שמע ישראל י-ה-ו-ה אלקינו י-ה-ו-ה אחד
Shemá Yisrael Adonai Elohêinu Adonai Echad

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Parashat Ki Tetse "כי תצא" – (Quando Saires)

Parasha Ki Tetsê: Devarim 21:10 à 25:19 (clique para ler)

Haftará: Yeshayahu 54:1-10 (clique para ler)

 
 
Resumo da porção semanal Ki Tetsê:
 
Ki Tetsê é a 49ª porção da Torah, e a 6ª de Davarim contém 74 mandamentos, nela, são abordados os mais diferentes assuntos. Desde leis referentes à guerra como sitios, cativos, despojos até considerações sobre o aferimento de uma balança, leis referentes à herança e primogenitura, sobre rebeldia dos filhos, sobre misturas de materiais ‘shatnez’, difamação de uma mulher casada, a proibição de diversos tipos de casamento, a responsabilidade da fidelidade no pagamento aos empregados, assim como a consideração pelos órfãos e as viúvas, os desfavorecidos.
 
Haftará Ki Tetsê é a quinta das setes Haftarot de Consolo. Nela o profeta promete qu os judeus da Babilônia serão redimidos por D-us e que Ele não os esquecerá. Ele os abandonou temporariamente e os salvará se decidirem observar Suas Leis (muitas relatadas nesta parasha), D-us revela que , assim como prometeu não mais destruir a humanidade após o dilúvio, Ele jamais destruirá Israel.
 
A prisioneira formosa - “Ieshêt Yefat Toar”
 
Considere Devarim 21:10-14, “Quando saíres à guerra contra os teus inimigos, e o Senhor teu D-us os entregar nas tuas mãos, e os levares cativos, se vires entre as cativas uma mulher formosa à vista e, afeiçoando-te a ela, quiseres tomá-la por mulher, então a trarás para a tua casa; e ela, tendo rapado a cabeça, cortado as unhas, e despido as vestes do seu cativeiro, ficará na tua casa, e chorará a seu pai e a sua mãe um mês inteiro; depois disso estarás com ela, e serás seu marido e ela será tua mulher. E, se te enfadares dela, deixá-la-ás ir à sua vontade; mas de modo nenhum a venderás por dinheiro, nem a tratarás como escrava, porque a humilhaste.”
 
Cativas
No período da antiguidade em que as terras não tinham donos e os Estados soberanos estavam em seu principio, era comum as disputas ferrenhas por território, nas quais os dominados ou eram totalmente aniquilados ou se tornavam cativos para posterior servidão mas normalmente quem restava em vida eram mulheres e crianças que cativas se tornavam juntamente com os despojos de guerra propriedade dos vitoriosos. Vemos a ocorrência destes procedimentos ao consultarmos a literatura clássica grega, observamos também a semelhança da legislação contida nesta porção da Torah com as leis escritas no código de Hamurabi, e o código de Mari documentos que regulamentavam a vida nas terras próximas naquela época.
Mas existe uma diferença marcante pois a Torah dava às mulheres prisioneiras o status de seres humanos e não de uma propriedade de guerra.
Em análise ao contexto desta passagem vemos que estando um soldado israelita por muito tempo longe de sua casa, sendo ele casado ou não, ele poderia estar no limite de suas forças em resistir à inclinação ao mal, e satisfazer seus instintos naturais, então a Torah o protege de se precipitar em uma relação apenas passageira, pois ele vendo uma cativa de beleza e formosura que influenciada pelos antigos conselhos ardilosos de Bilam (Bamidbar 25:1-4; 31:16) de seduzir os soldados por meio de belas roupas e penteados, poderia ele ser tentado a prevaricar com a tal cativa nem que para isso ele tivesse que precipitadamente a tomar em casamento, e no intuito de colocar empecilhos a um ato desencadeado por desejos passageiros a Torah cria um roteiro para que o soldado que temente a D-us e obediente as Suas Leis não fosse traído por seus impulsos e se conscientizasse de seus atos precipitados.
Sendo assim o soldado temente, que se encantou com a beleza de uma cativa de guerra e quisesse toma-la por esposa, seguiria as seguinte orientações:

 
* Deveria levá-la para sua casa por um período de um mês lunar de 30 dias.
 
* Raspar cabelo (cortar bem curto).
 
* Cortar suas unhas.
 
* Desfazer de suas roupas as quais ela usava quando foi capturada que se seguindo o conselho de Bilam eram suntuosas e provocantes.
 
* Deixá-la ficar de luto aos prantos pela sua família por 30 dias.
 
 
O que significa isso? O que está acontecendo aqui?
 
Embora não seja consenso acadêmico, mas é quase que patente que pela mudança do cabelo, pelo corte das unhas e da mudança do vestuário dela pelo vestuário das israelitas, isto significa um processo de mudança da sua identidade de uma estrangeira para uma Israelita .
Cada cultura tinha seus cortes de cabelo exclusivos, estilos de vestuário e a decoração das unhas. Ao acabarem com essas coisas, seus laços com sua velha vida são cortadas simbolicamente. Isto também se estende ao luto pela mãe e pai dela. Não necessariamente que os pais dela estivessem mortos por causa da guerra, embora isso acontecesse com alguma regularidade na guerra. Isto era desta forma para que desse a ela uma oportunidade para “esquecer” de sua família. Assim ela seria capaz de recomeçar deixando todo um passado familiar para trás, teoricamente sua cultura pagã idolatra e etc.
Percebemos a essência deste desligamento com o passado, na passagem do Evangelho de Marcos 10:29-30 “Respondeu Yeshua: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho que não receba, já neste mundo, cem vezes mais de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo vindouro, a Vida Eterna”.
Em síntese podemos ver que a Torah nos dá através desta lei sobre ‘a mulher prisioneira’ a essência de “um enxertado na Oliveira” que deve deixar para traz sua cultura familiar (religião familiar, crendices e etc.) em favor da cultura e mandamentos do Reino de D-us que se encontram nas Palavras de Yeshua que dá completude á Torah. É isto que significa deixar pai e mãe e família e etc. Isto é que é ser Hebreu, aquele que sai de um ponto ao outro, está sempre se elevando.
Devarim 21:13: "e ficará de luto um mês pela morte do pai e da mãe. Depois você pode casar com ela."
Este versículo é claro que só após este período de espera de um mês o homem poderia se casar com esta ‘mulher prisioneira’. Se a mulher estiver triste e resistente à sua nova realidade, o casamento não acontecerá.
Daí o verso 14 afirma que, se o homem mudar de idéia antes do final dos 30 dias e decidir que não quer esta estrangeira para ser sua esposa, ela deve ir embora livre. Não como uma escrava, mas como uma pessoa livre. Ele não pode mudar de idéia e depois vende-lá ou fazer dela sua escrava. Isto demonstra a grande estima e decência pelas mulheres, mesmo prisioneiras, expressa na Torah.
É claro na sociedade Ocidental moderna mesmo isto não é uma boa perspectiva para uma mulher. Mas temos que compreender, nesta época cada sociedade era totalmente dominada pelos homens, as mulheres não tinham nenhum direito, alias isto só veio acontecer após a revolução sexual dos anos 60, ou seja, milhares de anos depois. O fato que D-us instrui uma lei para hebreus daquela época para dar direitos as mulheres e dar-lhes a visão que elas são tão valiosas quanto os homens, foi uma grande mudança da vida daquela época. Tornou-se uma pedra angular no modo de vida israelita.


A execução

Considere Devarim 21:22-23: "Se um homem tiver cometido um pecado digno de morte, e for morto, e o tiveres pendurado num madeiro o seu cadáver não permanecerá toda a noite no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto aquele que é pendurado é maldito de D-us. Assim não contaminarás a tua terra, que o Senhor teu D-us te dá em herança."
Shaul (apóstolo Paulo) abordando este texto escreveu na sua epístola aos Gálatas 3: 13: “O Messias nos resgatou da maldição da Torah, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;” Yeshua levou a nossa maldição, para que nós em conformidade com 2° Coríntios 5:21: “fôssemos feitos justiça de D-us”.
Os seguidores de Yeshua procuraram uma maneira de remover o corpo dele do madeiro e enterrá-lo mais rapidamente possível para impedir que violasse este mandamento da Torah em Devarim 21:22-23 . Assim na vida e morte, Yeshua cumpriu a Torah.
Também, este texto serviu de base para a halachá Rabínica que um corpo deve ser enterrado no dia da sua morte, a menos que um atraso seja necessário para um adequado sepultamento. Essa prática existe hoje entre as comunidades judaicas.
 
Divórcio e novo casamento
 
Está escrito em Devarim 24:1 “Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, se ela não achar graça aos seus olhos, por haver ele encontrado nela coisa vergonhosa, far-lhe-á uma carta de divórcio (Gét) e lha dará na mão, e a despedirá de sua casa.”
 
O famoso debate sobre esta frase entre a escola rabínica farisaica de Hilel e a escola rabínica farisaica de Shamai revela as polares posições assumidas pelos Sábios antigos. O Rabino Hilel decidiu que o “ervat davar” é regida por utilização de ‘DAVAR’, entende-se, “qualquer coisa”.
A primeira geração dos Tanaim (Sábios Talmúdicos), que exerceu suas atividades no início do reinado de Herodes, é representada por Hilel e Shamai, fundadores de duas escolas que levaram seus nomes (Beit Hilel e Beit Shamai). As duas escolas refletiam a personalidade de seus fundadores. Hilel era uma pessoa amável, simples, próxima às camadas mais modestas, e suas máximas breves refletem sua generosidade, piedade e amor à humanidade. Shamai era extremamente íntegro, mas rígido e irascível.
Por conseguinte, a escola de Hilel ensinava que “ervat davar - ‘qualquer coisa’ que o marido encontrava que desagradasse na esposa poderia constituir motivos para o divórcio. Muitos ensinamentos dos rabinos na época de Yeshua tomaram este ponto de vista de Hilel ao extremo. O historiador da época Flávio Josefo falava que divórcio por qualquer motivo era comum em seu dia (Antiguidades 4.8)
Shamai, no entanto, restringia a “ervat davar” – ‘qualquer coisa’ em questões de infidelidade para motivos pra um divórcio válido ou alguma falta grave. Foi esta situação lamentável nas quais as palavras de ensino de Yeshua devem ser entendidas.
Em Mateus 19:7–9, alguns fariseus foram testar Yeshua para ver sua halachá (lei rabínica) sobre o divórcio e sobre casar novamente. Em relação à halachá dominante na época de Yeshua dizia que um marido poderia se divorciar de sua esposa ou esposas (lembre-se a sociedade da época era poligamica e isto perdurou por séculos ate a idade media) por ‘qualquer motivo’. Ou seja, se ele não gostasse do jeito que ela cozinhava ou se ela tinha envelhecido ou por qualquer motivo.
Isto levou à sociedade na época de Yeshua a crueldade com as mulheres, pois muitas delas não tinham como se sustentar e acabavam mendigando ou na prostituição.
Por este motivo Yeshua enfatiza que somente eles poderiam divorciar de sua esposa por motivos de “πορνείᾳ” pornéia’, termo grego que indica prostituição, traição e é raiz de pornografia exposição de atos indecorosos.
Isto defenderia os direitos das mulheres que não seriam despejadas por qualquer coisa de suas casas. Shaul em uma das suas epístolas da uma opinião que por descrença nos caminhos do D-us único, um dos dois poderia se divorciar. 1°Coríntios 7:15
Mas se o casamento que não foi feito com os dois direcionados plenamente nesta união total de mente corpo e alma, e tal situação de conflito envolva imoralidade e isto esteja causando problemas espirituais que nenhuma oração ou terapia deu jeito, é quase que um dever procurar orientação para que em ultima instância se de o fim do casamento.
 
Muitas leis e mandamentos na Torah têm que ser vistos dentro de um conceito histórico e social, hoje não temos mais escravos nem vamos pegar mulheres como despojos de guerra, mas o que fazemos com alguns mandamentos hoje é aplicar o seu princípio a sua essência em nossas vidas.
 
Amordaçar um boi
 
Devarim 25:4 “Não amarre a boca do boi quando ele estiver debulhando o trigo.”


Aqui segue a proibição de amordaçar um boi quando ele estiver debulhando os grãos. Ao animal foi dada a oportunidade de comer enquanto trabalha, porque é necessário para a sua vida. Este cuidado demonstra a justiça do proprietário do animal: está escrito em Provérbios 12: 10, O justo atenta para a vida dos seus animais, mas o coração dos perversos é cruel.
Tal mandamento se analisado em sua essencia pela regra interpretativa judaica chamada de Kal v’chomer (Pesado e leve) que diz que o que se aplica em um caso menos importante se aplicará certamente em um caso mais importante, nos mostra que o dignidade dada ao boi que pode comer enquanto trabalha tambem se aplica a qualque trabalhador tanto que tal tema é recorrente nas cartas de Shaul Romanos 4.4 “O salário que o trabalhador recebe não é um presente, mas é o pagamento a que ele tem direito por causa do trabalho que fez.” e I Coríntios 9:1-19 “ Não sou eu livre? Não sou apóstolo? Não vi eu a Yeshua nosso Senhor? Não sois vós obra minha no Senhor? Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos para vós o sou; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor.

Esta é a minha defesa para com os que me acusam.

Não temos nós direito de comer e de beber?

Não temos nós direito de levar conosco esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? Ou será que só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar?

Quem jamais vai à guerra à sua própria custa? Quem planta uma vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho?

Porventura digo eu isto como homem? Ou não diz a Torah também o mesmo? Pois na lei de Moshe está escrito: Não amarre a boca do boi quando ele estiver debulhando o trigo. Porventura está D-us somente cuidando dos bois? Ou não o diz certamente por nós? Com efeito, é por amor de nós que está escrito; porque o que lavra deve debulhar com esperança de participar do fruto. Se nós semeamos para vós as coisas espirituais, será muito que de vós colhamos as matérias?

Se outros participam deste direito sobre vós, por que não nós com mais justiça? Mas nós nunca usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho do Mashiach.

Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que servem ao altar, participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.

Mas eu de nenhuma destas coisas tenho usado. Nem escrevo isto para que assim se faça comigo; porque melhor me fora morrer, do que alguém fazer vã esta minha glória.

Pois, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, porque me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!

Se, pois, o faço de vontade própria, tenho recompensa; mas, se não é de vontade própria, estou apenas incumbido de uma mordomia.

Logo, qual é a minha recompensa? É que, pregando o evangelho, eu o faça gratuitamente, para não usar em absoluto do meu direito no evangelho. Pois, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos para ganhar o maior número possível.”
 
Continua
 
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