שמע ישראל י-ה-ו-ה אלקינו י-ה-ו-ה אחד
Shemá Yisrael Adonai Elohêinu Adonai Echad

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Análise do Livro de Apocalipse - Capítulo 1

Começamos esta tentativa de análise do Livro de Apocalipse verso a verso com o seguinte texto de Pedro em  2 Pedro 1:19-21:
“E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações; sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo.”
Com este sentido das Palavras de Pedro em mente, afirmamos que a nossa análise não é meramente individual, fruto de arrogância ou esquizofrenia particular, e sim fruto de conversas e estudos profundos dos profetas de Israel com diversos irmãos e amigos, ou seja, há testificação de ao menos dois ou três, situação onde há promessa que haveria a presença do Mashiach em nosso meio conforme Mateus 18:20. Desda maneira tentamos de forma direta, simples e palpável tornar a mensagem de Apocalipse mais compreensível, o vinculando como livro judaico que é ao contexto profético que fornece as peças e chaves necessárias deste imenso quebra-cabeças deixado por D-us para nossa iluminação, através de seus alertas, admoestações e vaticínios.

Alertamos aos nossos leitores que esta nossa perspectiva de análise exige um certo conhecimento para um bom entendimento, como por exemplo o conhecimento prévio dos Ciclos dos Tempos Determinados (Moedim) dados pelo Senhor ao povo de Israel, registrados principalmente em Levítico 23 e 25, e todo o contexto cível e cerimonial que envolvem as festas bíblicas, o ano sabático (Shemitáh) e o ano de Jubileu (Yovel) bem como a associação deste último com o que os profetas chamam de Ano Aceitável do Senhor seguindo-se com o dia da Ira do Senhor ou dia da Vingança. Mas não há necessidade de preocupação pois faremos o possível para melhor exemplificar as correlações abordadas.


Outro ponto a salientarmos é que a nossa visão de que Apocalipse e suas revelações não são preteristas, ou seja, não são abordadas como que se tivessem sido cumpridas de forma definitiva no passado, não obstante entendemos que abrangeram de forma parcial alguns contextos históricos dos últimos dois mil anos, no entanto tais revelações são focadas essencialmente nos acontecimentos finais, a saber a última semana profética restante das setenta semanas da profecia do Livro de Daniel, que se apresentam divididas em dois períodos distintos, ambos de três anos e meio, ou como visto nas profecias, dois períodos de 42 meses ou 1260 dias ou de "tempo, tempos e metade de um tempo" e em um único caso apresentado como o sendo o segundo período de três dias e meio.

Iniciemos portanto a análise verso a verso:

Apocalipse 1:1 Revelação de Yeshua HaMashiach, a qual D_us lhe deu para manifestar aos seus servos as coisas que depressa hão de suceder: e por seu anjo as enviou, e as denotou por sinais a João seu servo,  
Caminho da revelação: D-us – Yeshua – Mensageiro – João – Igreja:, demonstrando a nossa dependência à Yeshua, e a dele a seu Pai e D-us de Quem tudo recebe, pois notemos que tal revelação ocorre em torno do ano 95 D.E.C., 60 anos após a ascensão de Yeshua aos céus, ou seja, mesmo estando à direita do Pai há algum tempo, ele precisa receber do Pai a mensagem para posteriormente transmiti-la, conforme já demonstrado nos evangelhos principalmente o do mesmo João em João 12:49;50: "Porque eu não falei por mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, esse me deu mandamento quanto ao que dizer e como falar. E sei que o seu mandamento é vida eterna. Aquilo, pois, que eu falo, falo-o exatamente como o Pai me ordenou."
Depressa hão de suceder: Tal expressão em grego “γενέσθαι ἐν τάχει” (genesthai en tachei) pode significar a velocidade dos acontecimento assim que eles começam, ou seja, do primeiro fato ao último manifesto à João por visões e revelações, todos ocorrerem rapidamente, em um curto espaço de tempo entre eles. (como já abordado na introdução deste artigo, grande parte da revelação relata os acontecimentos da última semana profética de Daniel ou seja os últimos sete anos antes do retorno do Mashiach e a implementação de seu reino messiânico. Esta interpretação que é cabível à expressão, afasta a interpretação imediatista, que alega que as revelações do Livro foram esperadas pelas igrejas da Ásia como sendo acontecimentos iminentes, ou enfraquecendo por assim dizer a argumentação preterista que alega que os acontecimentos apocalípticos já ocorreram todos nos primeiros séculos da Igreja).

Apocalipse 1:2 o qual testificou da palavra de D_us, e o testemunho de Yeshua HaMashiach, e de todas as coisas que tem visto.
O termo testemunha é "μαρτυρίαν" (martirian) da mesma raiz da palavra martírio, que define bem o auge da vida de uma fiel testemunha do Senhor.
João testifica ou seja dá testemunho da Palavra de D_us seja relatando fielmente o que foi lhe passado nesta revelação ou da Palavra de D_us como um todo alegando assim que o livro de Apocalipse é portanto um testemunho da veracidade da Torah, dos Escrito e dos profetas que neste livro são citados de forma direta, muitas vezes de forma indireta mas de forma clara são o fundamento cognitivo para o bom entendimento das revelações.
Testemunho de Yeshua pode ser entendido como João falando de algo que ele viu e viveu com Yeshua ou sobre a mensagem propriamente dita por Yeshua em suas pregações, nas quais João sempre estava presente.

Apocalipse 1:3 Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas: porque o tempo está perto. 
Assim como os rabinos recomendam determinada postura diante da Torah, que seria a de sempre lê-la, ouvi-la e guardá-la aqui também o Senhor dá uma boa aventurança aos que leem no sentido de estudarem, aos que ouvem no sentido de buscar entender, e aos que guardam no sentido de praticarem e partilharem tudo aquilo que se relaciona ao contexto da revelação.
Novamente usada como subterfúgio pelos preteristas, aparece aqui uma locução, a qual seja: "porque o tempo está perto", como que se todos os acontecimentos fossem iminentes, porém vejamos que o termo para tempo aqui é "καιρός" (kairós) que representa tempo oportuno, algo determinado no futuro, como por exemplo a expressão "a colheita", pois podemos dizer que depois da colheita se fará algo, mas quando é a colheita?...será depois das últimas chuvas. Mas quando será as últimas chuvas?...quando assim ocorrer... ou seja é um tempo determinado no futuro que não pode ser determinado, pois para esta situação é usado o termo cronos, que delimita o dia e a hora de forma precisa ou seja, cronologicamente determinada .

Apocalipse 1:4 João às sete congregações que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco daquele Que é, e Que era, e Que há de vir: e dos sete Espíritos que estão diante de seu trono:

Sete = Totalidade - Plenitude
A presença do sete nas escrituras em muitas das vezes é a forma profética de D-us demonstrar a plenitude de seus atos e por isso verificamos a constância deste número se manifestando do princípio à consumação da história do homem.

Dias da Criação (Gênesis 1)
Yom Rishon Yom Shení Yom Shlishí Yom Revií Yom Ramishí Yom Shishi Shabat
Sete Animais puros são ordenados pelo Senhor que se levem à arca por Noach ( Gênesis 7:2-3)
Yaakov trabalha sete anos por Léah e sete anos por Rachel (Gênesis 29)
Sonhos do Faraó sobre sete vacas e sete espigas e o cumprimento nos sete anos de fartura e posterior sete anos de fome sobre a terra. (Gênesis 41)
Sete Festas anuais do Senhor (Levítico 23)
Pêssach (Páscoa) HaMatsot (Pães Asmos) HaBikurim (Primícias) Shavuot (Semanas ou Pentecostes) Yom Teruáh (Dia do Toque de Trombeta) Yom Kippur (Dia do Perdão) Sucot (Tabernáculos)
Os sete Espíritos de D-us (Isaías 11:1-2)
Entendimento Conselho Sabedoria do Senhor Temor Fortalecimento Conhecimento
Sete Igrejas na Ásia (Apocalipse 2 e 3)
Éfeso Esmirna Pérgamo Tiatira Sardes Filadélfia Laodiceia


O uso do número sete é visto neste verso 4 guardando o sentido como explanado acima; As sete igrejas da Ásia apesar de existirem no tempo de João, elas não são exortadas e elogiadas por serem destaques mundiais em suas condutas mas sim porque D-us assim determinou para que a mensagem fosse...sim ao primeiro momento plausível e aplicável às determinadas igrejas, mas criptografando o foco real, para que somente os verdadeiros receptores da mensagem compreendessem o alcance universal da mesma, não somente para sete mas para a completude e totalidade do corpo do Mashiach na Terra, a saber a Igreja em todos os tempos e lugares, mas em nossa visão principalmente aos que hão de viver durante os sete anos finais antes da volta do Mashiach à Terra.
Da mesma forma o Espírito Sétuplo, que é a demonstração da completude e totalidade de ação do Espírito de D-us, alguns estudiosos relacionam tal meção a passagem de Isaías 11:1-2 que fala dos sete espíritos que repousariam sobre o tronco de Jessé o Renovo que frutificará, a saber, o Mashiach, que é descrito em Apocalipse 5:6 como o cordeiro que havendo sido morto estava de pé e possuía sete chifres e sete olhos, que é tido como os sete espíritos de D-us que são enviados por toda a terra, ou seja, Yeshua recebe sobre si conforme profetizado em Isaías os atributos de D-us, e tais são relacionado aos sete chifres que representa a plenitude de poder e autoridade e sete olhos que representa a onisciência e onipresença, pois como dito que o espírito é enviado por toda a terra, transmite assim a ideia de estar em todos os lugares e ver e saber de tudo o que ocorre com os santos.

Que é, que era e que há de vir faz nos lembrar do NOME divino em Êxodo 3:14 “ אֶֽהְיֶ֖ה  אֲשֶׁ֣ר  אֶֽהְיֶ֑ה “ (Ihieh asher Ihieh) , Eu serei o que serie, ou serei o que sou, onde D_us se apresenta como aquele que era com Avraham, Itschak e Yaakov, e que não deixa de ser o D-us da promessa, o que sempre existiu, O Eterno, portanto não é atoa que tal ligação é feita, temos que guardar o contexto do chamado de Moshe (Moisés)  e o desenrolar da saída do Egito pois tal ligação é constantemente perceptível ao longo das revelações do Livro de Apocalipse.

Apocalipse 1:5-6 e da parte de Yeshua HaMashiach, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!

  • Fiel Testemunha – Testemunhar = Toque do Som de Trombetas  (Yom Teruáh) (1° dia do 7° mês)
  • Primogênito dos Mortos – Primeiro Fruto = Primícias (Yom HaBikurim) (16° dia do 1° mês)
  • Soberano dos Reis da Terra – Estabelecimento do Reino = Tabernacular (Sucot ) (15° ao 22° dia do 7° mês)
  • Aquele que nos Ama – Intercede por nós e nos inscreve no livro da vida = Dia do Perdão (Yom Kippur) (10° dia do 7° mês)
  • Pelo seu sangue – Morte vicária = Cordeiro Pascal (Pessach)(15° dia do 1° mês)
  • Libertou de nossos pecados – nos fez uma nova massa sem fermento – Pães Asimos (HaMatsot) (15° a 21° do 1° mês) 
  • Nos constituiu reino e sacerdotes – Nos instrui com as leis do reino e nos capacita do alto para o oficio sacerdotal = receber a Torah em nosso corações pela ação da Ruach HaKodesh – Pentecostes (Shavuot) (50° dia após HaBikurim)
Nestes versos conseguimos notar o esquema escatológico que D-us permeou em suas Festas, que norteará até o fim o destino da Igreja por meio daquele que é o “Corpo/Objeto” cujas as sombras criptografadas na Lei (Colossenses 2:17) são vistas ainda por muitos através do véu (2 Coríntios 3:15), não vislumbrando portanto a glória estabelecida por D-us em sua Palavra, mas já contemplada sem o véu por meio do Espírito e proclamada a muitos em nossos dias. (2 Coríntios 3:16-18).


Apocalipse 1:7 Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém!
Este verso faz aqui menção direta aos textos de Daniel 7 e Zacarias 12, e assim temos que absorver o contexto destas referência e montarmos a cronologia cada vez com mais peças e detalhes que no todo final nos dará um panorama amplo porém pormenorizado.
Daniel 7:13 “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. 14 Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.”
Zacarias 12:9 “Naquele dia, procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém.10 E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito. 11 Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom, no vale de Megido. 12 A terra pranteará, cada família à parte;....”
Dois pontos nesta passagem são foco de intensas discussões, o primeiro é o de quem seria a referência dos que o traspassaram, seriam somente os judeus, ou seriam os romanos, ou seriam ambos, ressuscitados naquele dia só para verem a vinda e depois morrerem novamente e dai sim ressuscitar para o julgamento diante ao Trono Branco? Eu responderia tal indagação usando a seguinte passagem: Isaías 53:5 “Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.”  E arremato indagando que se não fomos todos nós, homens pecadores que o ferimos, esmagamos, castigamos e pisamos com as nossas transgressões, por quem mais Ele se permitiu ser traspassado??
E o segundo ponto é o termo terra, que por vezes é traduzido como Terra, ou no inglês onde seria land ou region é usado os termos Earth ou World, indo além no entanto do que a profecia originalmente em Zacarias 12 quis vaticinar, onde o foco é a terra de Israel como se bem pode notar pelo contexto dos versos 11 ao 13. O problema deste pensamento aliado a outras passagens é criar um Planeta Terra Plano para que os acontecimentos em Israel possam ser visto de todo o plano.
Outra passagem que se utiliza das mesmas referências e amplia um pouco mais o contexto é a seguinte: Mateus 24:27 “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem......29 Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. 30 Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. 31 E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.” Passagem, esta, que de tão rica em seu contexto, abriremos um parenteses na análise de Apocalipse para darmos uma pincelada em determinada abordagem.  
Mateus 24: 23 Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; 24 porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos. 25 Vede que vo-lo tenho predito. 26 Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto!, não saiais. Ou: Ei-lo no interior da casa!, não acrediteis. 27 Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem.
29  Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. 30 Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. 31 E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.
No verso 27 há uma advertência quanto ao que está sendo predito anteriormente, ou seja muitos alegando que há um cristo aqui ou ali ou que ele veio secretamente, notemos a frase “como relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente” demonstrando que o dia da vinda não será oculta e sim se “MOSTRA” no céu de um lado a outro (Figura Acima), não havendo dúvida do que está acontecendo; No verso 29 já temos a descrição do momento ou seja após tribulação que segundo o verso 21 é a grande tribulação que nunca existiu e jamais existirá outra, e pelas descrições do sol, da lua, das estrelas e do céu em si, o tempo segundo os profetas Joel Cap. 2 e 3, Isaías Cap.13 será próximo o Dia da Ira do Senhor também relatado no penúltimo selo conforme Apocalipse 6:12-17, e é neste momento conforme o verso 30, que como relâmpago aparecerá o sinal do Filho do Homem sobre as nuvens, assim como predito pelos varões em Atos 1:11, e assim os santos anjos com clamor de trombeta serão enviados para reunir os escolhidos dos quatro cantos da terra, ou seja se é na última trombeta que há a reunião dos ressurretos com os vivos transformados conforme 1 Coríntios 15:52, então este acontecimento aqui é o único e último não cabendo um segundo arrebatamento ao som de uma improvável “segunda última trombeta”, demonstrando assim com apenas estes versos uma incongruência e ilogicidade da doutrina pré-tribulacionista.

Apocalipse 1:8  Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.

D-us neste verso se identifica como sendo a origem de tudo ao se nomear de o Todo-Poderoso fonte de todo o poder, e Eterno por nomear como aquele que é, que era e que se manifestará ao fim de tudo, há também a identificação ao nosso ver com a "Palavra" pois ao se utilizar das letras inicial e final do alfabeto seja no grego, que bem poderiam aparecer como Alef e Tav, faz alusão a uma ligação direta com a "Palavra de seu poder" de Hebreus 1:3, bem como dispõe uma ideia judaica de que por meio das letras hebraicas que contemplam em si determinados atributos emanados da divindade, D-us se utiliza do alfabeto hebraico para criar e manter a criação, ou seja, as leis e regras que estudamos na física só são presumidas como existentes através de algo que as sustentem, e como vemos João 1:1 como “e D-us era a palavras” na presunção de que a criação não via duas entidades criadoras mas somente D-us manifesto por meio de sua palavra a criar tudo e sustentar cada regra de existência, assim entendemos Provérbios 8 principalmente no verso 22 em diante onde a sabedoria se coloca no princípio com características do “Lógos”.

Apocalipse 1:9 Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Yeshua, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de D-us e do testemunho de Yeshua. 

Aqui podemos ver a cronologia dos fatos na vida dos santos ou seja: Tribulação – Antecipação do Reino em nossas vidas – Perseverança para prosseguirmos a completar a jornada e adentrarmos no Reino Pleno, ou seja, da tribulação não se tem como escapar nem com arrebatamento pré-tribulacionista.
Vemos que que os apóstolos tinham bem clara a ideia de tribulações e aflições no bom combate pela fé, tanto que Paulo mesmo sendo apedrejado e lançado para fora de um cidade como morto diz o seguinte em Atos 14:22 “fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de D-us.” Paulo estava ciente disto desde o seu chamado pelo próprio Senhor que lhe antecipou que sofreria conforme Atos 9:15 “Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; 16 pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome."
João já no verso 2 demonstra as insígnias que o destacam ou seja o de ser portador e proclamador da Palavra de D-us e do Testemunho de Yeshua, e por tal distinção vemos pela tradição que o Imperador Domiciano o lança em um tacho de óleo fervente e João sobrevive pela misericórdia de D-us, mas é tido como feiticeiro e é banido para uma ilha na costa turca do Egeu usada pelos romanos como prisão perpétua
Em Apocalipse será uma constante encontrarmos a conduta perseverantes dos santos ligada ao guardar a Palavra de D-us o Testemunhos de Yeshua conforme Apocalise 3:10, 6:9, 12:17, 19:20 e 20:4.

Apocalipse 1:10 Achei-me no Espírito, no dia do Senhor, e ouvi atrás de mim uma voz forte, como de trombeta,
O achar-se no Espírito, pode significar que João foi envolto no Espírito e transladado para o futuro para presenciar os acontecimentos que mais tarde relataria em seus escritos, ou que em espírito ele teve as visões.
No dia do Senhor, nos remete não ao Domingo como a maioria diz ou até mesmo o Shabat, pois seria estranho João relatar algo tão raso como o dia da semana que ele teve a visão, mas sim ligar ao dia da vingança do Senhor, ou chamado pelos profetas de Yom-Adonai ou o grande e terrível dia do Senhor, intrinsecamente ligado ao Ano Aceitável do Senhor conforme podemos verificar nas palavras de vários profetas:
“Porque aquele dia é o dia do Senhor Deus dos exércitos, dia de vingança para ele se vingar dos seus adversários. A espada devorará, e se fartará, e se embriagará com o sangue deles; pois o Senhor Deus dos exércitos tem um sacrifício na terra do Norte junto ao rio Eufrates.” Jeremias 46:10
“Ai do dia! pois o dia do Senhor está perto, e vem como assolação da parte do Todo-Poderoso.” Joel 1:15 
“Ai de vós que desejais o dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor? Ele é trevas e não luz.” Amós 5:18
“O grande dia do Senhor está perto; sim, está perto, e se apressa muito; ei-la, amarga é a voz do dia do Senhor; clama ali o homem poderoso. Aquele dia é dia de indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas, dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortificadas e contra as torres altas.” Sofonias 1:14-16 
“Eis que vem um dia do Senhor, em que os teus despojos se repartirão no meio de ti.” Zacarias 14:1 
“Pois eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como restolho; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo. Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo curas nas suas asas; e vós saireis e saltareis como bezerros da estrebaria. E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos exércitos. Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, a qual lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e ordenanças. Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais para que eu não venha, e fira a terra com maldição.” Malaquias 4:1-6 
“O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” Joel 2:31 
“a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; Isaías 61:2 
“Porque o dia da vingança estava no meu coração, e o ano dos meus remidos é chegado.” Isaías 63:4 
Temos no fim do verso uma chave de interpretação:  voz, proclamação, aclamação e testemunho = trombeta (Teruá ou Shofar). 
Apocalipse 1:11 dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia. 12 Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro 13 e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro.


O mistério dos candeeiros de ouro é revelado no verso 20, sendo eles as sete igrejas destinatárias das Cartas enviadas por João, e como já dito são apenas sete em número mas representam a totalidade da Igreja do Mashiach na Terra com suas virtudes e repreensões, e tem até mesmo em seus nomes significados que podem nos ajudar a compreender os pormenores das mensagens criptografadas de Apocalipse.
A indumentária usada por Yeshua nesta visão, diferente do que muitos alegam não o caracterizam como rei e sim como sumo-sacerdote em seu ofício no dia da Expiação (Yom Kippur) conforme Levítico 16, e é neste contexto de Yom Kippur que temos que ter em mente o que acontecerá nos últimos dias, a saber os sete últimos dias das setenta semanas da profecia de Daniel. E entender o propósito das igrejas serem comparadas à sete lâmpadas da Menorah, que eram acesas pelo sumo-sacerdote conforme Números 8, onde há acoplado o contexto dos levitas sendo movidos perante ao Senhor como ofertas de cereais ou manjares (sacrifício contínuo), ambos os contextos são incorporados pelo corpo do Mashiach na Terra demonstrando tanto o ofício de ser luz e iluminar com suas ações bem como ser nação santa, reino sacerdotal que de contínuo se oferecem ao Senhor como oferta.
Portanto nenhum detalhe dado em Apocalipse pode passar despercebido pois tudo é ligado a um contexto na Torah ou nos Profetas que paulatinamente vão nos dando detalhes e panoramas para montarmos o todo do quebra-cabeça deixando por D-us de modo criptografado para benefício dos escolhidos e engrandecimento de Seu Próprio Nome e de Sua Palavra. 

Apocalipse 1:14 A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; 15 os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. 16 Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força. 17 Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último.


Antes de verificarmos cada uma das características, recomendo a leitura de Daniel cap. 7 e 10 e para contexto do 10 os cap. 11 e 12, pois tantos as palavras usadas como a reação de João são equiparadas às de Daniel e portanto o contexto do que foi revelado à Daniel é o que precisa ser acoplado ao tempo que João está vendo.
Cabelos brancos com lã e neve: revelam além da pureza e justiça também a eternidade e sabedoria daquele que os possui: (Pv. 16:31 “Os cabelos brancos são uma coroa de honra que é encontrada no caminho da justiça.”)
Olhos como chama de fogo: representam como já visto também no caso dos sete olhos do cordeiro (comentário verso 4 sobre Sete Espíritos), a onisciência e onipresença do Senhor, ou seja, a capacidade de trazer luz ao que está encoberto onde for (Lucas 8:17 “Porque não há coisa encoberta que não haja de manifestar-se, nem coisa secreta que não haja de saber-se e vir à luz.”)
Pés semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha: como que passando por sofrimento para atingir a limpidez e incandescência apresentados conforme (Hebreus 5:7-9 “O qual nos dias da sua carne, tendo oferecido, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua reverência, ainda que era Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que sofreu; e, tendo sido aperfeiçoado, veio a ser autor de eterna salvação para todos os que lhe obedecem,”)  .... Entende-se também que tais membros reluzentes são os membros de seu corpo místico ou seja o seu povo (Igreja), em um estado semelhante, seus apóstolos e ministros que correm para lá e para cá com conhecimento espiritual, pelo qual, embora sofram muito, são permanentes e gloriosos; ou ainda seja seus caminhos, obras e aparições a suas igrejas, e todas as suas administrações providenciais para com eles, que são santos, justos e retos, e serão manifestos; ou em outro sentido a sua ira e vingança ao pisotear e atropelar seus inimigos com a firmeza de membros fortes de metal incandescente cujo o alvo não resisti.
Voz como voz de muitas águas: assim como Daniel em (Dn. 10:6) que ouve a voz como de uma grande multidão, João esculta uma voz que é alta e majestosa e que não pode deixar de ser ouvida por possuir autoridade, também faço a ligação ao ofício da Igreja como sendo as duas testemunhas (Ap. 11) que receberão autoridade para “tocar trombetas” ou seja para profetizar e testemunhar sobre a breve manifestação do Dia Aceitável do Senhor e do Dia de Sua Ira.
Estrelas na mão direita: Estrelas são os santos, neste caso os representantes das Igreja, e como já dito, sete é totalidade e plenitude, ou seja, está falando do Corpo do Mashiach na Terra como um todo e seus líderes, comissionados para tal função, pela mão direita, ou seja, pela autoridade e poder daquele que os chamou.
Espada afiada de dois gumes: Já conhecemos tal imagem em Hebreus 4:12 “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” , além de vermos que a boca de um profeta também é considerada uma espada afiada conforme Is 49:1-3 ligando assim ao próprio ofício da Igreja neste período.
João assim como Daniel não aguenta a Glória da Manifestação Plena de Yeshua e cai por terra, mas é levantado pela mão direita, ou seja, novamente vemos a autoridade sendo transmitida pela mão direita, daquele que é por quem todas as coisas foram criadas e que por ele subsistem, aquele que é o princípio originador de todas as coisas e que é o que ao fim restaurará todas as coisas.

Apocalipse 1:18 e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno. 19 Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas. 20 Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.
Parafraseando os versos de uma maneira mais popular: sou aquele que tem a vida (El Chaim em Hebraico), por um momento morri, mas eis que agora sou eterno, e pela missão que cumpri ao morrer tenho autoridade sobre a morte e o que lhe faz referência (sheol, hades, mundos dos mortos e sepultura).
Escreve sobre o que faz referência às igrejas de hoje e a do futuro (Cap 2 e 3), e sobre tudo o que acontecerá no derradeiro fim (do Cap 4 ao 22).
Cada vez que leio o termo estrelas me vem a mente a benção de D-us à Avraham conforme Gênesis 15:5 “Então o levou para fora, e disse: Olha agora para o céu, e conta as estrelas, se as podes contar; e acrescentou-lhe: Assim será a tua descendência.” Além desta várias outras passagens com o mesmo sentido reafirmam a benção à Avraham mas em Daniel existe um verso que acopla mais significado ao termo, vejamos: Daniel 12:3 “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que converterem a muitos para a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.” aqui vemos um sentido especial para o termo estrela que conforme o contexto que indica o tempo do fim e o papel dos sábios de converter a muitos para a justiça, indica o papel da igreja com o “som de trombetas” que agora capacitada da alto (Joel 2, Atos 2 e Ap. 11) para fazerem maravilhas maiores que de Yeshua (João 14:12), primeiro para a expansão do evangelho para toda a Terra (Mateus 24:14) para a partir dai vir o fim, ou seja a anunciação não mais das boas novas do Dia Aceitável do Senhor, mas agora a palavra de justiça e de juízo do Dia da Ira do Senhor, que despertará a ira dos inimigos e o fim do pacto no meio da semana, e cessar o movimento da oferta de manjares ou chamado por Daniel de sacrifício contínuo, ou seja, a perseguição da Igreja (duas testemunhas)  após 42 meses (3,5 anos, tempo, tempos e metade de um tempo ou ainda 1260 dias), e é neste contexto que encontramos mais uma menção ao termo estrela que está em Daniel 8:10 que se liga ao contexto de Apocalipse 13 que é a ascensão do Homem do Pecado, que recebe o poder de fazer guerra aos santos e os vencer, e também ao que vemos a queda de um terço das estrelas em Apocalipse 12, que ao meu ver é neste mesmo contexto de inicio de perseguição no meio da última semana.
E quanto ao contexto do candeeiro ou seja a Menoráh, recomendo ler Números 8 e compreender tanto a utilidade da Menorah bem como o ofício dos levitas movidos diante do Senhor como oferta de manjares ou no que diz respeito ao sacrifício contínuo.
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