שמע ישראל י-ה-ו-ה אלקינו י-ה-ו-ה אחד
Shemá Yisrael Adonai Elohêinu Adonai Echad

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

ANÁLISE DO LIVRO DO PROFETA JOEL - Parte 2 - versos de 5 a 7

ANÁLISE DO LIVRO DO PROFETA JOEL


Joel 1:5 "Despertai-vos, bêbados, e chorai; uivai, todos os bebedores de vinho,por causa do vinho doce; pois está ele tirado da vossa boca."

Podemos fazer duas ponderações sobre este verso, primeiro é que a retirada do vinho além de alertar literalmente sobre a destruição das vinhas está apontando para um período futuro de tristeza, amargura consideráveis, pois o fruto da vide, ou o vinho é símbolo de festa e alegria entre o povo de Israel, o segundo ponto é conclamação para que os bêbados despertem, se arrependam em súplicas e constrição de coração, mas a referência à bêbados aqui pode conforme admoestações de outros profetas estar se referindo à conduta relapsa e desleixada de Israel para com o relacionamento firmado e pactuado com D-us, como que se o povo estivesse com as vistas turvadas e os sentidos amortecidos pelas transgressões e até mesmo pela mecanicidade dos ritos usados para o serviço para com D-us, vemos em Isaías palavras que apontam para esta perspectiva:
Isaías 29:9-14: “Fiquem espantados e continuem assim! Fiquem cegos e continuem sem ver! Eles estão bêbados, mas não de vinho; andam cambaleando, mas não por causa de bebida forte.Porque o Senhor derramou sobre vocês o espírito de profundo sono; ele fechou os olhos de vocês, que são os profetas, e cobriu a cabeça de vocês, que são os videntes.
Para vocês, toda visão já se tornou como as palavras de um livro selado. Se derem o livro a alguém que sabe ler, dizendo: “Leia isto, por favor”, ele responderá: “Não posso, porque está selado.”
E, se derem o livro a quem não sabe ler, dizendo: “Leia isto, por favor”, ele responderá: “Não sei ler.” O Senhor disse: “Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos ensinados por homens, continuarei a fazer obra maravilhosa no meio deste povo. Sim, farei obra maravilhosa e um prodígio, de maneira que a sabedoria dos seus sábios será destruída, e o entendimento dos seus entendidos desaparecerá.” ”

Pelo contexto vemos que a postura errada do povo que foi chamado para ser luz para as nações, faz com o próprio D-us faça para com eles o que fez com Faraó, não que D-us propriamente endureça o coração de alguém para que o livre arbítrio desta pessoa seja questionado tornando o futuro julgamento injusto, mas que o coração já desviado faz com que o Senhor se afaste, e ao se afastar a ação que convence da justiça, do juízo e do pecado deixa de atuar e o indivíduo irá de mal a pior, dado ao erro e ao engano de seu próprio coração, e é neste sentido que podemos entender até mesmo a operação do erro em 2ª Tessalonicenses 2:10-12:
“E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso D-us lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira;
Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade.”

Yeshua também toca no assunto em Mateus 13:13-15:
“Por isso, lhes falo por parábolas, porque eles, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem, nem compreendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis e, vendo, vereis, mas não percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviu de mau grado com seus ouvidos e fechou os olhos, para que não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e compreenda com o coração, e se converta, e eu o cure”.

Em resumo este verso está alertando todo o povo de coração desviado da nação de Israel, que se alegra no vinho do seu entorpecimento, que este tempo de desvio e falsa alegria chegará ao fim pela assolação que destruirá a vide e os seus frutos, ou seja, a vida dissoluta e seus maus frutos, então ouçam, despertai de vosso sono e se arrependam.

Joel 1:6-7: "Pois sobre a minha terra é vinda uma nação forte e inumerável; os seus dentes são os dentes dum leão, e tem os queixais duma leoa. Fez da minha vide uma assolação, tirou a casca à minha figueira; despiu-a toda e lançou-a por terra; os seus ramos fizeram-se brancos."

Nestes versos ainda na literalidade contextual o termo nação se aplica aos gafanhotos que fortes e num enxame que não se pode numerar tem seus dentes e a força de suas mandíbulas comparadas à força e voracidade dos leões, e como explicado anteriormente sobre o termo Gazam "גָּזָם" é neste estágio que os gafanhotos já sem vegetação para se alimentar ataca as cascas das árvores, deixando-as despidas de proteção causando o esbranquecimento dos galhos.
Partindo do literal para o profético temos este estágio de desenvolvimento do gafanhoto גָּזָם, como já explanado, ligando-se ao Império Assírio que com voracidade atacou tanto a videira, ou seja, o Reino do Norte como também à figueira, o Reino do Sul, e quando há descrição da Oliveira se trata do conjunto das duas Casas de Israel unidas.
Notemos que a a vide, Reino do Norte foi o primeiro a ser atacado e se tornou em assolação, não sobrando nada do Reino, e a figueira não foi inteiramente devastada, primeiro teve suas cascas atacadas ou seja as cidades de fronteira do Reino do Sul, como primeira linha de defesa foram uma a uma destroçadas, e assim a vias de abastecimento, que seriam as raízes e caules de transporte de nutrientes foram lançadas por terra, e as cidades em torno e de proteção de Jerusalém pouco a pouco foram se esbranquecendo sem alimentos que não mais poderiam chegar dos campos, e por fim sobrou somente a capital que fortificada por altos muros e pela proteção do Senhor resistiu aos ataques por longos 15 anos no reinado de Ezequias.

Escatologicamente podemos ver o reino da besta que tem boca de leão (Ap. 13:2) atacando novamente ao eleitos, e até mesmo uma das trombetas fazendo ligação tanto ao ataque de gafanhotos como que tendo dentes de leão:
Apocalipse 9:7-8: “ E o aspecto dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre a sua cabeça havia umas como coroas semelhantes ao ouro; e o seu rosto era como rosto de homem. E tinham cabelos como cabelos de mulher, e os seus dentes eram como de leão.”

Mais uma vez notemos que as palavras dos profetas possuem a literalidade apontando para um acontecimento próximo ao profeta, como também algo profético para um futuro próximo àquela geração como também um reflexo escatológico, ou seja, para o tempo de fim. 

Por Metushelach Cohen.

Um comentário:

Faça um blogueiro feliz, Comente porfavooooooooooooor