não há demora em D-us cumprir as suas promessas e sim longanimidade para que todos alcancem arrependimento, dai vem as "dicas" sobre o princípio da criação e os dias como milênios, podemos até elucubrarmos que a promessa Divina de que Adam morreria no dia em que comesse de fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal se dá dentro deste entendimento, pois Adam morreu com 930 anos ou seja dentro do primeiro milênio que para D-us segundo o alerta de Pedro foi como um dia. 


Portanto a partir deste entendimento começaremos a analisar os dias da criação.

Ber'eshit - Gênesis 1:3-5: "Disse D-us: Haja luz; e houve luz. E viu D-us que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. Chamou D-us à luz Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia."

No aspecto literal podemos alegar que está luminosidade poderia ser as primeiras vibrações de ondas do espectro luminoso que percorre do ultra-violeta ao infra-vermelho, mas podemos ser menos científicos e nos restringir ao que a Palavra nos ilumina e irmos ao fim para entender o começo, senão vejamos: Apocalipse 21:23 "A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de D-us a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada."

Portanto se no fim na cidade santa não necessitará de sol pois haverá outra fonte de luz que provém da Glória de D-us, podemos entender que tal fonte de luz inicial também provinha do Trono de D-us, postado no alegado terceiro céu, que de alguma forma se aproximou dos elementos criados gerando a luminescência necessária para a distinção de cada coisa, além da partição do tempo em tarde e manhã.

Agora partindo para a criptografia onde o primeiro dia da criação demonstra o primeiro milênio do homem, sendo Adam a luz da criação, segundo à imagem e semelhança de seu Criador.
Efésios 5:8-13 "Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto da luz está em toda bondade, e justiça, e verdade), aprovando o que é agradável ao Senhor. E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas, antes, condenai-as. Porque o que eles fazem em oculto, até dizê-lo é torpe. Mas todas essas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta."
Lucas 11:33-36 "— Ninguém, depois de acender uma lamparina, a coloca em lugar escondido, nem debaixo de um cesto, mas num lugar em que ilumina bem, a fim de que os que entram vejam a luz.
Os olhos são a lâmpada do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz; mas, se forem maus, o seu corpo ficará em trevas.
Portanto, tenha cuidado para que a luz que está em você não sejam trevas.
Pois, se todo o seu corpo for luminoso, sem ter qualquer parte em trevas, será todo resplandecente como a lamparina quando ilumina você em plena luz."

Com estes versos e várias outras passagens podemos ver que a condição do homem após a regeneração apregoada pelo evangelho volta a ser como a de Adam antes da queda, ou seja a de ser luz, filhos da luz, participantes e comunicantes da luz que em suma é a Palavra de D-us manifesta em cada ser regenerado que volta a estar em obediência ao Pai, pois assim como Adam ao respeitar toda a instrução (Torah) de D-us, ele manifestava à toda criação a imagem e semelhança de seu Criador, não atoa que David em seus Salmos e Shlomo em seus Provérbios aludem a instrução (Torah) como sendo lâmpada e luz para não deixar os pés vacilarem em meio as trevas.
Provérbios 6:20-23:"Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe; ata-os perpetuamente ao teu coração, pendura-os ao pescoço. Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo. Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida;"
Salmos 119:105 "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos."
Pedro em uma de suas cartas falando da Palavra que traz o conhecimento de Yeshua como Senhor e Salvador, o Messias aguardado, alega que tal revelação amparada na palavra dos profetas traz segurança, agindo como luz que vai iluminando a cada vida regenerada até que a plenitude desta iluminação seja alcançada no íntimo, ou seja, no coração de cada indivíduo e assim dissipando toda as trevas.
2 Pedro 1:19 "Assim, temos ainda mais segura a palavra dos profetas, e vocês fazem bem em dar atenção a ela, como a uma luz que brilha em lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça no coração de vocês."
As ligações que temos pretendido criar até então é que o homem em obediência ao Criador é luz, pois reflete, comunica a essência (imagem e semelhança) do Criador, portanto o "Haja Luz" representa a criação do homem em perfeição, e mais tarde no intuito de fazer separação entre esta luz e as trevas das concupiscências dos olhos, da carne e soberba da vida é que D-us dá instruções, a primeira se referindo ao conhecimento do bem e do mal que se buscado por motivação errada, ego, soberba e orgulho traz apenas as trevas, ao ponto da luz que envolvia o homem e inibia a percepção de nudez se dissipar e o homem se esconder de seu Criador por vergonha.
No momento da queda D-us já faz a promessa de redenção onde o descendente da mulher (Luz) pisaria a cabeça da descendência da serpente (Trevas), Caim representando a descendência da serpente é advertido por D-us para dominar o seu desejo que já às portas para ser executado,  novamente a instrução de D-us serve como luz para dissipar as trevas, mas concretizando assim o pecado a descendência da mulher representado por Abel é morta e Caim sai da presença do Senhor indo para Node ao oriente do Èden, ou seja, as trevas se apartam da luz mais uma vez. Nos tempo de Enosh filho de Set (representantes da luz, descendência da mulher) o nome do Senhor volta a ser invocado, e logo aparecem os ditos Benei elohim (trevas) que forçam as mulheres (luz) e as corrompem, dando origem aos homens de renome da antiguidade os ditos "nefelim" os "caídos moralmente" e as trevas começam dominar a terra de tal maneira que não há outra alternativa senão um recomeço, mas sendo D-us justo, os representantes da luz como Metushelach (Matusalem), Chanoch (Enoque) e o próprio Noach (Noé) são levantados para pregarem por um período de tempo trazendo a instrução divina (luz) para admoestar e convencer os ímpios de seus maus caminhos, como podemos verificar na epístola de Judas.

Judas 1:14-15  "Foi a respeito deles que também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: “Eis que o Senhor vem com milhares de seus santos, para exercer juízo contra todos e para convencer todos os ímpios a respeito de todas as obras ímpias que praticaram e a respeito de todas as palavras insolentes que ímpios pecadores proferiram contra ele.”"

Concluímos portanto a nossa abordagem correlacionando o primeiro dia da criação com o primeiro milênio do homem, período que compreende a vida de Adam, onde nasceram nove gerações, ou seja de Adam até Lamek pai de Noach, período que demonstra a luz sendo criada na figura do homem a imagem e semelhança do Criador, que por meio da Palavra que é a verdadeira Luz gera a distinção entre luz e trevas, onde o homem é sempre alertado e instruído de como manter a luz da intimidade, fidelidade e obediência ao Criador para que não sucumba às trevas de seus próprios desejos, paixões e instintos que o levará a concretização de seus intentos dando forma ao pecado que o condena a se apartar da luz do Criador.


E é neste contexto de sucumbir aos desejos e se tornar escravo do pecado que ligamos tal período de forma alegórica ao cerne da festa de Pessach, pois lembramos assim do contexto que levou ao Egito o povo de Israel que era família daquele que tudo podia governar no reino, estando apenas abaixo do que se assenta no trono, Yossef assim como Adam recebe total autoridade para dominar, e por um período tudo em suas mãos prospera, mas com o tempo, o orgulho, soberba e inveja dos filhos das trevas tomam forma e a situação de autoridade e domínio se altera e a humanidade na figura de Adam assim como os filhos de Israel se tornam escravos e tudo parece perdido vem a promessa de redenção seja pela Arca, seja por Moshe o libertador, e assim do domínio à escravidão e da escravidão à redenção é que traçamos os paralelos do primeiro dia da criação com o primeiro milênio da humanidade e a primeira festa do Senhor.


Por Metushelach.

Comentários da Porção "No Princípio" - Parashat Ber'eshit - Ber'eshit 1:1- 6:8 - Parte 2

No Princípio
Gênesis 1:1 - 6:8 

Vamos analisar uma das traduções possíveis aos primeiros versos da Torah (Pentateuco): 
Ber'eshit (Gênesis) 1:1-2:
“Quando Elohim começou a criar os céus e a terra, esta era/estava sem conformação e inóspita, e a escuridão estava presente diante das profundas fontes aquáticas, e o sopro/imanação/espírito de Elohim pairava acima diante das águas.”
Ao termos tal tradução que é possível e plausível podemos pontuar a criação relatada como o centro da ação divina e não como uma poeira cósmica perdida na imensidão do hipotético universo Newtoniano-Eisteiniano, onde somos apenas um planeta entre "nove ou oito" de um sistema solar, que é um em milhares dentro da via láctea quem é uma em milhões de outras galáxias no universo que é um entre diversos, em um hipotético multi-verso da loucura ligado por buracos de minhoca, ou vórtices quânticos. 

Mas voltemos à análise textual da criação central do relato de Gênesis:
A terra ao começar ser criada por Elohim se encontrava num estado de תֹהוּ "tohu" ou seja sem conformação, sem definição de forma podendo estar conforme a figura abaixo em níveis liquefeitos da matéria pela alta temperatura dos elementos, ou ainda em um estado de caos à níveis atômicos quânticos ou moleculares químicos, consequentemente ainda sem adequação de bioma e é neste sentido que ela é chamada de בֹהוּ "bohu" ou seja inóspita, sem condições de vida e portanto vazia.

תֹהוּ וָבֹהוּ = Torú VaBohú
Neste quadro de imensa agitação, convulsão dos elementos é apresentada a condição de חֹשֶׁךְ "Choshech" ou seja escuridão, termo usado em Êxodo 10:21-22 para indicar não apenas uma ausência de luz e sim um matéria palpável que enegrecia a vista, onde podemos conjecturar ser algo próximo a uma camada expeça de alcatrão betuminoso resultante das altas temperaturas que sublima elementos sólidos para gasosos, juntando tal situação aos detritos e sedimentos em dispersão na atmosfera que em ligação a gases e elementos pesados formavam uma densa cortina palpável que bloquearia qualquer tipo de iluminação cósmica diante da superfície das águas das profundezas.
Parafraseando o texto podemos dizer: O Criador ao começar a definir a massa gasosa atmosférica e a massa sólida da terra, e a mesma se encontrando ainda em temperaturas elevadíssimas de sua superfície com alguns dos elementos liquefeitos sem estabilidade e desformes, e com uma camada palpável de "escuridão", é neste instante que a “emanação energética divina” (Ruach Elohim), começa a colocar ordem nas coisas, o sopro divino que dá vida e energia motriz se utiliza das águas para resfriar a superfície terrestre, neste processo os vapores dissipam os elementos pesados da atmosfera, gerando equilíbrio e ordem onde havia caos, propiciando portanto um ambiente menos hostil e inóspito para a vida.

Na escuridão das fontes mais profundas das águas
o poder que gera vida começou a se mover.

Até aqui tivemos a "relva" do entendimento, ou seja o nível Peshat de interpretação que leva em consideração a literalidade e objetividade da informação do texto. 

Poderíamos acrescentar agora as "dicas", ou seja o nível Remez de interpretação que nos levaria aos comparativos textuais, entendimentos alegóricos como pro exemplo os textos de Salmos, Provérbios ou Jó que poeticamente ou alegoricamente retratam a criação mas veremos aqui o texto de Jeremias 4:22-28:
"Deveras, o meu povo está louco, já não me conhece; são filhos néscios e não inteligentes; são sábios para o mal e não sabem fazer o bem.
Olhei para a terra, e ei-la sem forma e vazia; para os céus, e não tinham luz.
Olhei para os montes, e eis que tremiam, e todos os outeiros estremeciam.
Olhei, e eis que não havia homem nenhum, e todas as aves dos céus haviam fugido.
Olhei ainda, e eis que a terra fértil era um deserto, e todas as suas cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira. Pois assim diz o Senhor: Toda a terra será assolada; porém não a consumirei de todo. Por isso, a terra pranteará, e os céus acima se enegrecerão; porque falei, resolvi e não me arrependo, nem me retrato."
Tal texto se utiliza da linguagem da criação como "dica"para demonstrar a desolação de Israel, ao ter se afastado de D-us e suas orientações, se tornando em terra seca, um deserto sem forma e vazia, sem luz.

A Haftará ( Textos dos Profetas ou escritos) neste caso em Isaías 42:5 - 43:10, tem o mesmo sentido comparativo de Jeremias mas com o todo da porção de Ber'eshit, e assim vai além da "dica" ( Nível Remez) e começa a introduzir o "estudo comparativo" ou seja, o nível Drash de entendimento quando partimos da comparação textual para chegarmos à "Moral" da história, e assim retornamos ao texto inicial com um sentido mais profundo, complexo e pertinente, senão vejamos:
Ber'eshit 1:2 " A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de D-us pairava por sobre as águas."
A terra ou o pó da terra pode ser identificado com o homem (Gn. 3:19 e Sl. 103:14), que em seu estado natural pós queda, por estar imerso em paixões, instintos e pecado está destituído da Glória de D-us (Rm. 3:23), e portanto combalido sem conformação, sem forma, necessitando preencher o vazio ou o estado inóspito de sua alma, que neste estágio se encontra nas mais profundas trevas, e tal situação só ganha conformidade, organização e acalento pelas águas da Palavra, que ao ser ouvida produz fé (Rm. 10:17), fé esta que é ação do convencimento trazido pelo mover do Espírito de D-us, ou seja, um presente, um dom de D-us (Ef. 2:8).

E por fim podemos conjecturar seja por "iluminação mística", ação da Ruach ou seja lá o que se alegue para se chegar a tais "revelações", que tal texto pode trazer o segredo, "sód" do fim dos tempos, onde a terra será arrasada com seus elementos abrasados (2 Pd. 3:12) pela Ira de D-us, que pelas trevas do mal no coração dos rebeldes que forma o reino da besta que se levanta do abismo (Ap. 17:8), trará a ação do seu Espírito nas duas testemunhas finais (Ap. 11:3-7) que serão dois povos, um mar, muitas águas de pessoas para que elas tragam através de seus testemunhos e profecias o som das trombetas e o derramar dos cálices de D-us sobre o mal, e assim adentrarmos no reino messiânico já não mais em caos mas sim em retidão e justiça ou seja com tudo preenchido e não vazio, conformado e adequado e não mais sem forma.    


Por Metushelach Cohen
Informações baseadas nos diversos Midrashim de nossos sábios e algumas citações diretas dos comentários da Torá-Lei de Moisés da Editora Sêfer - Jairo Fridlin - 2001 e da Torá Viva da Editora Maayanot - Rav Aryeh Kaplan - 2013.

Nota: Os apóstrofos ( ' ) utilizados nas transliterações dos termos hebraicos servem para indicar que a próxima letra é gutural como nos casos das letras alef e aiyn, portanto a pronúncia terá que guturalizar as vogais, ou seja formar o som da vogal no fundo da garganta.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Comentários da Porção "No Princípio" - Parashat Ber'eshit - Ber'eshit 1:1- 6:8 - A Criação

No Princípio
Gênesis 1:1 - 6:8 

Nesta semana após o término do período de festas do sétimos mês do calendário bíblico judaico, reiniciamos o estudo da Torah (Pentateuco), retornando ao principio, ou seja, recomeçaremos em Gênesis o estudo cíclico das 54 Parashiot (Porções) em que a Torah (Pentateuco) foi didaticamente dividida ainda no período do retorno do exílio por meio de Ezra (Esdras).

Mas a nossa abordagem desta vez terá como enfoque as simbologias escatológicas que apontam para a vida e obra do Messias desde a fundação do mundo até a consumação dos séculos, passando pela importância da compreensão conceitual das festas de D-us (Levítico 23), a restauração das tribos de Israel para unificação de um único povo, formador do Reino de D-us, e tudo isso para demonstrar o fim desde o princípio conforme Isaías 46:9-10 Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade.”

Antes de começarmos a análise textual, lançamos um questionamento pertinente: D-us precisaria efetivamente de sete dias para a criação ou Ele poderia em uma fração de segundo formar tudo?

Portanto sem perdermos a literalidade da narrativa, entendemos que tudo foi feito conforme foi escrito para carregar nas descrições e detalhes, recados criptografados do desenrolar da história humana sobre a terra, do principio ao fim desta jornada.

Ber'eshit - Gênesis 1:1 - 6:8

1:1 No princípio, criou D-us os céus e a terra.

בְּרֵאשִׁית בָּרָא אֱלֹהִים אֵת הַשָּׁמַיִם וְאֵת הָאָרֶץ
O termo את (et), apesar de não ser traduzido, tem seu papel gramatical, o de indicar que o elemento que se segue será um objeto direto, mas criptografadamente vemos o seguinte: No princípio, Criou D-us: את = Alef + Tav = Alfa + Omega = o princípio e o encerramento de tudo, plano inicial e o seu fechamento tudo por meio de sua palavra expressa no alfabeto que começa com alef e termina com Tav, ou seja, Yeshua, ele é o alef e tav, alfa e omega dos céus e também da terra, pois todo o período não eterno, ou seja, o recorte feito na dimensão eterne que hoje chamamos tempo, tem o seu ínicio e seu fim escritos, determinados e explanados por aquele que é chamado de “A Palavra de D-us” , o verbo, o logos.

Poderíamos também elencar os sentidos pictográficos das letras alef e tav, a primeira carregando em si a ideia de poder, liderança ou força, e a segunda carregando a ideia de sinal, marcação, x ou cruz de referência ou aliança, sentidos estes que podemos combinar como liderança pela cruz, poder sinalizado, ou força da aliança, todos estes sentidos são intimamente ligados à missão de Yeshua dentro do recorte da eternidade, do princípio ao fim dos tempos. 



E por fim poderíamos demonstrar o entendimento intrínseco quando da aparição do termo “ET” dentro do Tanach (Antigo Testamento), indicando algo parecido com que o sentido pictográfico que vimos anteriormente demonstrou, por exemplo, ao verificarmos a vida de Yaakov e Essav iniciando em Gn. 25:28, descobrimos que há o “ET” “Alef – Tav” na frente de seus nomes no começo de suas vidas juntos, mas vemos o “Alef – Tav” usado pela última vez na frente do nome de Essav em Gn. 27:1, Itschak nesta ocasião chama Esssav, pedindo-lhe para caçar um pouco de carne saborosa, para que ele pudesse posteriormente abençoar Essav, mas embora o nome de Essav seja usado outras 78 vezes na Torah, o “Alef – Tav” continua a figurar somente na frente do nome de Yaakov e não mais no de Essav, isso se dá porque a bênção da aliança da primogenitura dada ao Messias foi removida dele. A razão de Essav não ter mais o “Alef – Tav” na frente de seu nome após Gn. 27: 1 é explicado por Moshe em Gn. 25:34 “ por ter desprezado Essav seu “Alef – Tav” direito de primogenitura! ”
A dispensa de Essav do propósito designado do Senhor para sua vida resultou no fato de ele o ter passado a seu irmão Yaakov. 

Outro exemplo do significado do “Alef – Tav” é encontrado no livro de Rute. O nome de Ruth é usado 12 vezes no livro, nas primeiras 10 vezes, não há “Alef – Tav” na frente de seu nome. 
Depois que ela é resgatada por Boaz, nas duas próximas vezes que seu nome é usado, um “Alef – Tav” sempre aparece na frente do seu nome (Rute 4: 5 e 13). Esses são apenas dois exemplos, mas parece óbvio que o “Alef – Tav”) mostra uma conexão do relacionamento da aliança com o Senhor e a integralidade dos propósitos divinos nesta inter-relação “Homem-Aliança-D-us”. 

Fixaremos a ideia de que o Mashiach sendo o Verbo Divino é responsável pela criação de “A a Z” com as passagens a seguir:

João 1:1-3 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com D-us, e o Verbo era divino, Ele estava no princípio com D-us. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.”
João 17:3-5 “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único D-us verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.
Colossenses 11:15-20 “Este é a imagem do D-us invisível, o primogênito de toda a criação;pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a D-us que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.”
Hebreus 2:7-11 “Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos, de glória e de honra o coroaste [e o constituíste sobre as obras das tuas mãos]. Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas; vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Yeshua, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de D-us, provasse a morte por todo homem. Porque convinha que aquele, por cuja causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles. Pois, tanto o que santifica como os que são santificados, todos vêm de um só. Por isso, é que ele não se envergonha de lhes chamar irmãos,”
E por fim observaremos o que Shlomo (Rei Salomão) fala do Verbo divino, chamado de Sabedoria em seus versos:
Provérbios 8:22-36 “O Senhor me possuía no início de sua obra, antes de suas obras mais antigas. Desde a eternidade fui estabelecida, desde o princípio, antes do começo da terra. Antes de haver abismos, eu nasci, e antes ainda de haver fontes carregadas de águas. Antes que os montes fossem firmados, antes de haver outeiros, eu nasci. Ainda ele não tinha feito a terra, nem as amplidões, nem sequer o princípio do pó do mundo. Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando traçava o horizonte sobre a face do abismo; quando firmava as nuvens de cima; quando estabelecia as fontes do abismo; quando fixava ao mar o seu limite, para que as águas não traspassassem os seus limites; quando compunha os fundamentos da terra; então, eu estava com ele e era seu arquiteto, dia após dia, eu era as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo; regozijando-me no seu mundo habitável e achando as minhas delícias com os filhos dos homens. Agora, pois, filhos, ouvi-me, porque felizes serão os que guardarem os meus caminhos. Ouvi o ensino, sede sábios e não o rejeiteis. Feliz o homem que me dá ouvidos, velando dia a dia às minhas portas, esperando às ombreiras da minha entrada. Porque o que me acha acha a vida e alcança favor do Senhor.

Mas o que peca contra mim violenta a própria alma. Todos os que me aborrecem amam a morte.”

sábado, 16 de março de 2019

Análise do Livro de Apocalipse – Capítulo-2 Mensagem à Igreja de Pérgamo

Em continuação a nossa análise de Apocalipse verso a verso, iremos verificar o contexto da mensagem enviada à Igreja de Pérgamo no Capítulo 2 dos versos 12º ao 17º.


Carta à comunidade em Pérgamo

Apocalipse 2:12 Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes:

A origem do nome da comunidade é muito controversa, existindo diversas linhas de análise, sendo a primeira e mais comumente aceita é a que diz que o termo Πέργαμος (Pérgamos) venha de πύργος (purgos) que tem em si a significância de fortificação alta, verificado a corruptela ou evolução do termo para ramos linguísticos da Europa onde se tem o Berghes, Burgus e por fim Burgos que seria uma cidade murada que deu origem ao termo burguesia na idade moderna ou seja reunião dos moradores de um burgo.
Outra origem seria a que leva em conta os mitos da Ilíada de Homero, que remonta a história de Troia, possível cidade de Pérgamo, e o seu Rei Príamo sendo que o termo Pérgamo nesta abordagem deriva de uma corruptela do nome do rei que advindo de termo na antiga língua da ásia menor priya-muwa* carrega em si a ideia de excepcional coragem ou coragem prima, inata.

E nos pautando nestas significâncias tanto de “excepcional coragem” como “proteção de cidade alta” para designar a comunidade de Pérgamo é que começamos a nossa análise do terceiro ano dos sete últimos anos antes da vinda do Senhor, podemos articular inicialmente algo que leve em consideração a significância de proteção de uma cidade alta, nos fazendo pensar na Jerusalém Celestial que assim como a eternidade já permeia a vida dos santos pela antecipação do Reino já presente de maneira interna e espiritual em cada membro do corpo do Mashiach na Terra, que a cada manifestação de poder e autoridade, milagre, prodígio e maravilha demonstra em parte aquilo que será em sua totalidade vivenciado após a glorificação dos corpos e a implantação física do Reinado Messiânico a partir do trono de David em Jerusalém.

Tal assunto de cidadania espiritual e não terrena nos fez lembrar da passagem a seguir de Filipenses que também apresenta em seu contexto os infiltrados que tem como deus o seus próprios ventres, fazendo ligação novamente a reprimenda de Yeshua que condena a presença dos “nicolaítas” no meio da congregação: 
Filipenses 3:17-21  “Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós. Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz do Messias. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Yeshua o Messias, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.
Vemos que Paulo pede que os membro do Corpo do Messias emitem tanto o modo de proceder dele mesmo que emita o Messias como o do próprio Messias, e assim como Yeshua aqui em Ap. 2:12 é descrito como tendo uma espada de dois gumes saindo de sua boca,  ou seja própria palavra de D-us conforme vemos em Hebreus 4:12-13 “Porque a palavra de D-us é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.” A igreja nesta altura dos acontecimentos já em meio ao terceiro ano dos últimos sete, deve começar a dar ênfase não mais somente a um dos gumes da Palavra de D-us que é a boa nova de misericórdia e graça mas também ao outro gume que seria a Justiça Divina e aproximação do Dia da Ira do Senhor e o derramamento de seu juízo.
Ou seja aqui é uma boa oportunidade de recuperamos a correlação das comunidades dos último sete anos com as duas testemunhas de Apocalipse 11 pois vejamos Ap. 11:3-5 “E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco. Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Senhor da terra. E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca e devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto.”  Vemos que a igreja (as duas casas, judeus e ex-gentios crentes) recebem poder para a pregação do evangelho por três anos e meio sem que haja uma ação institucional e legalizada do poder mundial contra tal missão destes escolhidos, e assim como a Palavra de D-us é representada como uma espada de dois gumes, aqui ela é representada como fogo que saí da boca dos escolhidos para condenar os inimigos, como nas figuras proféticas de Jeremias 5:14 “Portanto, assim diz o SENHOR, o D-us dos Exércitos: Visto que proferiram eles tais palavras, eis que converterei em fogo as minhas palavras na tua boca e a este povo, em lenha, e eles serão consumidos.” e Jeremias 23:29 “Não é a minha palavra como fogo, diz o SENHOR, e como um martelo que esmiúça a penha?” , ou seja, as duas testemunhas poderão usar o gume de justiça e juízo contra aqueles que se levantarem contra a sua missão dentro destes três anos e meio iniciais lhe imputando a morte, não física e imediata, mas a segunda morte, e é dentro deste período que se enquadra o contexto da congregação de Pérgamo, que com sua “excepcional coragem” confiante na “proteção que vem do alto” começa a migração da mensagem de um só gume de misericórdia e graça para a espada de dois gumes onde o fogo da justiça e do juízo apontando para o dia da Ira do Senhor também figurará na mensagem.

Apocalipse 2:13 Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, mesmo nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. 

Muito tem se falado que o termo “trono de Satanás” indica a Turquia, mais precisamente a cidade de Pérgamo, hoje atual Bergama, como tendo referência ao possível local de estabelecimento do governo do Anticristo, mas não podemos precisar tal assertiva, o que podemos dizer baseado nas palavras dos apóstolos é que o mundo é o trono de Satanás:

1ª João 5:18-19 “Sabemos que todo aquele que é nascido de D-us não vive em pecado, porque quem é nascido de D-us guarda a si mesmo, e o Maligno não pode tocar nele. Sabemos que somos de D_us e que o mundo inteiro jaz no Maligno.”
Lucas 4:5-7  “Então o diabo, elevando-o, mostrou-lhe, num momento, todos os reinos do mundo. Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua.”
Efésios 2:2 “Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência;”
Efésios 6-11-13 “Revesti-vos de toda a armadura de D-us, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste mundo, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Portanto, tomai toda a armadura de D-us, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.” 
2ª Coríntios 4:3-4 “Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste mundo cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória do Messias, o qual é a imagem de D-us.” 
Com base nestes textos e muitos outros contextos, vemos que o mundo é dominado por Satanás, e a igreja espalhada pelo mundo está portanto onde Satanás habita e governa por isso a figura do trono, mas voltando à nossa abordagem de que este contexto de Pérgamo é para demonstrar os acontecimentos do terceiro ano dos sete anos finais, podemos compor que a Terra como um todo onde Satanás habita e governa estará no contexto físico de perseguição de Pérgamo, no limite para começar a perseguição institucional e legalizada, ou seja, por meio de decreto, contra às testemunhas de Yeshua e obedientes à Lei de D-us; Antipas é retratado aqui como uma figura da testemunha (mártir no original) fiel que no local de habitação e domínio do mal sofre o martírio, sendo o motivo o de não se conformar (tomar forma) com este mundo, como indica a junção dos termos gregos da formação do nome τντί-πας (Anti-pas) significando contra todos, contra o mundo, nos fazendo lembrar do texto de 1ª João 2:15-17 “ Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de D-us permanece eternamente.”
Não há muitos relatos sobre os motivos e a forma da morte de Antipas, há somente o que é dito como tradição folclórica patrística que indica que Antipas foi líder da comunidade de Pérgamo indicado pelo próprio João, e que em determinada situação se negou a prestar culto imperial, ou seja, não se dobrou à Imagem do Imperador Romano que na época era Domiciano, e por castigo foi preso a uma espécie de touro de bronze sendo aquecido até morrer cozido dentro dele, situação que podemos pegar o contexto de fidelidade ao Senhor que na figura de Daniel e seus amigos na corte de Nabucodonosor não se deixaram levar, nem mesmo pela ameaça de morte, à uma atitude de idolatria, e é esta atitude de constância e perseverança em meio a ameaça real de martírio que Yeshua elogia a comunidade que conserva o nome do Senhor e não nega a sua fé.

Apocalipse 2:14 Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição.

A menção a Balaão, figura do falso profeta, se dá neste contexto para demonstrar que é próximo a este período do terceiro ano dos sete anos finais que surge a segunda besta, o Falso Profeta descrito em Apocalipse 13:11-14 “Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão. Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada.  Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens. Seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu;” corroborado com a descrição que é feita do falso profeta em  Apocalipse 19:20 “Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem. Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre.”

Em nossa abordagem até aqui, temos visto no desenrolar dos acontecimentos dos sete anos finais, a igreja enfrentando inimigos externos, infiltrados, rebeldes internos e neste ponto da história, tem de enfrentar aquele que representa a soma de todas as concepções bíblicas de Falso Profeta, e para tanto Yeshua busca na figura de Balaão e suas artimanhas, os elementos necessários para alertar sua igreja, para que ela não seja enganada por falta de conhecimento em pontos específicos da forma e atuação deste Falso Profeta.
A duas principais formas de ataques ensinados por Balaão à Balaque eram os que contaminavam o corpo (Números 25) seja pela internalização da idolatria ao se comer de coisas sacrificadas à ídolos seja pela imoralidade sexual que consistia desde o simples envolvimento amoroso com as moabitas até a prostituição ritual ante aos templos e imagens de baal-peor (senhor dos orifícios ou senhor da largura – nos fazendo lembrar da larga porta que conduz à perdição descrita em Mateus 7:13, que  não por acaso nos versos seguintes de 15 em diante dá precauções contra os falsos profetas e de como identificá-los).
Estes tipos de ataque levam à pecados de contaminação tão nocivos à vida dos crentes que são abordagens recorrentes nas instruções dos apóstolos, tanto que tamanha preocupação de resguardar em um nível mínimo de pureza ritual às comunidades recém-formadas como muitos gentios, fez com que se instituísse regras básicas para que os gentios se apresentassem minimamente aptos para o convívio com os judeus tementes que levavam a sério as questões de contaminação ritual e assim no denominado 1° Concílio de Jerusalém (Atos 15) por meio de testificação dos apóstolos e dos anciãos foi decidido que para entrada nas comunidades os gentios recém-chegados a fé deveriam se abster de quatro práticas, a saber, das coisas sacrificadas à ídolos, da carne sufocada, do sangue e por fim dependendo da tradução, pode-se ter as seguintes expressões: imoralidade sexual, prostituição, relações sexuais ilícitas ou fornicação.
Tais práticas mínimas são o que a tradição judaica nomeia de leis noéticas, ou as sete leis de Noach aplicadas para a convivência pacífica entre judeus e gentios em locais de maioria judaica, estas leis são uma abordagem resumida dos dez ditos “dez mandamentos” mas carregam em si princípios morais e não só de pureza ritual, pois quando é dito para haver abstenção do sangue não é para não se comer sangue que é implícito em não se comer carne sufocado, mas é sim para se evitar derramamento de sangue, ou seja, para que se evite assassinatos, vinganças de sangue e guerras. A questão de se evitar carne sufocada, além do que já foi dito sobre a necessidade de não comer sangue, é uma orientação para que não haja sofrimento do animal, que se for morto sem os devidos cuidados, para que ele não se aflija, se apavore e se debata de medo, e assim despeje em seu organismo  hormônios em grande quantidade, que tornar a carne imprópria para o consumo (treifel ou não Kosher) a tornando organicamente prejudicial; E por fim as duas práticas foco da doutrina de Balaão, a contaminação por coisas sacrificadas à ídolos que não é a simples ingestão de alimentos consagrados de modo consciente, mas sim atrelado a tal prática a despreocupação de fazer isso sem se ater que tal ato possa a escandalizar o seu irmão fraco na fé, pois ao ser vista num banquete em honra a um ídolo, tal pessoa passará a imagem de idólatra, que coxeia entre dois pensamentos (1º Reis 18:21) que tem dois senhores (Mateus 6:24) ou seja aquele que traz escândalo e cria sobre si expectação de juízo (Mateus 18:7 e Lucas 17:1), e mesmo “tendo a visão” de que isso não é errado em si mesmo, por entender que os ídolos não são coisa alguma, mas por consciência não só a própria mas pela consciência dos demais membros do corpo do Messias devemos evitar o escândalo, podemos comprovar tal entendimento tando em relação à alimentação em Romanos 14 e conforme a seguir em 1ª Coríntios 8: 
“No que se refere às coisas sacrificadas a ídolos, sabemos que todos temos conhecimento. O conhecimento leva ao orgulho, mas o amor edifica. Se alguém julga conhecer alguma coisa, ainda não conhece como deveria conhecer. Mas, se alguém ama a D-us, esse é conhecido por ele.
Quanto a comer alimentos sacrificados a ídolos, sabemos que o ídolo, por si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só D-us. Porque, ainda que existam alguns que são chamados de deuses, quer no céu ou sobre a terra — como há muitos “deuses” e muitos “senhores” —, para nós, porém, há um só D-us, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos, e um só Senhor, Yeshua o Messias, por meio de quem todas as coisas existem e por meio de quem também nós existimos. Entretanto, nem todos têm esse conhecimento. Alguns, acostumados até agora com o ídolo, ainda comem desses alimentos como se fossem sacrificados a ídolos; e a consciência destes, por ser fraca, vem a contaminar-se. Não é a comida que nos torna agradáveis a D-us, pois nada perderemos, se não comermos, e nada ganharemos, se comermos. Mas tenham cuidado para que essa liberdade de vocês não venha, de algum modo, a ser tropeço para os fracos. Porque, se alguém enxergar você, que tem conhecimento, sentado à mesa no templo de um ídolo, será que a consciência do que é fraco não vai ser induzida a participar de comidas sacrificadas a ídolos? E, assim, por causa do conhecimento que você tem, perde-se o irmão fraco, pelo qual o Messias morreu. E, deste modo, pecando contra os irmãos, ferindo a consciência fraca que eles têm, é contra o Messias que vocês estão pecando. E, por isso, se a comida serve de escândalo ao meu irmão, nunca mais comerei carne, para que não venha a escandalizá-lo.”

Bem como a ligação com o contexto de Números 25 e as ciladas de Balão e a punição aos transgressores, pela admoestação de Paulo em sua 1ª carta aos Coríntios no capítulo 10: 
Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar, tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moshe. Todos eles comeram de um só manjar espiritual (maná)  e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era o Messias. Entretanto, D-us não se agradou da maioria deles, razão por que ficaram prostrados no deserto. Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. 7 Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; porquanto está escrito: “ O povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se.” (Ex. 32:6)
E não pratiquemos imoralidade, como alguns deles o fizeram, e caíram, num só dia, vinte e três mil. (Nm. 25:9)
Não ponhamos o Senhor à prova, como alguns deles já fizeram e pereceram pelas mordeduras das serpentes. (Nm. 21:6)
Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador. (Nm. 16:46-49)
Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado. Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia. Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas D-us é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.
Portanto, meus amados, fugi da idolatria. Falo como a sábios; julgai vós mesmos o que digo. Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue do Messias? O pão que partimos não é a comunhão do corpo do Messias? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos participamos do único pão. Considerai o Israel segundo a carne; não é certo que aqueles que se alimentam dos sacrifícios são participantes do altar? Que digo, pois? Que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Ou que o próprio ídolo tem algum valor? Antes, digo que as coisas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a D-us; e eu não quero que vos torneis associados aos demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou provocaremos zelos no Senhor? Somos, acaso, mais fortes do que ele?
Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem. Comei de tudo o que se vende no mercado, sem nada perguntardes por motivo de consciência; porque do Senhor é a terra e a sua plenitude. Se algum dentre os incrédulos vos convidar, e quiserdes ir, comei de tudo o que for posto diante de vós, sem nada perguntardes por motivo de consciência. Porém, se alguém vos disser: Isto é coisa sacrificada a ídolo, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; consciência, digo, não a tua propriamente, mas a do outro. Pois por que há de ser julgada a minha liberdade pela consciência alheia? Se eu participo com ações de graças, por que hei de ser vituperado por causa daquilo por que dou graças? Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de D-us. Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a igreja de D-us, assim como também eu procuro, em tudo, ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos.”   
 
          
Paulo ainda em sua Carta aos Coríntios no capítulo 6 fala da questão da imoralidade, prostituição de pecar contra o corpo e admoesta que somos um só corpo com o Messias e habitação do Espírito Santo e portanto temos que perseverar em glorificar à D-us com todo o nosso ser, 1ª Coríntios 6:12-20:
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. Os alimentos são para o estômago, e o estômago, para os alimentos; mas D-us destruirá tanto estes como aquele. Porém o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo. D-us ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará a nós pelo seu poder. Não sabeis que os vossos corpos são membros do Messias? E eu, porventura, tomaria os membros do Messias e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não. Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne.  Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de D-us, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a D-us no vosso corpo.”
Ao nos depararmos com tanta preocupação apostólica com estes dois temas, concluímos por hipótese que o Falso Profeta apresentado em Apocalipse 13 como sendo a besta que se levanta da terra pode se utilizar destas práticas para introduzir no meio dos santos de forma sorrateira as mazelas que Balaão conseguiu infligir no meio dos filhos de Israel, podendo tais práticas em até certo aspecto se relacionar com a marca da besta, pois ao introduzir a mentalidade (marca na testa = sinal por frontais entre os olhos Dt. 6:8) no meio dos santos, e alguns destes como dito “tendo a visão” de que o participar de alguma forma de banquete em homenagem ao Líder Mundial que trouxe a tão esperada paz e segurança, não traz problemas, não seria idolatria introjetada através do alimento em honra ao Anticristo, gerando assim o escândalo em meio dos santos, nos quais os fracos na fé acabariam ou por participar de tais banquetes e se contaminariam como Paulo assevera em Romanos 14 que pela fraqueza de suas consciências se condenariam por falta de fé, ou por enfraquecer suas convicções por ver parte do corpo do Messias se dando ao erro, ao ponto de desistir da fé não perseverando e perdendo não só o galardão como a vida eterna.
A prostituição, ou a imoralidade sexual poderia ser considerada a marca na mão (sinal na mão direita = vivência, ou prática determinada como trabalho)  ou seja a prática corrente das pessoas que  introjetaram em suas vidas uma consciência cauterizada onde o corpo a figura do que diziam os  hedonistas ou gnósticos não precisa de privações em seus desejos pois o que interessava era o imaterial dos bons pensamentos e filosofias éticas, e portanto o se deixar livre nas mais desprezíveis orgias e prevaricações sexuais não implicaria em punições divinas.
Deixamos claro que propomos tais figuras da marca como hipóteses possíveis e suposições aceitáveis não excluindo ou desmerecendo às ideias correntes que propõe que tais marcas sejam literais, por meio de implantes de chips, tatuagens eletrônicas, bandanas e insígnias religiosas nos braços, mas o foco que propomos aqui leva em consideração que Yeshua constantemente adverte às comunidades sobre determinadas posturas que se apresentam com correlação à doutrina (ensino interno) do dito falso profeta Balaão, e como se aproxima a metade da semana onde o pacto é quebrado com Israel e a perseguição aos santos começa, e este sendo o terceiro ano dos sete anos finais representado pela comunidade de Pérgamo, correlacionamos à necessidade da ascensão da Besta que sobe da terra de Apocalipse 13,  neste período, onde o que é descrito no contexto do capítulo tem que ser desenvolvido paulatinamente para que tenha exito, ou seja, a infiltração nas igrejas desta doutrinas, a ocorrência de sinais nos céus para a sedução de grande parte da população para que todos aceitem esta postura que pode ser a marca de forma comportamental e de pensar e ai sim quem não tiver tal postura e modo de ser e viver, divergindo do sistema implantado será caçado , perseguido e morto durantes os três anos e meio finais como é explanado no que vai acontecer com as duas testemunhas (Israel e Igreja) que terão seus corpos expostos por três dias e meio (metade da última semana) ou seja morrerão por este período de 1.260 dias (42 meses) e por fim serão ressurretas e ascenderão aos céus conforme descrição de Apocalipse 11 a partir do verso 7.
Outro ponto que nos vem a mente ao relembrarmos o entrelaçamentos do ministério das duas testemunhas de Apocalipse 11, é o poder que elas recebem de fechar os céus para que não chova pelo tempo que profetizarem que é dito ser os 1.260 dias iniciais, ou seja, pelos três anos e meio iniciais da última semana não haverá chuvas, isso impactará na produção de alimentos, e pode ser ai neste contexto que o Anticristo por meio da ação do Falso profeta possa implementar o racionamento de comida descrito no terceiro selo, o do cavaleiro do cavalo preto, e somente liberar porções de comida mediante banquetes em sua honra ou dedicados de alguma forma idólatra ao seu regime governamental e ligar isso à festas regadas à imoralidade sexual e prostituição cultual na figura do que Balaão instruiu à Balaque que fizesse aos filhos de Israel e assim trazendo a ira divina   em meio aos escolhidos, e o tom e arguição de Yeshua na mensagem a esta comunidade parece remontar a algo que se assemelha a tal situação.

Apocalipse 2:15 Além disso, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas.

Aqui aparece outro grupo com doutrinas (ensino interno) e não mais somente obras como descrito na mensagem à comunidade de Éfeso (Ap. 2:6), ou seja, neste terceiro ano se tem a propagação do ensino do que no primeiro ano a comunidade dos santos combateu de forma individualizada, a saber os praticantes do comportamento nicolaíta, seja este qual for, cujo nos comentários da mensagem à Éfeso, apresentamos através de duas possibilidades do que poderia ser, a primeira, de análise linguística, originando o termo grego nikao a partir do hebraísmo do termo אכל (nokhal) que comportar a ação desafiadora ou contestadora de Adam e Chaváh significando “nós comeremos” e assim entrelaçando novamente a ideia de se comer algo que não deveria ou que em si seria uma marca de rebeldia, como ensinado também na doutrina de Balaão e posteriormente pela falsa profetiza Jezabel em Ap 2:20; A segunda hipótese que leva em consideração o significado grego dos termos que formam a palavra nicolaítas, Νικολαί̈της Niko=domínio sobre, Lates, Laikos = povo, nos levando a entender várias passagens onde Yeshua, Paulo e Pedro falam dos lobos que dominarão sobre o povo, as vezes com pele de cordeiro, outras vezes falando coisas perversas mas sempre cobiçando o prêmio da injustiça de ouro e prata alheios (Mateus 5:17; Atos 20:29-33; 2ª Pedro 2 todo, mas com foco no verso 15).

Apocalipse 2:16 Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca.

Retoma-se aqui a ideia já mencionada no verso 12, sobre a espada ser a Palavra de D-us (Hb. 4:12,13), Yeshua orienta a comunidade dos santos em sua totalidade que se arrependa de fazer vistas grossas, corpo mole e volte a combater tais doutrinas em seu meio como fazia no primeiro ano, como retrata o elogio de Yeshua à comunidade de Éfeso, para que em sua vinda não tenha que condenar por meio da Palavra a muitos que se deixaram contaminar por tais doutrinas e assim acabarem por serem riscados do livro da vida por revelarem em suas atitudes (mão) e pensamentos (testa)  a marca da rebeldia propagada pelo Falso Profeta. 

Apocalipse 2:17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe.

Vamos analisar o trecho “Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido”, novamente verificamos o entrelaçamentos de temas pois um dos focos da mensagem à comunidade de Pérgamo é a espada de dois gumes que sai da boca do Senhor como sendo a Sua Palavra, com a qual em sua vinda o Senhor usará para pelejar contra aqueles que se deixarem marcar pelas doutrinas que envolvem entre outras o internalização da idolatria através da ingestão de alimentos consagrados, e agora aparece a promessa aos vencedores de receber o maná escondido, que pelo foco apontado nos faz lembrar de várias passagens que se encadeiam para um entendimento contextual do mistério do “maná escondido”, como por exemplo as palavras de Yeshua que ao ser tentado no deserto, responde em Mateus 4:4 “Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.” usando o texto de Deuteronômio que tem um contexto relacionado ao testar o seu povo para  saber as intenções manifestas do coração em obedecer ou não, e tendo figurado o maná, como prova do sustento de D-us nestes tempos de provações, testes e tribulações, senão vejamos,  Deuteronômio 8:1-4 “Todos os mandamentos que hoje vos ordeno guardareis para os fazer, para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR jurou a vossos pais. E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o SENHOR, teu D-us, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem.” , em resumo o maná é uma tipologia da palavra que sai da boca de D-us para sustento de seu povo, pois os filhos de Israel não plantaram nem se esforçaram para obter o seu sustento no deserto por quarenta anos, mas por meio da Palavra do Senhor foram sustentados, e Yeshua como o “logos” a personificação e encarnação da Palavra do Senhor se identifica como o sustento que vem do céu no evangelho de João na capítulo 6 que desde o seu princípio tem a temática do pão, como no episódio da multiplicação dos pães que mais pra frente é usado para o contexto desejado por Yeshua para demonstrar ser ele selado por D-us para dar sustento não só o físico e momentâneo nesta terra, que é perecível, mas o sustento que que subsiste para a vida eterna, e por fim Yeshua cita a necessidade de se fazer um só corpo por meio do comer deste pão do céu para que no último dia os que participam deste corpo se alimentando do Palavra, introjetando o Messias possam ressuscitar em corpo glorificado, e aqui que entendemos a complexidade do “maná escondido”, que na figura do maná para testemunho escondido na arca num pote de ouro (Ex.16:32-34 e Hb. 9:4), ao contrário do maná que caia diariamente, não apodrecia e cheirava mal, mas era permanente e se encontrava em um recipiente precioso no local da presença de D-us, sendo portanto figura (Hb. 10:1) de Yeshua que após ressurreto recebe um “recipiente precioso”, ou seja, seu corpo glorificado que não mais perece mas vive para sempre, e que se encontra após sua ascensão diante da presença de D-us, não na arca no santo dos santos terrestre mas à destra de D-us Pai no santo dos santos celeste, e quando ele se manifestar em sua vinda a vida que está escondida nele se manifestará em nós e seremos glorificados (Cl. 3:1-4), e aquilo que é corruptível se revestirá de incorruptibilidade (1ª Cor. 15:53-54) , assim como o maná perecia mas ao ser escondido num vaso de ouro se tornou perene para testemunho diante da presença de D-us, seremos portanto um só pão, um só corpo com o Messias (1ª Cor. 10:17).

Arrematamos tal explanação com algo da parte dos profetas com um texto que fala da restauração das duas Casas onde o contexto demonstra não mais a sombra e figura da arca com o seu conteúdo mas a realidade das coisas: Jeremias 3:14-18 ““Voltem para mim, ó filhos rebeldes”, diz o SENHOR. “Porque eu é que sou o esposo de vocês. Eu os tomarei, um de cada cidade e dois de cada família, e os levarei a Sião.” — Darei a vocês pastores segundo o meu coração, que os apascentem com conhecimento e com inteligência. E, quando vocês se multiplicarem e se tornarem fecundos na terra, então, diz o SENHOR, nunca mais se exclamará: “A arca da aliança do SENHOR!” Ela não lhes virá à mente, não se lembrarão dela nem dela sentirão falta; e não se fará outra. Naquele tempo, chamarão Jerusalém de “Trono do SENHOR”. Nela se reunirão todas as nações em nome do SENHOR e já não andarão segundo a dureza do seu coração maligno. Naqueles dias, a casa de Judá andará com a casa de Israel, e elas virão juntas da terra do Norte para a terra que dei em herança aos pais de vocês.”

Para finalizar não podemos deixar de fora uma tentativa de explanação sobre a pedrinha branca cuja  interpretações** mais prováveis  que podem se encaixar no contexto está a sugestão de que as pedras brancas, com os nomes dos destinatários inscritos, eram dadas para os vencedores das competições romanas. A pedra branca com um nome pessoal inscrito presumivelmente servia como uma entrada para um banquete de prestígio onde só participavam os vencedores. Esta pedra seria recebida após a conclusão das competições, embora isso não seja particularmente uma referência cultural judaica,  sabemos de muitos exemplos bíblicos do uso de referências culturais Greco-Romanas como ilustrações para e pelos judeus. Por exemplo Paulo, que usou muitas metáforas de esportes romanos para destacar seus pontos (Fp 3:12-14; 1 Co 9:24-27; 2 Tm 4:6-8). O escritor da carta aos Hebreus também empregou a ilustração do esporte de corrida romano e do recebimento da coroa de vencedor em Hebreus 12:1. Este tipo de ilustração era bem conhecido na Judéia que abrigava elaboradas arenas esportivas. Este tipo de analogia é  muito mais parecido com a cultura da cidade Romana de Pérgamo. Sem dúvida, os crentes perseguidos, tanto judeus como antigos pagãos, estavam cientes desta prática e dos banquetes elaborados em honra aos vencedores/ganhadores das corridas. A maioria dos crentes não tomava parte nestes jogos em virtude do fato de os jogos serem dedicados  aos deuses Romanos. Yeshua lhes diz que na realidade eles não perderam nada. A verdadeira corrida é a corrida de perseverança dedicada ao D-us de Israel. Quem persevera nesta corrida e a vence receberá uma entrada para o banquete celestial de honra eterna.
Outra possibilidade intrigante continua com o tema do vestuário sacerdotal, como já foi em  Apocalipse. O peitoral do sumo sacerdote tinha 12 pedras com os nomes das 12 tribos de Israel. Uma das pedras era considerada branca – Yahalom: “Diamante” a pedra número seis, significando o sexto filho de Lia – Zevulum.

O que é importante sobre Zevulum? Lemos em Is 9:1-7, citado em Mt 4:15 que:
“No passado ele humilhou a terra de Zebulom e a terra de Naftali, mas no futuro ele honrará a Galiléia das nações, que vai desde o Mar, além do Jordão. O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; e aos que viviam na região da sombra da morte resplandeceu-lhes a luz … Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o governo estará sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz. Para que aumente o seu governo e venha paz sem fim sobre o trono  de David e sobre o seu reino, para o estabelecer  e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e  para sempre”.
De acordo com esta interpretação, a pedra branca sagrada simboliza os gentios residentes na Galiléia que receberiam a luz através do nascimento de Yeshua. Poderia o segredo aqui ser o próprio Messias? Poderia a pedra branca apontar para Yeshua iluminando aos gentios através da pedra de yahalom outrora adornando o peito do Sumo Sacerdote de Israel? Talvez uma possibilidade.

Por Metushelach Cohen 

Referências e fontes:
Acesso em 03/2019 traduzido e adaptado de:

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Análise do Livro de Apocalipse – Capítulo-2 Mensagem à Igreja de Esmirna

Em continuação a nossa análise de Apocalipse verso a verso, iremos verificar o contexto da mensagem enviada à Igreja de Esmirna no Capítulo 2 dos versos 8º ao 11º.


Carta à comunidade em Esmirna

Apocalipse 2:8 Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver:

Yeshua se apresenta aqui como a origem e a concretização de todas as coisas, ou seja o verbo, o logos, o alfabeto divino pelo qual D-us se utilizou tanto na criação como na comunicação de sua vontade e verdade por meio hoje do que temos como “Sagrada Escritura”. Não obstante a esta identificação nota-se também o foco em falar da morte e ressurreição que é o que está perene na mensagem a esta Igreja, seja criptografado no significado de seu nome (analisaremos mais a frente), seja na apresentação e na interlocução da mensagem para com a igreja bem como em sua conclusão, sempre discorrendo sobre a possibilidade da morte e a certeza da ressurreição; Paulo sempre discorria sobre este tema num sentido de dar ânimo às comunidades perseguidas pelo testemunho e propagação do nome do Messias, conforme podemos verificar em algumas passagens a seguir: 

Romanos 14: 7-9 “Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que o Messias morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos.”
1ª Coríntios 15: 1-4...12-24 “Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que o Messias morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. … Ora, se é corrente pregar-se que o Messias ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, então, o Messias não ressuscitou. E, se o Messias não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé; e somos tidos por falsas testemunhas de D-us, porque temos asseverado contra D-us que ele ressuscitou ao Messias, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também o Messias não ressuscitou. E, se o Messias não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais: os que dormiram no Messias pereceram. Se a nossa esperança no Messias se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. Mas, de fato, o Messias ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adam, todos morrem, assim também todos serão vivificados no Messias. Cada um, porém, por sua própria ordem: O Messias, as primícias; depois, os que são do Messias, na sua vinda. E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao D-us e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder.”
Filipenses 3:9-11...20-21 “... e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, mas aquela que é mediante a fé no Messias, a justiça que procede de D-us, baseada na fé. O que eu quero é conhecer o Messias e o poder da sua ressurreição, tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua morte, para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos. … Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Yeshua HaMashiach, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.”
Origem do nome da comunidade e suas implicações.

O nome da comunidade de Esmirna no grego é Σμύρνα “Smúrna” de mesma grafia e raiz da palavra mirra, uma especiaria amarga porém de doce fragrância, termo tal que só encontramos em duas passagens do “Novo Testamento” relacionadas uma ao nascimento e outra a morte de Yeshua, ou seja, intimamente conectado ao contexto proposto à mensagem à comunidade de Esmirna, pois na passagem do nascimento de Yeshua (Mateus 2:11), a mirra assim como os demais presentes ofertados pelos Magos do Oriente é um símbolo, uma sombra, uma pré referência aos acontecimentos e propósitos da vida do Messias, pois o ouro representa a sua realeza, não só de ser filho de D-us, mas de ser a raiz de David, a qual assumirá o trono perpetuamente, o incenso que também tem mirra em sua constituição representa o Ofício Sacerdotal de Yeshua, de apresentar as orações dos seus servos diante do Pai, e interceder e advogar por eles em suas falhas, e por fim a mirra que como dissemos é uma especiaria amarga, demonstrando toda a amargura da aflição e sofrimento que o Messias teria que enfrentar até que o seu espírito fosse entregue ao Pai na morte de cruz, e exatamente neste episódio próximo ao sepultamento que o termo aparece pela segunda fez em referência à oferta de Nicodemos (João 19:39), e a extravagancia da quantidade desta oferta, chama a atenção pois segundo a medida apresentada tal pesaria mais de cem quilos em especiarias, quando na realidade, menos de 10% já seriam o suficiente para a preparação do corpo para o sepultamento segunda o costume judaico. Assim vamos além do óbvio, vejamos que Nicodemos o membro do Sinédrio que buscava o Senhor nas horas noturnas foi o alvo de uma das mensagens mais impactantes de Yeshua a saber a mensagem do novo nascimento necessário para se herdar a vida eterna, voltando portanto ao enredo da mensagem à igreja num contexto de morte e ressurreição que um novo nascimento exige em sua introspecção, sentido este que o sábio Nicodemos não alcançou, sendo necessária a explicação detalhada de Yeshua que culminou pela comparação de ser Ele mesmo levantado como na figura da serpente levantada por Moshe, para que quem necessitasse de salvação olhasse para ao que estava elevado e fosse curado, demonstrando assim todo o amor do Pai, que ofereceu o seu filho em sacrifício para que todos que nele crer não pereça mas alcance a vida eterna. (João 3:1-16). Segundo ponto é a quantidade além do necessário de especiarias ofertadas, que podem demonstrar várias atitudes intrínsecas, desde de o imenso respeito, admiração e amor de Nicodemos por Yeshua, como também a tentativa de fazer com que a fragrância se espalhasse por toda a Jerusalém pelos mais de cem quilos de especiarias utilizados no processo de sepultamento deixando na mente das pessoas que sentirem o suave cheiro de que alguém de muita honra acaba de ser conduzido ao seu descanso, nos fazendo lembrar de um Salmo messiânico o de número 45 principalmente em seu verso 8.

Mirra na Natureza - Óleos Essenciais de Mirra 
Buscando ainda pelo uso do termo mirra nas escrituras nos deparamos com as passagens de Cantares de Salomão onde a mirra e aloés são retratados, cujo o contexto podemos comparar tanto a preparação do encontro da amada (Igreja) com o seu amado (Yeshua), como o destilar doce que a amada exala assim como Paulo retrata a função dos crentes como bom perfume do Messias em pregar a palavra de D-us sem falsificações como podemos ler abaixo:
2ª Coríntios 2:15-17 “Porque para D-us somos o bom perfume do Messias, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida. E para estas coisas quem é idôneo? Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de D-us, antes falamos do Messias com sinceridade, como de D-us na presença de D-us.”
Com tantas correlações encontradas do uso da mirra pelas escrituras, desde o seu amargor, seu cheiro doce e suave e o seu uso na preparação para a morte (Mateus 26:7-12) é que podemos compreender o porquê a igreja que representa o segundo ano dos sete últimos anos ter sido Esmirna, bem como entendemos a necessidade de Yeshua em sua apresentação deixar claro que uma vez morto ele pode reviver e assim trazer esperança para todos aqueles que a exemplo dele passarão pela amargura das tribulações para assim exalar o bom perfume dele, tanto nas boas obras como na proclamação do evangelho e que por fim estes serão preparados na unção para a morte em amor e santificação ao nome de D-us.

Apocalipse 2:9 Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás.

Na continuação de nossa abordagem, vemos aqui após o primeiro ano representado pela Igreja de Éfeso, onde os santos foram selados e revestidos de poder para a pregação do evangelho por todo o mundo, na figura das duas testemunhas de Apocalipse 11, e cumprimento cabal da profecia de Joel 2, na qual a dificuldade maior era o equilíbrio entre o intelectualismo para a defesa da sã doutrina fundamental para fé, tão atacada pelos inúmeros falsos profetas, mestres e messias dos fins dos tempos, e a necessidade de que tal embate não enfraqueça a empatia e a relação fraternal dos irmãos já constituídos e dos que ainda necessitam ser alcançados, não permitindo assim o esvanecer do primeiro amor que é o impulsionador do deslocamento para as missões em toda a Terra bem como para o convívio nas comunidades formadas a todo tempo preparadas para as futuras perseguições, aflições e tribulações em amor do nome de D-us e do cordeiro.

Agora adentrando no segundo ano temos a igreja já enfrentando algum tipo de tribulação talvez já pela ação do Anticristo ou pelos seus seguidores que enxergam na figura destas testemunhas um tipo de rebeldia ou até fanatismo, causando dissenção quanto ao governo estabelecido, governo este que aos olhos do mundo é benéfico por trazer estabilidade, a tão almejada paz e segurança globais.

A pobreza ou falta de recursos materiais descritos, mesmo sendo rico em bençãos espirituais pela unção dobrada do Espírito Santo e pelas promessas diretas de Yeshua, devem ser entendida pelo desdobramento da ação missionária, onde os recursos possuídos outrora pelos selados para a missão de proclamação do evangelho por toda a terra por 1.260 dias, foram usados no desenvolvimento desta missão, seja nos longos deslocamentos como no sustento inicial destes, que agora na figura do profeta Eliyahu de forma individual vão ter que mais e mais confiar no sustento proveniente de D-us (1ºReis 17:1-16), ou como comunidades constituídas vão ter que ter tudo em comum, e ao fim depender assim como Moshe o fez por quarenta anos no deserto, única e exclusivamente da misericórdia divina que provia água da rocha, pão do céu, e vez por outra codornizes.

Após o primeiro ano de enfrentamento de inimigos externos, agora vemos um problema de infiltração causando problemas internos, podendo ser até mesmo um agravamento da situação do ano inicial referente a falta do primeiro amor, que se mostra crescente pelo intelectualismo e ortodoxia rígida da postura de embate necessárias ao enfrentamento aos ataques externos, situação na qual alguns membros das recém-formadas comunidades dos últimos dias, sendo possuidores de similaridades aos de posturas restauracionistas, efraimitas, “messianitas” e afins de hoje em dia, e que na figura do que já ocorria com Paulo em suas viagens missionárias, principalmente no estabelecimento da comunidade da Galácia, começam a ter uma crise identitária, nos melhores casos, ou uma avassaladora idolatria ao que é judaico, ao ponto de transtornarem a mente, gerando a ilusão de que o judaísmo é o melhor e único caminho, criando-se assim a necessidade patológica de auto intitulação de judeu, lembrando que aqui se trata de falsos judeus no âmago da questão e não ao que há séculos os cristão vem apregoando de forma antissemitas, que aqui se tratam de judeus na carne que não são “judeus no espíritos” e portanto são sinagoga de satanás. E notamos a parcialidade que até no uso do termo συναγωγή “sinagogé” que em Tiago 2:2 é vertido por assembleia ou ajuntamento sem problema interpretativo algum, mas que aqui neste verso 9 não há uma tradução, seja ela em português ou inglês que não só translitere o termo “sinagogé” para sinagoga ao invés de traduzi-lo da melhor maneira tirando assim o ranço aparentemente antissemita dos tradutores, pois não haveria problema algum deixar a tradução mais ou menos assim: “….blasfêmia dos que se passam por judeus mas não passam de imitadores fantasiados, sendo antes de tudo um ajuntamento do inimigo.” demonstrando assim que a postura destes infiltrados que é tão prejudicial ao convívio, pois as ideias que eu chamo de Galatianas por ser exatamente o que Paulo enfrentou na Galácia, é que derrubam as pessoas da fé, pois tais começam a se fiar em seus próprios méritos de obediência à Torah e nos seus ritos eloquentes e de aparência rebuscada que por fim ao entristecer o Espírito de misericórdia do Senhor por tal atitude prepotente e arrogante de desmerecer o sacrifício remissor de Yeshua atrelando meritocracia ao processo, se tornam desta maneira em anátemas e futuros inimigos do evangelho, como já temos visto em nossos dias os membros dos grupos como o extinto “Tora Viva”, alguns que criaram a cisão na CINA, alguns indivíduos que saíram da AMES e hoje se proclamam ortodoxos, os seguidores de Markus Abobrão, cujo o nome eu não posso citar por ameaças de processos, e tais que aqui só seriam válidos se ele aceitar e se identificar com a alcunha de Abobrão falador de Abobrinhas, e por fim muitos outros testemunhas de ya-ye-yo-yu-xúa que se perdem em formas e ritos e penduricalhos e deixam escapar a essência de tão grande graça nos dada por meio do sacrifício de Yeshua e sua ressurreição.

Apocalipse 2:10 “Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”

Novamente, como já relatado sobre a apresentação de Yeshua à igreja no começo da mensagem, tem-se o foco na possibilidade de morte, e promessa de ressurreição ou seja a coroa da vida dada aos aprovados que fielmente perseverarem até o fim, como bem admoestado por Tiago e por Paulo comparado à conquista dos competidores esportivos como podemos ler respectivamente a seguir:

Tiago 1:12 “Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.” 
1ª Coríntios 9:23-27 “Tudo faço por causa do evangelho, para ser também participante dele. Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todos esforçando-se em tudo tem auto-controle; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma coroa incorruptível. Pois eu assim corro, não como não tendo objetivo; assim combato, não como batendo no ar. Antes, esmurro o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.”
Nesta mensagem de encorajamento não é furtada a possibilidade de sofrimento, tribulação e morte, portanto é com a verdade dos fatos que as testemunhas do Messias e seu evangelho tem que ser confrontadas, e sabendo que D-us refina no fogo aos tesouros que separou para sua honra e glória.
1ª Pedro 1:3 “ Bendito seja o D-us e Pai de nosso Senhor Yeshua o Messias, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Yeshua o Messias dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar, reservada nos céus para vós que, mediante a fé, estais guardados pelo poder de D-us, para a salvação já prestes para se revelar no último tempo, Nisso alegrais grandemente, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na aparição de Yeshua o Messias; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma.
A menção de um tempo de dez dias de tribulação e prisão para se provar a fé das testemunhas, pode ser uma simples determinação de um espaço breve de tempo como no texto acima, ou pode ser uma menção profética para nos lembrarmos das festas e seus significados, pois temos nas festas de outono um período de dez dias entre Yom Teruáh (Dia da aclamação com voz de trombeta) que é inciado no primeiro dia do sétimo mês (Tishrei) e que termina em Yom Kippur (Dia da Expiação) no decimo dia do sétimo mês, período este conhecido na liturgia judaica como Yamin Noraim (Dias de Temor). 


Como explicado anteriormente nos demais estudos do Livro de Apocalipse onde abordamos superficialmente o papel das Festas e seus significados para uma boa compreensão do contexto dos últimos dias, aqui retornamos à abordagem para entendermos a menção destes dez dias, que entendemos ser não dez dias literais mas sim dez dias proféticos que abrange os sete últimos anos antes da saída de nosso sumo sacerdote do santuário celeste, a saber, o retorno de Yeshua. Portanto temos que compreender que o Yom Teruáh ( Dia de aclamação com voz de trombeta) começa com a capacitação das duas testemunhas de Apocalipse 11, que representam a totalidade do povo de D-us, ou seja as duas casas de Israel, formada por judeus remanescentes crentes, a Casa de Judáh ou antigo Reino do Sul ( formadas pelas tribos de Judáh, Benjamim e Levi), e por enxertados advindos de todas as nações por onde a casa de Israel antigo reino do norte foi disperso pelos Assírios (formados pelas outras 10 tribos), ou seja todo o povo de D-us que não se dobrou à outro senhor, será capacitado no cumprimento pleno de Joel 2, para a pregação do evangelho por todo o mundo conforme Isaías 66:19-24 e Mateus 24:14 e este período de pregação seja para o arrependimento e misericórdia por três anos e meio, seja para a repreensão e justiça (toque das sete trombetas) pelos outros três anos e meio, é que compreendemos ser a aplicação profética da festa de Yom Teruá, e como já explicado, o termo תְּרוּעָה “Teruáh” significa aclamação com voz como de trombeta, ou seja, o é uma proclamação em alta voz para chamar atenção pública para um evento importante, seja uma solenidade santa, um alerta para a guerra, uma aclamação de entronização de um rei, portanto tal aclamação pública em alta voz é entendida e associada ao som de trombeta e muitas vezes é usada uma trombeta propriamente dita, ocorre no texto original quando aparece o termo shofar teruáh, uma aclamação de alta voz acompanhada de toques de shofar, toques estes que podem ser de três formas distintas cuja a forma indica situações diferentes, Tekiá seria um som mais forte e contínuo, como um longo suspiro; Shevarim seria três sons interrompidos, como soluços e o Teruáh – nove sons curtíssimos como suspiros entrecortados bem altos e é este o toque de alerta para a preparação para algo iminente e por isso associado profeticamente à proclamação do evangelho em alta voz por todo o mundo. 
Levítico 23:24-25 “Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com Teruáh (aclamação com voz como de trombeta), santa convocação. Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada ao SENHOR.”
Vemos que na indicação da festa de 1° de Tishrei se tem o mandato de se fazer um memorial com aclamação em alta voz como de trombeta, entretanto nem mesmo na tradição judaica tem-se o motivo de tal memorial e aclamação, somente no pós exílio babilônico que surge a ideia da aclamação da criação do homem, determinando assim o aniversário de Adam e posteriormente chamado tal data de cabeça do ano, Rosh Hashaná, sendo que isso não tem amparo bíblico, pois o começo do ano bíblico é no mês da primavera (Abib) ou seja no mês de Nissan. Por todo este mistério que envolve a festa é que entendemos que ela é a mais profética em relação ao tempo do fim de todas as festas principalmente por não ter um amparo em fatos históricos e bíblicos como tem-se na comemoração de Pessach, Shavuot e até mesmo Sucot.

Nota-se que nesta solenidade é para não se ter trabalho servil, indicando que os escolhidos e capacitados do tempo do fim não poderão se preocupar com tarefas comercias que lhe garantam ganhos sendo a dedicação exclusiva para o proclamação do evangelho em alta voz como de trombeta, e tem-se também a oferta queimada ao Senhor indicando que a nossa vida em constante aflição e tribulação em amor ao nome do Senhor e à proclamação deste amor, é oferecida constantemente diante do altar do Senhor.
Romanos 12:1-2 “Rogo-vos, pois, irmãos, pela misericórdia de D-us, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a D-us, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de D-us.”
Para comprovarmos a ação de proclamação das verdades divinas e chamada ao arrependimento com o toque como de trombeta poderíamos citar inúmeros contextos bíblicos mas nos ateremos aos que envolvem os profetas, vejamos algumas passagens sobre o tema:

Isaías 58:1 “Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados.”
Jeremias 4:5-6 “Anunciai em Judá, fazei ouvir em Jerusalém e dizei: Tocai a trombeta na terra! Gritai em alta voz, dizendo: Ajuntai-vos, e entremos nas cidades fortificadas! Arvorai a bandeira rumo a Sião, fugi e não vos detenhais; porque eu faço vir do Norte um mal, uma grande destruição.
Ezequiel 33:1-6 “A palavra do SENHOR veio a mim, dizendo: Filho do homem, fale com os filhos de seu povo e diga-lhes: Quando eu fizer vir um exército inimigo sobre uma terra, se o povo dessa terra escolher um homem do meio deles e o constituir por seu atalaia, e se, ao ver que o inimigo se aproxima, esse atalaia tocar a trombeta e avisar o povo, então aquele que ouvir o som da trombeta e não se der por avisado, se o inimigo vier e o abater, esse será responsável pela sua própria morte. Ele ouviu o som da trombeta e não se deu por avisado; será responsável por sua própria morte. Se ele tivesse dado atenção ao aviso, salvaria a sua vida. Mas, se o atalaia vir que vem o inimigo e não tocar a trombeta, e o povo não for avisado, se o inimigo vier e abater um deles, este fo i abatido na sua maldade, mas quem será responsável pela morte dele é o atalaia.”
Sofonias 1:14-18 “Está perto o grande Dia do SENHOR; está perto e muito se apressa. Atenção! O Dia do SENHOR é amargo, e nele clama até o homem poderoso. Aquele dia é dia de ira, dia de angústia e dia de alvoroço e desolação, dia de escuridade e negrume, dia de nuvens e densas trevas, dia de toque de trombeta e de grito de guerra (Teruáh) contra as cidades fortes e contra as torres altas. Trarei angústia sobre os homens, e eles andarão como cegos, porque pecaram contra o SENHOR; e o sangue deles se derramará como pó, e a sua carne será atirada como esterco. Nem a sua prata nem o seu ouro os poderão livrar no dia da ira do SENHOR, mas, pelo fogo do seu zelo, a terra será consumida, porque, certamente, fará destruição total e repentina de todos os moradores da terra.”
Amós 2:1-2 “Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Moabe e por quatro, não sustarei o castigo, porque queimou os ossos do rei de Edom, até os reduzir a cal. Por isso, meterei fogo a Moabe, fogo que consumirá os castelos de Queriote; Moabe morrerá entre grande estrondo, (Teruáh BeKol Shofar) aclamação com voz de trombeta. 3 Eliminarei o juiz do meio dele e a todos os seus príncipes com ele matarei, diz o SENHOR.”
Joel 2:1 “Tocai a trombeta em Sião e clamai em alta voz no monte da minha santidade; perturbem-se todos os moradores da terra, porque o dia do SENHOR vem, ele está perto;
Agora que o contexto profético de Yom Teruáh está esclarecido, vamos aos dias compreendidos até Yom Kippur, conhecidos na tradição judaica pelos nomes de Yamim Noraim (Dias Temíveis ou de Temor) e por Asseret Yemei Teshuváh (Dez dias de Arrependimento), pois segundo a tradição em Yom Teruáh os livros das ações humanas começam a ser examinados no primeiro dia do sétimo mês para a sentença que culmina com a inscrição no livro da vida e os riscados que figuram no livro para a morte, sendo o Yom Kippur o dia que tal decreto é estabelecido diante do povo tanto na sobrevivência do sumo sacerdote que saíra com vida do Santos dos Santos, tanto na aceitação do sacrifício expiatório do bode que leva sobre si os pecados do povo, que segundo a tradição levava amarrado em sua cabeça um fio de cor escarlate, e após a sua ida ao deserto e morte na queda do precipício, ao se verificava o fio e o mesmo tivesse mudado de cor, ficando branco, era sinal da aceitação de D-us de todo o cerimonial de Yom Kippur e o povo se alegrava adentrando à festa de Sucot, entronizando o Senhor no meio deles (Emmanu-el) e lembrando de como era a habitação em tendas na dependência do Senhor.

Mas os dez dias são de extrema pressão espiritual, onde o acusador aponta as falhas, e busca a condenação de cada ato contrário à vontade de D-us que tenha sido cometido por cada membro do povo, e a cada proclamação ao som da trombeta neste período chamando ao arrependimento e a reconciliação para com o próximo, o coração fica aflito, contristado e quebrantado e assim mediante ao arrependimento e restituição a sentença para inscrição no livro da vida e da morte pode ser alterada, portanto este dez dias são a última oportunidade de uma renovação de atitudes que serão testadas como ouro que passa pelo fogo e se não queimado se perdendo ficará mais puro e reluzente, e também de um novo nascimento para aqueles que se achegam alertados pela aclamação como voz de trombeta, e assim o juízo seja favorável. 

E como dito estes dez dias de tribulação e prisão alertados à comunidade de Esmirna serão iniciados com a proclamação das duas testemunhas no período final de sete anos até o Yom Kippur profético onde o nosso Sumo Sacerdote, Yeshua o Messias, sairá do Santo dos Santos Celeste 
Hebreus 9:24-28 “Porque o Messias não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de D-us; nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado. E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também o Messias, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.” 
E a saída do Senhor do Santos dos Santos Celeste ao som da última trombeta a trombeta de Yovel (Jubileu) que era tocada no décimo dia do sétimos més conforme Levítico 25:8-9 “Contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos, de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos. Então, no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta vibrante; no Dia da Expiação, fareis passar a trombeta por toda a vossa terra.”, sendo o último ciclo de cinquenta anos ao homem pois entendemos o tempo dado por D_us ao homem em Gênesis 6:3 foi de cento e vinte ciclos e cada ciclo tendo cinquenta anos fecha o seis mil anos do homem na terra, e portanto tal evento representará a vinda de Yeshua para a proclamação do ano aceitável do Senhor, com a aceitação do seu próprio sacrifício inscreverá o nome dos santos no livro da vida, os glorificando com o que é incorruptível e trazendo juízo para os riscados e inscritos no livro da morte, trazendo sobre a Terra o Dia da Ira do Senhor, o Dia da Restituição, onde as taças da ira de D-us serão derramadas. 

Apocalipse 2:11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte.

Se encerra a mensagem à comunidade de Esmirna, a representante do segundo ano dos sete anos finais, assim como se iniciou e discorreu toda a temática, sendo que aqui também se fala de vencer, conquistar, combater o bom combate, guardar a fé e perseverar até o fim e ter como recompensa a coroa da vida, a glorificação, a inscrição no livro da vida e a ressurreição em incorruptibilidade que nos livra da segunda morte, a saber, a condenação ao lago de fogo e enxofre conforme Apocalipse 20:14-15:
“Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.” 
E por fim terminamos com uma benção de Apocalipse 20:6 “Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de D-us e do Messias e reinarão com ele os mil anos.”

Por Metushelach Cohen 
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