שמע ישראל י-ה-ו-ה אלקינו י-ה-ו-ה אחד
Shemá Yisrael Adonai Elohêinu Adonai Echad

domingo, 12 de janeiro de 2020

Comentários da Porção "No Princípio" - Parashat Ber'eshit - Ber'eshit 1:1- 6:8 - 3º DIA

No Princípio - Gênesis 1:1 - 6:8
(Terceiro dia - Gn. 1:9-13)

Ber'eshit - Gênesis 1:9-13 " Disse também D-us: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez. À porção seca chamou D-us Terra e ao ajuntamento das águas, Mares. E viu D-us que isso era bom.  E disse: Produza a terra relva, ervas que deem semente e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez. A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu D-us que isso era bom. Houve tarde e manhã, o terceiro dia. 

Nestes versos temos a terra, que outrora oculta nas profundezas do abismo, emergindo das águas, e como é dito que as águas foram ajuntadas num só lugar, suponha-se que a terra que emergiu era um único bloco continental como demonstram as evidências geológicas, apontando para o que a ciência convencionou chamar de Pangeia.

Terceiro dia da Criação

Neste momento a terra já desencharcada ao emergir, rica dos minerais marinhos de onde se encontrava e em contato com uma nutriente atmosfera oxigenada pelo próprio sopro (Ruach) do Criador que se “movia por sob ás águas”, tem agora as condições necessárias para a produzir relva, ervas, árvores e frutos e cada um segundo a sua espécie, ou seja, sem mistura ou bagunça biológica de uma árvore produzir o fruto da outra.

Agora partindo para a criptografia onde o terceiro dia da criação demonstra o terceiro milênio do homem sobre a terra, onde Avraham (Abraão) e sua descendência são o foco, comparados à terra cercados por águas das nações (Ap. 17:15), ou seja, Israel povo que tem a promessa e se estabelece na “Terra” prometida, tem orientações para se separar das demais nações em volta (águas), se tornando uma ilha de onde deveria fluir o conhecimento e temor do Senhor, tanto pelo exemplo dos patriarcas que eram amigos de de D-us, como pela observância da Torah pelos filhos de Israel.
Deuteronômio 4:6-9 “Portanto, guardem e cumpram essas leis, porque isto será a sabedoria e o entendimento de vocês aos olhos dos povos que, ouvindo todos esses estatutos, dirão: “De fato, este grande povo é gente sábia e inteligente.”
Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor, nosso Deus, todas as vezes que o invocamos?
E que grande nação há que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que hoje eu lhes proponho?
— Tão somente tenham cuidado e guardem bem a sua alma, para que vocês não se esqueçam daquelas coisas que os seus olhos têm visto, e elas não se afastem do seu coração todos os dias da sua vida. Vocês também contarão isso aos seus filhos e aos filhos dos seus filhos.”

E assim se Israel ouvisse e guardasse a Torah sem se misturar aos povos que o cercavam conforme orientação de D-us em Ex. 34:10-17 e Dt. 7:1-9, se manteria na terra sob as bençãos do Senhor, portanto uma porção seca, separada e consagrada ao Senhor no meio das águas de nações, línguas e povos.

Mas dentro deste milênio que começa por volta do chamado de D-us à Avraham ( Abraão) se tem a conquista desta terra prometida, prova esta que estabeleceria Israel definitivamente como um povo único, com valores destintos um verdadeiro protótipo de reino, estabelecido pela boa nova da Palavra de D-us,  e não apenas uma junção de pessoas de uma mesma ancestralidade, e assim bem ajustados sob estandartes e em marcha conquistou a terra prometida das nações que lá habitavam, nações estas que como erva foram varridas pela ordem da Palavra do Senhor. Pedro em determinada comparação, citando Isaías 40, liga os não regenerados pela Palavra como erva que seca, conforme podemos ler abaixo:
1ª Pedro 1:23-25: “Porque vocês foram regenerados não de semente corruptível, mas de semente incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. Porque “toda a humanidade é como a erva do campo, e toda a sua glória é como a flor da erva. A erva seca, e a flor cai;
mas a palavra do Senhor permanece para sempre.” Esta palavra é o evangelho que foi anunciado a vocês.”
No mesmo sentido de os povos incrédulos serem como relva e erva temos o seguinte Salmo:
Salmos 37:1-3: “Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que obram a iniquidade. Pois cedo serão ceifados como a relva e murcharão como a erva verde.
Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra e segue a fidelidade.”

Notamos portanto que assim que D-us estabelece um povo e outorga a este povo uma norma de conduta, os demais povos se não se achegarem ao primeiro e ouvirem e obedecerem a esta norma, mesmo que floresçam e deem sementes, ou seja, multipliquem e cresçam e povoem o mundo todo, eles um dia secarão como a erva, e a glória de suas obras antagônicas à vontade de D-us, como flores cairão ao chão.

No entanto Israel é tido como que jardins a beira dos rios, como árvores de sândalo plantadas pelo Senhor, na profecia proferida por Bila'am (Balaão)  na famosa canção “Ma Tovú” (Quão Formosas) recitada todas as manhãs nas sinagogas pelo mundo:
Números 24:5-9: ”Quão formosas são as tuas tendas, ó Jacó, as tuas moradas, ó Israel! Como ribeiros se estendem, como jardins à beira dos rios; como árvores de sândalo o Senhor os plantou, como cedros junto às águas; De seus baldes manarão águas, e a sua semente estará em muitas águas; e o seu rei se erguerá mais do que Agague, e o seu reino será exaltado. Deus o tirou do Egito; as suas forças são como as do boi selvagem; consumirá as nações, seus inimigos, e quebrará seus ossos, e com as suas setas os atravessará. Encurvou-se, deitou-se como leão, e como leoa; quem o despertará? benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem.”

Temos vários textos que determinam esta diferenciação, de um povo com leis estabelecidas por D-us  e dos demais que renegam tal orientação divina, o primeiro sendo comparado a árvores junto a fontes e o segundo a ervas secas que serão levadas pelos ventos:

Salmos 1:1-6: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.
Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem-sucedido.
Os ímpios não são assim; são, porém, como a erva seca que o vento dispersa.
Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.”

Mas antes desta vinculação de um povo que possui uma lei para obedece-la à arvores frutíferas, houve o chamado de um homem que seria o pai deste povo e é em Avaham (Abraão) que vemos a promessa de D-us de frutificação:
Gênesis 17:1-6: “Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o Senhor a Abrão e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda em minha presença e sê perfeito.
E porei o meu concerto entre mim e ti e te multiplicarei grandissimamente.
Então, caiu Abrão sobre o seu rosto, e falou Deus com ele, dizendo:
Quanto a mim, eis o meu concerto contigo é, e serás o pai de uma multidão de nações.
E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto.
E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti.”

E assim como ocorreu com Avraham (Abraão) as benção de possuir a terra e ser frutífero ao ponto de ter a descendência comparada ao número de estrelas nos céus, assim também foi com Itschak (Isaque) conforme Gênesis 26, e se repetiu com Yaacov (Jacó) em Gênesis 28, e continuou em Yossef (José) que recebeu a benção de seu pai Yaacov: Gênesis 49:22: “José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus galhos se estendem sobre o muro.”
O filho de Yossef, Efraim já nasce recebendo um nome com associação à frutificação: Gênesis 41:52: “E o nome do segundo chamou Efraim, porque disse: Deus me fez frutificar na terra da minha aflição.”
E este também recebe de Yaacov seu avô uma benção especial, de primogênito, mesmo sendo o segundo filho, de ser a plenitude dos gentios (מלא־הגוים) “melo-hagoyim” ou multidões de povos.

E assim Israel frutificou, e se tornou um reino poderoso por todo o terceiro milênio da criação chegando ao Ápice moral no reinado daquele que era segundo o coração de D-us, Rei David, e no ápice de sabedoria e expansão territorial com o Rei Shlomo (Salomão), e neste último reinado é que os reis da terra se admiravam com a grandeza de Israel e suas leis bem como a aplicabilidade destas leis de maneira sábia pelo Rei Shlomo.
Enquanto isso no resto do mundo os reinos que se seguiam um após outro ficavam mais hábeis na crueldade de suas guerras, na dominações humilhantes e depravadas dos inimigos, nos dispêndios exorbitantes em obras suntuosas, resquícios do ideal babilônico de se fazer o nome dos homens celebres em construções que infligisse isso aos demais povos, e assim constatamos as flores das ervas que em glória se manifestam mas ao fim serão secas e ao chão terminarão, e tal pensamento e atitude se multiplica tal qual as ervas cada uma dando a sua semente conforme a sua espécie, e Israel de mesmo modo, neste período frutificando, dando sementes conforme sua espécie e como bem sabemos sempre existiram e existem até hoje as árvores que dão bons frutos e as que dão frutos maus e esta associação é feita por Yeshua de maneira incisiva: Mateus 7:15-20: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.
Por seus frutos os conhecereis. colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis."
Vemos claramente nestas associações que a frutificação é intimamente ligada à índole do indivíduo em se relacionar com D-us por meio das instruções, ensinamentos e direcionamentos que a Torah internalizada em nós por meio do Espírito do Senhor pode nos proporcionar.

Segue mais um Salmo com esta temática:
Salmos 92:12-15: “O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano. Os que estão plantados na Casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes, para anunciarem que o Senhor é reto; ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.”
Gálatas 5:22: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.”
Este frutos acima listados, eram constantes e bem cultivados no período entre Avraham e Shlomo, seja na vivência íntima com D-us cujos patriarcas gozavam, seja na vivência dos mandamentos nos 40 anos de deserto sob liderança de Moshe (Moisés), e que prosseguiu na liderança de Yehoshua (Josué), ou até mesmo nos altos e baixo do povo no período dos juízes, até culminar na implementação da dita habitação do Senhor na terra no reinado de Shlomo , em todo este terceiro milênio da criação vimos a frutificação dos bons frutos em Israel como também os dos maus frutos mas principalmente na relva do resto do mundo.

HaBikurim – As Primícias – Terceira festa

A celebração que aponta ou ainda, sintetiza os acontecimentos do terceiro milênio é a celebração de HaBikurim, as primícias, onde o povo em grande alegria por ter sido escolhido para receber as promessas, ter sido liberto da escravidão, provado na aflição do deserto e agora adentrando à Terra Prometida, em obediência ao concerto feito com D-us agradece por tudo mas não com simples palavras ou atos subjetivos, mas com o melhor que podem oferecer, os seus primeiros frutos, que após dedicação na semeadura, exige a atenção em se observar o que se desponta em primazia para assim consagrar ao Senhor, entregando ao mediador para que este mova o que é ofertado para todos os cantos, e toda esta contextualização ocorre no terceiro milênio, onde D-us após plantar Adam e estes não dar bom frutos, após plantar Noach e este também se deixar cair pelo fruto da videira, agora em Avraham colhe os bons frutos da fidelidade, obediência, confiança, hospitalidade (Hb. 13:2), e não obstante a tudo isso Avraham também é movido diante do Senhor, pois ao ser orientado a sair da sua terra, de sua parentela para ir uma terra desconhecida, ele se movimenta para oeste, para o norte depois para o leste e depois para o sul, subindo e descendo os montes e por fim é aceito e consagrado como pai da semente que abençoaria todas a famílias da terra, e como já dito tal benção é transmitida para seus filho Itschak e para seu neto Yaacov, e deles também por meio de provações são extraídos os primeiros frutos, e o povo de Israel posteriormente recebem a terra, não antes de serem provados na servidão do Egito, a aflição de 40 anos de deserto e assim também serem movidos diante do Senhor por toda esta peregrinação, e em Shlomo no seu reinado desfrutam da maior extensão que o território já teve, mas ainda não conforme a promessa que ainda se estabelecerá na vinda do Mashiach, Por estas similaridades de haver uma terra separada (Israel)  das águas (Nações)  onde os primeiros frutos pudessem ser colhidos conforme cada um a sua espécie é que temos o terceiro dia da criação se ligando à festa de HaBikurim e isso refletindo ao desenrolar dos patriarcas no terceiro milênio dos homens sobre a terra.

Por Metushelach Cohen


Nota: Os apóstrofos ( ' ) utilizados nas transliterações dos termos hebraicos servem para indicar que a próxima letra é gutural como nos casos das letras alef e aiyn, portanto a pronúncia terá que guturalizar as vogais, ou seja formar o som da vogal no fundo da garganta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça um blogueiro feliz, Comente porfavooooooooooooor