שמע ישראל י-ה-ו-ה אלקינו י-ה-ו-ה אחד
Shemá Yisrael Adonai Elohêinu Adonai Echad

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Análise do Livro de Apocalipse – Capítulo-2 Mensagem à Igreja de Esmirna

Em continuação a nossa análise de Apocalipse verso a verso, iremos verificar o contexto da mensagem enviada à Igreja de Esmirna no Capítulo 2 dos versos 8º ao 11º.


Carta à comunidade em Esmirna

Apocalipse 2:8 Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver:

Yeshua se apresenta aqui como a origem e a concretização de todas as coisas, ou seja o verbo, o logos, o alfabeto divino pelo qual D-us se utilizou tanto na criação como na comunicação de sua vontade e verdade por meio hoje do que temos como “Sagrada Escritura”. Não obstante a esta identificação nota-se também o foco em falar da morte e ressurreição que é o que está perene na mensagem a esta Igreja, seja criptografado no significado de seu nome (analisaremos mais a frente), seja na apresentação e na interlocução da mensagem para com a igreja bem como em sua conclusão, sempre discorrendo sobre a possibilidade da morte e a certeza da ressurreição; Paulo sempre discorria sobre este tema num sentido de dar ânimo às comunidades perseguidas pelo testemunho e propagação do nome do Messias, conforme podemos verificar em algumas passagens a seguir: 

Romanos 14: 7-9 “Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que o Messias morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos.”
1ª Coríntios 15: 1-4...12-24 “Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que o Messias morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. … Ora, se é corrente pregar-se que o Messias ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, então, o Messias não ressuscitou. E, se o Messias não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé; e somos tidos por falsas testemunhas de D-us, porque temos asseverado contra D-us que ele ressuscitou ao Messias, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também o Messias não ressuscitou. E, se o Messias não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais: os que dormiram no Messias pereceram. Se a nossa esperança no Messias se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. Mas, de fato, o Messias ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adam, todos morrem, assim também todos serão vivificados no Messias. Cada um, porém, por sua própria ordem: O Messias, as primícias; depois, os que são do Messias, na sua vinda. E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao D-us e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder.”
Filipenses 3:9-11...20-21 “... e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, mas aquela que é mediante a fé no Messias, a justiça que procede de D-us, baseada na fé. O que eu quero é conhecer o Messias e o poder da sua ressurreição, tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua morte, para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos. … Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Yeshua HaMashiach, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.”
Origem do nome da comunidade e suas implicações.

O nome da comunidade de Esmirna no grego é Σμύρνα “Smúrna” de mesma grafia e raiz da palavra mirra, uma especiaria amarga porém de doce fragrância, termo tal que só encontramos em duas passagens do “Novo Testamento” relacionadas uma ao nascimento e outra a morte de Yeshua, ou seja, intimamente conectado ao contexto proposto à mensagem à comunidade de Esmirna, pois na passagem do nascimento de Yeshua (Mateus 2:11), a mirra assim como os demais presentes ofertados pelos Magos do Oriente é um símbolo, uma sombra, uma pré referência aos acontecimentos e propósitos da vida do Messias, pois o ouro representa a sua realeza, não só de ser filho de D-us, mas de ser a raiz de David, a qual assumirá o trono perpetuamente, o incenso que também tem mirra em sua constituição representa o Ofício Sacerdotal de Yeshua, de apresentar as orações dos seus servos diante do Pai, e interceder e advogar por eles em suas falhas, e por fim a mirra que como dissemos é uma especiaria amarga, demonstrando toda a amargura da aflição e sofrimento que o Messias teria que enfrentar até que o seu espírito fosse entregue ao Pai na morte de cruz, e exatamente neste episódio próximo ao sepultamento que o termo aparece pela segunda fez em referência à oferta de Nicodemos (João 19:39), e a extravagancia da quantidade desta oferta, chama a atenção pois segundo a medida apresentada tal pesaria mais de cem quilos em especiarias, quando na realidade, menos de 10% já seriam o suficiente para a preparação do corpo para o sepultamento segunda o costume judaico. Assim vamos além do óbvio, vejamos que Nicodemos o membro do Sinédrio que buscava o Senhor nas horas noturnas foi o alvo de uma das mensagens mais impactantes de Yeshua a saber a mensagem do novo nascimento necessário para se herdar a vida eterna, voltando portanto ao enredo da mensagem à igreja num contexto de morte e ressurreição que um novo nascimento exige em sua introspecção, sentido este que o sábio Nicodemos não alcançou, sendo necessária a explicação detalhada de Yeshua que culminou pela comparação de ser Ele mesmo levantado como na figura da serpente levantada por Moshe, para que quem necessitasse de salvação olhasse para ao que estava elevado e fosse curado, demonstrando assim todo o amor do Pai, que ofereceu o seu filho em sacrifício para que todos que nele crer não pereça mas alcance a vida eterna. (João 3:1-16). Segundo ponto é a quantidade além do necessário de especiarias ofertadas, que podem demonstrar várias atitudes intrínsecas, desde de o imenso respeito, admiração e amor de Nicodemos por Yeshua, como também a tentativa de fazer com que a fragrância se espalhasse por toda a Jerusalém pelos mais de cem quilos de especiarias utilizados no processo de sepultamento deixando na mente das pessoas que sentirem o suave cheiro de que alguém de muita honra acaba de ser conduzido ao seu descanso, nos fazendo lembrar de um Salmo messiânico o de número 45 principalmente em seu verso 8.

Mirra na Natureza - Óleos Essenciais de Mirra 
Buscando ainda pelo uso do termo mirra nas escrituras nos deparamos com as passagens de Cantares de Salomão onde a mirra e aloés são retratados, cujo o contexto podemos comparar tanto a preparação do encontro da amada (Igreja) com o seu amado (Yeshua), como o destilar doce que a amada exala assim como Paulo retrata a função dos crentes como bom perfume do Messias em pregar a palavra de D-us sem falsificações como podemos ler abaixo:
2ª Coríntios 2:15-17 “Porque para D-us somos o bom perfume do Messias, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida. E para estas coisas quem é idôneo? Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de D-us, antes falamos do Messias com sinceridade, como de D-us na presença de D-us.”
Com tantas correlações encontradas do uso da mirra pelas escrituras, desde o seu amargor, seu cheiro doce e suave e o seu uso na preparação para a morte (Mateus 26:7-12) é que podemos compreender o porquê a igreja que representa o segundo ano dos sete últimos anos ter sido Esmirna, bem como entendemos a necessidade de Yeshua em sua apresentação deixar claro que uma vez morto ele pode reviver e assim trazer esperança para todos aqueles que a exemplo dele passarão pela amargura das tribulações para assim exalar o bom perfume dele, tanto nas boas obras como na proclamação do evangelho e que por fim estes serão preparados na unção para a morte em amor e santificação ao nome de D-us.

Apocalipse 2:9 Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás.

Na continuação de nossa abordagem, vemos aqui após o primeiro ano representado pela Igreja de Éfeso, onde os santos foram selados e revestidos de poder para a pregação do evangelho por todo o mundo, na figura das duas testemunhas de Apocalipse 11, e cumprimento cabal da profecia de Joel 2, na qual a dificuldade maior era o equilíbrio entre o intelectualismo para a defesa da sã doutrina fundamental para fé, tão atacada pelos inúmeros falsos profetas, mestres e messias dos fins dos tempos, e a necessidade de que tal embate não enfraqueça a empatia e a relação fraternal dos irmãos já constituídos e dos que ainda necessitam ser alcançados, não permitindo assim o esvanecer do primeiro amor que é o impulsionador do deslocamento para as missões em toda a Terra bem como para o convívio nas comunidades formadas a todo tempo preparadas para as futuras perseguições, aflições e tribulações em amor do nome de D-us e do cordeiro.

Agora adentrando no segundo ano temos a igreja já enfrentando algum tipo de tribulação talvez já pela ação do Anticristo ou pelos seus seguidores que enxergam na figura destas testemunhas um tipo de rebeldia ou até fanatismo, causando dissenção quanto ao governo estabelecido, governo este que aos olhos do mundo é benéfico por trazer estabilidade, a tão almejada paz e segurança globais.

A pobreza ou falta de recursos materiais descritos, mesmo sendo rico em bençãos espirituais pela unção dobrada do Espírito Santo e pelas promessas diretas de Yeshua, devem ser entendida pelo desdobramento da ação missionária, onde os recursos possuídos outrora pelos selados para a missão de proclamação do evangelho por toda a terra por 1.260 dias, foram usados no desenvolvimento desta missão, seja nos longos deslocamentos como no sustento inicial destes, que agora na figura do profeta Eliyahu de forma individual vão ter que mais e mais confiar no sustento proveniente de D-us (1ºReis 17:1-16), ou como comunidades constituídas vão ter que ter tudo em comum, e ao fim depender assim como Moshe o fez por quarenta anos no deserto, única e exclusivamente da misericórdia divina que provia água da rocha, pão do céu, e vez por outra codornizes.

Após o primeiro ano de enfrentamento de inimigos externos, agora vemos um problema de infiltração causando problemas internos, podendo ser até mesmo um agravamento da situação do ano inicial referente a falta do primeiro amor, que se mostra crescente pelo intelectualismo e ortodoxia rígida da postura de embate necessárias ao enfrentamento aos ataques externos, situação na qual alguns membros das recém-formadas comunidades dos últimos dias, sendo possuidores de similaridades aos de posturas restauracionistas, efraimitas, “messianitas” e afins de hoje em dia, e que na figura do que já ocorria com Paulo em suas viagens missionárias, principalmente no estabelecimento da comunidade da Galácia, começam a ter uma crise identitária, nos melhores casos, ou uma avassaladora idolatria ao que é judaico, ao ponto de transtornarem a mente, gerando a ilusão de que o judaísmo é o melhor e único caminho, criando-se assim a necessidade patológica de auto intitulação de judeu, lembrando que aqui se trata de falsos judeus no âmago da questão e não ao que há séculos os cristão vem apregoando de forma antissemitas, que aqui se tratam de judeus na carne que não são “judeus no espíritos” e portanto são sinagoga de satanás. E notamos a parcialidade que até no uso do termo συναγωγή “sinagogé” que em Tiago 2:2 é vertido por assembleia ou ajuntamento sem problema interpretativo algum, mas que aqui neste verso 9 não há uma tradução, seja ela em português ou inglês que não só translitere o termo “sinagogé” para sinagoga ao invés de traduzi-lo da melhor maneira tirando assim o ranço aparentemente antissemita dos tradutores, pois não haveria problema algum deixar a tradução mais ou menos assim: “….blasfêmia dos que se passam por judeus mas não passam de imitadores fantasiados, sendo antes de tudo um ajuntamento do inimigo.” demonstrando assim que a postura destes infiltrados que é tão prejudicial ao convívio, pois as ideias que eu chamo de Galatianas por ser exatamente o que Paulo enfrentou na Galácia, é que derrubam as pessoas da fé, pois tais começam a se fiar em seus próprios méritos de obediência à Torah e nos seus ritos eloquentes e de aparência rebuscada que por fim ao entristecer o Espírito de misericórdia do Senhor por tal atitude prepotente e arrogante de desmerecer o sacrifício remissor de Yeshua atrelando meritocracia ao processo, se tornam desta maneira em anátemas e futuros inimigos do evangelho, como já temos visto em nossos dias os membros dos grupos como o extinto “Tora Viva”, alguns que criaram a cisão na CINA, alguns indivíduos que saíram da AMES e hoje se proclamam ortodoxos, os seguidores de Markus Abobrão, cujo o nome eu não posso citar por ameaças de processos, e tais que aqui só seriam válidos se ele aceitar e se identificar com a alcunha de Abobrão falador de Abobrinhas, e por fim muitos outros testemunhas de ya-ye-yo-yu-xúa que se perdem em formas e ritos e penduricalhos e deixam escapar a essência de tão grande graça nos dada por meio do sacrifício de Yeshua e sua ressurreição.

Apocalipse 2:10 “Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”

Novamente, como já relatado sobre a apresentação de Yeshua à igreja no começo da mensagem, tem-se o foco na possibilidade de morte, e promessa de ressurreição ou seja a coroa da vida dada aos aprovados que fielmente perseverarem até o fim, como bem admoestado por Tiago e por Paulo comparado à conquista dos competidores esportivos como podemos ler respectivamente a seguir:

Tiago 1:12 “Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.” 
1ª Coríntios 9:23-27 “Tudo faço por causa do evangelho, para ser também participante dele. Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todos esforçando-se em tudo tem auto-controle; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma coroa incorruptível. Pois eu assim corro, não como não tendo objetivo; assim combato, não como batendo no ar. Antes, esmurro o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.”
Nesta mensagem de encorajamento não é furtada a possibilidade de sofrimento, tribulação e morte, portanto é com a verdade dos fatos que as testemunhas do Messias e seu evangelho tem que ser confrontadas, e sabendo que D-us refina no fogo aos tesouros que separou para sua honra e glória.
1ª Pedro 1:3 “ Bendito seja o D-us e Pai de nosso Senhor Yeshua o Messias, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Yeshua o Messias dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar, reservada nos céus para vós que, mediante a fé, estais guardados pelo poder de D-us, para a salvação já prestes para se revelar no último tempo, Nisso alegrais grandemente, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na aparição de Yeshua o Messias; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma.
A menção de um tempo de dez dias de tribulação e prisão para se provar a fé das testemunhas, pode ser uma simples determinação de um espaço breve de tempo como no texto acima, ou pode ser uma menção profética para nos lembrarmos das festas e seus significados, pois temos nas festas de outono um período de dez dias entre Yom Teruáh (Dia da aclamação com voz de trombeta) que é inciado no primeiro dia do sétimo mês (Tishrei) e que termina em Yom Kippur (Dia da Expiação) no decimo dia do sétimo mês, período este conhecido na liturgia judaica como Yamin Noraim (Dias de Temor). 


Como explicado anteriormente nos demais estudos do Livro de Apocalipse onde abordamos superficialmente o papel das Festas e seus significados para uma boa compreensão do contexto dos últimos dias, aqui retornamos à abordagem para entendermos a menção destes dez dias, que entendemos ser não dez dias literais mas sim dez dias proféticos que abrange os sete últimos anos antes da saída de nosso sumo sacerdote do santuário celeste, a saber, o retorno de Yeshua. Portanto temos que compreender que o Yom Teruáh ( Dia de aclamação com voz de trombeta) começa com a capacitação das duas testemunhas de Apocalipse 11, que representam a totalidade do povo de D-us, ou seja as duas casas de Israel, formada por judeus remanescentes crentes, a Casa de Judáh ou antigo Reino do Sul ( formadas pelas tribos de Judáh, Benjamim e Levi), e por enxertados advindos de todas as nações por onde a casa de Israel antigo reino do norte foi disperso pelos Assírios (formados pelas outras 10 tribos), ou seja todo o povo de D-us que não se dobrou à outro senhor, será capacitado no cumprimento pleno de Joel 2, para a pregação do evangelho por todo o mundo conforme Isaías 66:19-24 e Mateus 24:14 e este período de pregação seja para o arrependimento e misericórdia por três anos e meio, seja para a repreensão e justiça (toque das sete trombetas) pelos outros três anos e meio, é que compreendemos ser a aplicação profética da festa de Yom Teruá, e como já explicado, o termo תְּרוּעָה “Teruáh” significa aclamação com voz como de trombeta, ou seja, o é uma proclamação em alta voz para chamar atenção pública para um evento importante, seja uma solenidade santa, um alerta para a guerra, uma aclamação de entronização de um rei, portanto tal aclamação pública em alta voz é entendida e associada ao som de trombeta e muitas vezes é usada uma trombeta propriamente dita, ocorre no texto original quando aparece o termo shofar teruáh, uma aclamação de alta voz acompanhada de toques de shofar, toques estes que podem ser de três formas distintas cuja a forma indica situações diferentes, Tekiá seria um som mais forte e contínuo, como um longo suspiro; Shevarim seria três sons interrompidos, como soluços e o Teruáh – nove sons curtíssimos como suspiros entrecortados bem altos e é este o toque de alerta para a preparação para algo iminente e por isso associado profeticamente à proclamação do evangelho em alta voz por todo o mundo. 
Levítico 23:24-25 “Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com Teruáh (aclamação com voz como de trombeta), santa convocação. Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada ao SENHOR.”
Vemos que na indicação da festa de 1° de Tishrei se tem o mandato de se fazer um memorial com aclamação em alta voz como de trombeta, entretanto nem mesmo na tradição judaica tem-se o motivo de tal memorial e aclamação, somente no pós exílio babilônico que surge a ideia da aclamação da criação do homem, determinando assim o aniversário de Adam e posteriormente chamado tal data de cabeça do ano, Rosh Hashaná, sendo que isso não tem amparo bíblico, pois o começo do ano bíblico é no mês da primavera (Abib) ou seja no mês de Nissan. Por todo este mistério que envolve a festa é que entendemos que ela é a mais profética em relação ao tempo do fim de todas as festas principalmente por não ter um amparo em fatos históricos e bíblicos como tem-se na comemoração de Pessach, Shavuot e até mesmo Sucot.

Nota-se que nesta solenidade é para não se ter trabalho servil, indicando que os escolhidos e capacitados do tempo do fim não poderão se preocupar com tarefas comercias que lhe garantam ganhos sendo a dedicação exclusiva para o proclamação do evangelho em alta voz como de trombeta, e tem-se também a oferta queimada ao Senhor indicando que a nossa vida em constante aflição e tribulação em amor ao nome do Senhor e à proclamação deste amor, é oferecida constantemente diante do altar do Senhor.
Romanos 12:1-2 “Rogo-vos, pois, irmãos, pela misericórdia de D-us, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a D-us, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de D-us.”
Para comprovarmos a ação de proclamação das verdades divinas e chamada ao arrependimento com o toque como de trombeta poderíamos citar inúmeros contextos bíblicos mas nos ateremos aos que envolvem os profetas, vejamos algumas passagens sobre o tema:

Isaías 58:1 “Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados.”
Jeremias 4:5-6 “Anunciai em Judá, fazei ouvir em Jerusalém e dizei: Tocai a trombeta na terra! Gritai em alta voz, dizendo: Ajuntai-vos, e entremos nas cidades fortificadas! Arvorai a bandeira rumo a Sião, fugi e não vos detenhais; porque eu faço vir do Norte um mal, uma grande destruição.
Ezequiel 33:1-6 “A palavra do SENHOR veio a mim, dizendo: Filho do homem, fale com os filhos de seu povo e diga-lhes: Quando eu fizer vir um exército inimigo sobre uma terra, se o povo dessa terra escolher um homem do meio deles e o constituir por seu atalaia, e se, ao ver que o inimigo se aproxima, esse atalaia tocar a trombeta e avisar o povo, então aquele que ouvir o som da trombeta e não se der por avisado, se o inimigo vier e o abater, esse será responsável pela sua própria morte. Ele ouviu o som da trombeta e não se deu por avisado; será responsável por sua própria morte. Se ele tivesse dado atenção ao aviso, salvaria a sua vida. Mas, se o atalaia vir que vem o inimigo e não tocar a trombeta, e o povo não for avisado, se o inimigo vier e abater um deles, este fo i abatido na sua maldade, mas quem será responsável pela morte dele é o atalaia.”
Sofonias 1:14-18 “Está perto o grande Dia do SENHOR; está perto e muito se apressa. Atenção! O Dia do SENHOR é amargo, e nele clama até o homem poderoso. Aquele dia é dia de ira, dia de angústia e dia de alvoroço e desolação, dia de escuridade e negrume, dia de nuvens e densas trevas, dia de toque de trombeta e de grito de guerra (Teruáh) contra as cidades fortes e contra as torres altas. Trarei angústia sobre os homens, e eles andarão como cegos, porque pecaram contra o SENHOR; e o sangue deles se derramará como pó, e a sua carne será atirada como esterco. Nem a sua prata nem o seu ouro os poderão livrar no dia da ira do SENHOR, mas, pelo fogo do seu zelo, a terra será consumida, porque, certamente, fará destruição total e repentina de todos os moradores da terra.”
Amós 2:1-2 “Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Moabe e por quatro, não sustarei o castigo, porque queimou os ossos do rei de Edom, até os reduzir a cal. Por isso, meterei fogo a Moabe, fogo que consumirá os castelos de Queriote; Moabe morrerá entre grande estrondo, (Teruáh BeKol Shofar) aclamação com voz de trombeta. 3 Eliminarei o juiz do meio dele e a todos os seus príncipes com ele matarei, diz o SENHOR.”
Joel 2:1 “Tocai a trombeta em Sião e clamai em alta voz no monte da minha santidade; perturbem-se todos os moradores da terra, porque o dia do SENHOR vem, ele está perto;
Agora que o contexto profético de Yom Teruáh está esclarecido, vamos aos dias compreendidos até Yom Kippur, conhecidos na tradição judaica pelos nomes de Yamim Noraim (Dias Temíveis ou de Temor) e por Asseret Yemei Teshuváh (Dez dias de Arrependimento), pois segundo a tradição em Yom Teruáh os livros das ações humanas começam a ser examinados no primeiro dia do sétimo mês para a sentença que culmina com a inscrição no livro da vida e os riscados que figuram no livro para a morte, sendo o Yom Kippur o dia que tal decreto é estabelecido diante do povo tanto na sobrevivência do sumo sacerdote que saíra com vida do Santos dos Santos, tanto na aceitação do sacrifício expiatório do bode que leva sobre si os pecados do povo, que segundo a tradição levava amarrado em sua cabeça um fio de cor escarlate, e após a sua ida ao deserto e morte na queda do precipício, ao se verificava o fio e o mesmo tivesse mudado de cor, ficando branco, era sinal da aceitação de D-us de todo o cerimonial de Yom Kippur e o povo se alegrava adentrando à festa de Sucot, entronizando o Senhor no meio deles (Emmanu-el) e lembrando de como era a habitação em tendas na dependência do Senhor.

Mas os dez dias são de extrema pressão espiritual, onde o acusador aponta as falhas, e busca a condenação de cada ato contrário à vontade de D-us que tenha sido cometido por cada membro do povo, e a cada proclamação ao som da trombeta neste período chamando ao arrependimento e a reconciliação para com o próximo, o coração fica aflito, contristado e quebrantado e assim mediante ao arrependimento e restituição a sentença para inscrição no livro da vida e da morte pode ser alterada, portanto este dez dias são a última oportunidade de uma renovação de atitudes que serão testadas como ouro que passa pelo fogo e se não queimado se perdendo ficará mais puro e reluzente, e também de um novo nascimento para aqueles que se achegam alertados pela aclamação como voz de trombeta, e assim o juízo seja favorável. 

E como dito estes dez dias de tribulação e prisão alertados à comunidade de Esmirna serão iniciados com a proclamação das duas testemunhas no período final de sete anos até o Yom Kippur profético onde o nosso Sumo Sacerdote, Yeshua o Messias, sairá do Santo dos Santos Celeste 
Hebreus 9:24-28 “Porque o Messias não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de D-us; nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado. E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também o Messias, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.” 
E a saída do Senhor do Santos dos Santos Celeste ao som da última trombeta a trombeta de Yovel (Jubileu) que era tocada no décimo dia do sétimos més conforme Levítico 25:8-9 “Contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos, de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos. Então, no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta vibrante; no Dia da Expiação, fareis passar a trombeta por toda a vossa terra.”, sendo o último ciclo de cinquenta anos ao homem pois entendemos o tempo dado por D_us ao homem em Gênesis 6:3 foi de cento e vinte ciclos e cada ciclo tendo cinquenta anos fecha o seis mil anos do homem na terra, e portanto tal evento representará a vinda de Yeshua para a proclamação do ano aceitável do Senhor, com a aceitação do seu próprio sacrifício inscreverá o nome dos santos no livro da vida, os glorificando com o que é incorruptível e trazendo juízo para os riscados e inscritos no livro da morte, trazendo sobre a Terra o Dia da Ira do Senhor, o Dia da Restituição, onde as taças da ira de D-us serão derramadas. 

Apocalipse 2:11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte.

Se encerra a mensagem à comunidade de Esmirna, a representante do segundo ano dos sete anos finais, assim como se iniciou e discorreu toda a temática, sendo que aqui também se fala de vencer, conquistar, combater o bom combate, guardar a fé e perseverar até o fim e ter como recompensa a coroa da vida, a glorificação, a inscrição no livro da vida e a ressurreição em incorruptibilidade que nos livra da segunda morte, a saber, a condenação ao lago de fogo e enxofre conforme Apocalipse 20:14-15:
“Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.” 
E por fim terminamos com uma benção de Apocalipse 20:6 “Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de D-us e do Messias e reinarão com ele os mil anos.”

Por Metushelach Cohen 

Um comentário:

  1. Shalom Metshelach, amo seus estudos. São profundos. Parabens. Baruch Hashem

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