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domingo, 16 de fevereiro de 2020

Comentários da Porção "No Princípio" - Parashat Ber'eshit - Ber'eshit 1:1- 6:8 - 7º DIA

No Princípio - Gênesis 1:1 - 6:8
(Sétimo dia - Gn. 2:1-3)




Ber'eshit - Gênesis: 2:1-3: "Assim foram acabados o céu e a terra, com todo o seu exército. No sétimo dia, acabou D-us a obra que tinha feito; e cessou, no sétimo dia, de toda a obra que fizera. Abençoou D-us o dia sétimo e o santificou; porque nele cessou de toda a obra que fizera como Criador."


Vemos o cessar de D-us, e não um descansar como Ele se pudesse ficar cansado, mas sim que deixou de criar, cessando sua obra, e além de cessar houve uma bendição, o sétimo dia foi abençoado, e santificado, que quer dizer tornar santo, separado, não comum.
O sétimo dia então diferente do que dizem como que sem valor prático, ou que possa ser alterado para outro dia, ele tem sobre si um diferencial por ser bendito e separado.
A tradição judaica coloca o shabat como um dia de núpcias onde há alegria, regozijo e deleite, que nos remonta à liberdade, a de sermos livres para podermos descansar, cessar de criar, não nos preocuparmos com as coisas comuns e cotidianas e sim que podemos dedicar o nosso tempo para não alimentar o corpo o que envolve esforço e adquirir recursos financeiros mas alimentar a alma que envolve termos prazer em estarmos com nossa família, nos dedicando as coisa de D-us, através da meditação, estudo, leitura da  Palavra de D-us para podermos alimentar o espírito, carregando as energias para uma semana onde o suor do rosto nos afligirá, a dor para que em meio a espinhos e abrolhos possamos da terra tirar o nosso pão, ou seja, o sétimo dia aponta para a redenção quando encontraremos repouso da maldição da queda, e quando D-us abençoou e santificou a este dia era que pudêssemos adentrar nele semanalmente como que adentrando numa amostra de como será o Reino de D-us, onde o homem regenerado, com o corpo como o de Adam (Adão) antes da queda, ou seja, glorificado que reluz como a face de Moshe depois de face a face receber as Leis no Monte,  ou como o rosto de Yeshua quando da visão de sua transfiguração no Monte. A guarda do sétimo dia portanto não é algo ritualístico e desprezível que pode ser alterado ou abolido, e sim é um presente dado por D-us, primeiramente para que os que o conhecem possam declarar sua fé, pois se a cada semana você cessa de suas atividades comuns nos seis dias anteriores, você demonstra que crê no D-us Criador que em seis dias tudo criou e no sétimo cessou a sua obra, abençoando e santificado a tal dia, e assim como nele crê, emita Seu exemplo também abençoando, dignificando, santificando separando do comum a tal dia, dedicando estas 24 horas para tudo que possa trazer a honra, a glória e o louvor a este D-us Criador.
Não atoa que este dia da criação se liga ao sétimo milênio, o milênio de reinado do Messias sobre a Terra, onde os seus servos receberão o devido descanso, pois em corpos glorificados, na figura de Adam antes da queda, os homens não terão que em meio a dor e suor à espinhos e abrolhos ter que despender energia para adquirir da terra o seu sustento, pois o sustento virá do Senhor, assim como os levitas não receberam herança na terra de Israel mas o Senhor seria a sua Herança assim será com o reis e sacerdotes glorificados no milênio; E assim como temos hoje o sétimo dia como amostra deste tempo, temos também os milagres que gotejam sobre o corpo do Messias na terra, onde podemos ver curas e libertações, o cessar de chuvas e ventos, a possibilidade de secar uma árvore ou fazê-la produzir, andar por sobre as águas, ou transformar água em vinho tudo isso como pingos do que teremos como manancial no sétimo milênio, onde recuperaremos o domínio sobre toda a criação.


Sucot - Cabanas, Tendas ou Tabernáculos - Sétima Festa 


Sucot aponta também para este período que após a expiação em Yom Kipur o povo se preparava para habitar em cabanas, para demonstrar que lembravam de como o Senhor os sustentou e habitou com eles nos 40 anos de deserto na saída do Egito, se alegram como num casamento, onde o habitar nas tendas pode demonstrar na união matrimonial (Gn. 24:67), na figura do encontro da Noiva com o Noivo e a sua união em uma só carne dentro da tenda.(2ª Cor. 11:2)
Por ser a última festa, onde os produtos da terra já haviam sido colhidos e agora seriam estocados para sustento no inverno, assim também nós adentraremos ao milênio despreocupados com o sustento pois ele já estará garantido no Senhor que primeiramente nos dará corpos incorruptíveis como o maná guardado para memorial no pote de ouro dentro da arca do testemunho (Ex. 16:32, Hb. 9:4 e Ap. 2:17), depois por nos fazer governantes e sacerdotes com o Messias onde receberemos as dádivas das nações, as panelas de Jerusalém serão todas santificadas para as ofertas e como sacerdotes tem parte das ofertas assim teremos também sustento (Zc. 14:16-21).

Por Metushelach Cohen.   

Comentários da Porção "No Princípio" - Parashat Ber'eshit - Ber'eshit 1:1- 6:8 - 6º DIA

No Princípio - Gênesis 1:1 - 6:8
(Sexto dia - Gn. 1:24-31)

Ber'eshit - Gênesis: 1:24-31:" E disse D-us: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis, e bestas-feras da terra conforme a sua espécie. E assim foi. E fez D-us as bestas-feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie. E viu D-us que era bom. E disse D-us: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra. E criou D-us o homem à sua imagem; à imagem de D-us o criou; macho e fêmea os criou. E D-us os abençoou e D-us lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a face de toda a terra e toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão para mantimento. E para todo animal da terra, e a toda ave dos céus, e a todo réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde lhes será para mantimento. E assim foi. E viu D-us tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã: o dia sexto."

Como a ciência preconiza chegamos nos estágio mais avançado do desenvolvimento dos seres vivos, com o aparecimento dos répteis e dos mamíferos inclusive o homem o ser mais evoluído em questões biológicas e principalmente nas intelectuais, vemos também que a princípio todas as espécies eram herbívoras, ou seja, a dieta era estritamente de vegetais, e como podemos atestar na presença de apendesses que no  homem moderno são atrofiados e só servem para inflamar em apendicites agudas, mas que a princípio serviam para a quebra da celulose como nos animais herbívoros de hoje. 

O paralelo do sexto dia da criação é com o nosso milênio, o último antes da redenção, e seus elementos e pormenores apontam para algo que ocorrerá ao fim deste milênio, vemos a criação dos répteis e bestas feras apontando para o que foi profetizado em Gn. 3:15-16, na existência primeiramente da descendência e semente da serpente (os filhos das trevas, as águas de baixo e agora répteis) e o fortalecimento final dos reinos estabelecidos por esta descendência, que em Daniel 7 são profeticamente representados pelas quatro bestas-feras especificas e suas sete cabeças, mas que em conformidade com Apocalipse 13:1-2 se unirão formando a besta, o reino daquele que há de vir para o último ataque ao calcanhar ("עָקֵב" - A'kev trocadilho com "יַעֲקֹ֑ב" - Ya'akov) da descendência da mulher, e vemos o gado ou dito os animais domésticos como aqueles que não se juntam aos descendentes da serpente mas que também não são parte da descendência da mulher, e que ao fim serão chamada de o resto das nações, que sobrarão vivas para adentrarem ao reino milenar do Messias mas sem a glorificação de seus corpos Zc. 14:16.
Vemos a ordem de frutificação e dominação dada ao homem, e como sabemos o primeiro domínio foi perdido pela queda e entregue a Serpente, figura do Diabo que é chamado de príncipe deste mundo, deus deste século, e que demonstra tal domínio na tentação de Yeshua quando ele o mostra todos os reinos da terra e lhe oferece tal domínio em troca da sujeição e adoração do filho de D-us Mt. 4:8-9.
Mas tal domínio será restaurado e dado ao homem na vinda do Messias quando ele sair do Santíssimo lugar ao som da última trombeta, quando o reino for estabelecido e os galardões forem distribuídos, ou seja, o governo, administração, e funções de autoridade forem dadas a cada um conforme suas obras, primeiro aos grandes no reino dos céus (Mt. 5:19), cuja as obras como ouro, prata e pedras preciosas resistirem ao fogo (1ª Cor. 3:11-15 e 2ª Cor. 5:10) e depois o que sobrar aos pequenos com obras de palha, madeira ou feno. 
E neste encontro com o Messias nos ares é que veremos a verdadeira expressão de "façamos o homem a nossa imagem e semelhança", onde a família divina criando mas não sem a  pronta resposta de cada um (por isso façamos) que se negando a si mesmo, tomou de sua cruz e seguiu aquele que viria a ser o esposo, e tais em união como de um único corpo, se apresentarão como a esposa, pura e imaculada agora sim na imagem e semelhança de seu Criador, com o corpo glorificado e mente do Messias, podendo ver a face daquele que ninguém podia ver senão pela figura do Filho.
E é neste sentido de restauração de todas as coisas ao fim do sexto milênio é que D-us pode dizer diferente dos outros dias que disse apenas bom, agora sim é muito bom.

Yom Kipur - Dia da Expiação - Sexta Festa (e se tal festa for no último ciclo de 50 anos  haverá o toque da última trombeta para anunciar o ano aceitável do Senhor, o chamado ano de remissão - Yovel - Jubileu)  

Como é na sexta festa que temos a figura do Sumo Sacerdote saindo do Santíssimo Lugar com os pecados do povo devidamente expiados, e com os nomes inscritos no livro da vida, temos aqui a configuração da vinda de Yeshua que saíra da destra do Pai no Santuário Celeste (Hb. 9:24-28), de onde ele tem ministrado à nosso favor como advogado, expiando dia a pós dia a cada falha e tropeços de seus servos (1ª Jo 1:1-2).
E como Yeshua adentrou lá ao ascender aos céus e de lá não saiu desde então, a sua saída será para a sua vinda para trazer a testificação da expiação que é a inscrição no livro da vida, e se alguém está lá inscrito convêm que viva e viva abundantemente, ou seja, viva para sempre e portanto a testificação de que o plano redentor foi consumado é que os mortos tenham que ressuscitar e juntamente com os vivos serem cobertos de imortalidade, incorruptibilidade que nada mais é que o corpo glorificado (1ª Co. 15:51-58), e tudo isso ocorrerá ao som da última trombeta, e na lei e os profetas a última trombeta de um ciclo de 50 anos (Jubileu - Yovel) se dava ao 10° dia do sétimo mês, juntamente com o dia da expiação (Lv. 25:8-10), e tal dia também é conhecido como ano aceitável do Senhor ou ano dos redimidos pois era neste ano que todas as dívidas dos filhos de Israel eram perdoadas e todas as posses retornavam a seus primeiros donos, ou seja, a terra era devolvida a tribo, clã e família conforme foi dividida por Josué na conquista da terra prometida (Js. 18:10), tudo em figura da remissão da Criação com a vinda do Messias e o estabelecimento de seu reino. 


Por Metushelach Cohen.   
      

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Comentários da Porção "No Princípio" - Parashat Ber'eshit - Ber'eshit 1:1- 6:8 - 5º DIA

No Princípio - Gênesis 1:1 - 6:8
(Quinto dia - Gn. 1:20-23)



Ber'eshit - Gênesis: 1:20-23: "Disse também D-us: Povoem-se as águas de enxames de seres viventes; e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus. Criou, pois, D-us os grandes animais marinhos e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoavam as águas, segundo as suas espécies; e todas as aves, segundo as suas espécies. E viu D-us que isso era bom. E D-us os abençoou, dizendo: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei as águas dos mares; e, na terra, se multipliquem as aves. Houve tarde e manhã, o quinto dia.

Nestes versos vemos a criação conforme a ciência normativamente subdivide em ordem de complexidade dentro da taxonomia de reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie, ou seja, como notamos os animais marinhos, os que saíram da água, ou seja, os anfíbios, depois os que rastejam, ou seja, os répteis e por fim as aves são assim bem descritos. Não que confiemos nas explicações científicas de ancestralidades e antiguidade evolutiva, mas que o nível que é percebido de complexidade de cada espécie é respeitado nesta descrição.

Partimos para a criptografia do quinto milênio do homem sobre a terra, mas para isso recuperamos alguns termos utilizados para Israel e nas promessas para Avraham e seus filhos e netos, que é o de abundar sobre a terra, mas num sentido de enxames, o mesmo utilizado para os seres marinhos, que em sumo são peixes, que seria a palavra "ץרַץ" Tsharats como podemos ver no verso a seguir:
Êxodo 1:7: "Os filhos de Israel frutificaram, e enxamearam e multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu deles."
E como podemos ver de forma não referencial ao termo em si mas sim à ideia:

Gênesis 48:15,16: "E abençoou a Yossef (José), e disse: O D-us, em cuja presença andaram os meus pais Avraham e Itschak, o D-us que me sustentou, desde que eu nasci até este dia; O anjo que me livrou de todo o mal, abençoe estes rapazes, e seja chamado neles o meu nome, e o nome de meus pais Avraham e Itschak, e multipliquem-se, como peixes em multidão, no meio da terra.

Tal promessa ligada à posterior:

Gênesis 48:17-19: "Vendo pois Yossef que seu pai punha a sua mão direita sobre a cabeça de Efraim, foi mau aos seus olhos; e tomou a mão de seu pai, para a transpor de sobre a cabeça de Efraim à cabeça de Manassés. E Yossef disse a seu pai: Não assim, meu pai, porque este é o primogênito; põe a tua mão direita sobre a sua cabeça. Mas seu pai o recusou, e disse: Eu o sei, filho meu, eu o sei; também ele será um povo, e também ele será grande; contudo o seu irmão menor será maior que ele, e a sua semente será uma multidão de nações."

Com estas duas promessas onde o foco pesa sobre Efraim, onde a sua descendência seria como multidão de peixes no meio da terra e uma multidão de nações "Melo HaGoiym" ou plenitude dos gentios, é que ligamos o quinto dia da criação com o quinto milênio que abrange desde a ascensão de Yeshua e o recebimento do batismo na Ruach HaKodesh (Espírito Santo) até a idade média aproximadamente no ano 1000 D.E.C. onde os descendentes de Efraim, ou seja, a casa perdida de Israel com suas 10 tribos, que foram espalhadas após o cativeiro Assírio em 722 A.E.C. mas que agora multiplicadas por todas as nações como peixes no meio da terra para serem neste período do quinto milênio pescados pelos apóstolos como dito em:

Lucas 5:8-11: "E, vendo isto Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Yeshua, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, que sou um homem pecador. Pois que o espanto se apoderara dele, e de todos os que com ele estavam, por causa da pesca de peixe que haviam feito; E, de igual modo, também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E disse Yeshua a Simão: Não temas: de agora em diante serás pescador de homens. E, levando os barcos para terra, deixaram tudo, e o seguiram."

Podemos elucubrar também que as aves neste milênio sejam os inimigos do evangelho, chamados de malignos na parábola do semeador

Mateus 13:1-4: "Tendo Yeshua saído de casa naquele dia, estava assentado junto ao mar; E ajuntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco, se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia. E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;"
Mateus 13:18,19: "Escutai vós, pois, a parábola do semeador. Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho;"


Yom Teruáh - Dia de voz como de Trombeta - Quinta Festa

 A quinta festa se encaixa na missão da "igreja" no quinto milênio que é o de proclamar com voz de trombeta o evangelho por todos os mares para que se possa alcançar e pescar o maior número de peixes (homens) possível, e trazê-los a um período de arrependimento, que na tradição judaica é chamado Yamim Norain (Dias Temíveis) que começam em Yom Teruáh no 1º dia do 7º mês e se estende até Yom Kipur (Dia da Expiação) no 10º dia do 7º mês, período este de introspecção, aflição da alma, para correção de conduta, restituição das falhas para que no dia da Expiação o nome possa não ser riscado mas sim confirmado no livro da vida.

Por Metushelach Cohen.

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Comentários da Porção "No Princípio" - Parashat Ber'eshit - Ber'eshit 1:1- 6:8 - 4º DIA

No Princípio - Gênesis 1:1 - 6:8
(Quarto dia - Gn. 1:14-19)


Ber'eshit - Gênesis: 1:14-19: "Disse também D-us: Haja luminares no firmamento do céu que façam separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais, e para tempos determinados, e para dias e anos; e sejam para luminares no firmamento do céu, a fim de iluminar a terra; e assim se fez. Fez D-us os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; fez as estrelas. D-us os colocou no firmamento do céu para iluminar a terra, para governar o dia e a noite e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu D-us que isso era bom. Houve tarde e manhã, o quarto dia.

Neste versos nos deparamos com a criação do sol, lua e estrelas dentro do domo, ou seja, não fora do sistema até então criado, contradizendo a ciência moderna que nos vendem a mentira de um sol a mais de 150 milhões de quilômetros de distância, com o diâmetro uma centena de vezes maior que a Terra, sendo na realidade muito menor e muito mais próximo, juntamente com a lua fazem um movimento circular espiralado por sobre a Terra estacionária criando assim a alternância das estações, e numa regra de três simples e trigonometria básica podemos determinar uma distância de 5 mil quilômetros de altura tanto do sol como da lua, sendo as estrelas e os ditos planetas a uma altura mais eleencrustados nas camadas do domo, possuindo frequências luminosas distintas.



Movimento Circular Espiralado do Sol que dá origem às estações do ano. 
Quarto dia da criação criptografa o quarto milênio do homem sobre a Terra, período que podemos ter como iniciando com a divisão do Reino de Israel após a morte do Rei Shlomo (Rei Salomão) até a morte e ressurreição de Yeshua.
Alguns elementos deste quarto dia já foram de alguma forma caracterizados quando falado do primeiro dia da criação, onde luz e trevas e sua separação são associados ao homem em obediência à Instrução de D-us, refletindo a imagem e semelhança do Criador em plena luz, (sendo a descendência da mulher, ás águas de cima, a terra de onde nascem árvores frondosas que produzem muitos frutos), e o homem em desobediência sendo escravizado por suas concupiscências, desejos e paixões se afastando da luz da instrução e vontade de D-us e se tornando trevas, (descendência da serpente, águas de baixo, águas das nações, relva e erva que seca e é levada pelo vento). Mas tais elementos ganham mais significância com os eventos deste quarto milênio, e verificando dentro do contexto bíblico encontramos uma passagem de Apocalipse onde o sol a lua e as estrelas são retratadas em associação a uma figura feminina, e tal configuração merece uma análise detalhada, mesmo que aparentemente não seja o foco específico do quarto milênio em si, tem suas significâncias entranhadas neste período, senão vejamos:
Apocalipse 12:1 E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça."

Mulher vestida de sol: O termo mulher no contexto bíblico se refere ao povo escolhido por D-us ou seja Israel, mas não o país em si mas sim o grupo de Eleitos de D-us mais tarde chamado de família de D-us a Igreja de judeus e ex-gentios, e é neste sentido que o se vestir de sol se coaduna com os atos de justiça de um povo escolhido para uma missão especifica de proclamar a justiça, conforme podemos notar em: Dn 12:3 “ Aqueles que são sábios reluzirão como o brilho do céu, e aqueles que conduzem muitos à justiça serão como as estrelas, para todo o sempre.” e muitas outras referencias ao ser luz, candeia e iluminação.

Tendo a lua debaixo dos pés: Várias explicações são dadas a este pormenor como colocar a lua como sendo a lei que refletia menos nos rosto de Moshe do que o sol do real do evangelho e outras coisas do tipo, mas a explicação que mais me chamou atenção é a que liga a lua à ideia de mudança, de fase, de tempo determinado, ou seja, as ações da mulher (Israel/Igreja) estão calcadas em tempos determinados (moedim) ou seja nada na vida desta mulher está fora do controle e dos tempos que D-us estabeleceu.

Coroa de doze estrelas sobre a cabeça: A primeira imagem que vem a cabeça ao vermos este detalhe é lembrar do sonho de Yossêf  em Gn.37:9, pode ser que tais estrelas se refiram a totalidade das tribos de Israel pois em Ap. 21:12 se tem o nome delas no muro da cidade mas também pode ser a representação da mentalidade apostólica pois Yeshua diz que haverá 12 tronos onde os 12 apóstolos julgarão as 12 tribos de Israel conforme Mt.19:28, ou apenas a totalidade dos santos conforme já vimos em Dn 12:3 que são como estrelas ou até mesmo no contexto de Dn 8:10 que é muito bem adequado ao que temos em Ap. 4:12, onde tais estrelas lançadas são os santos mortos e não um terço de anjos caídos.

Com estes pormenores dos elementos em mente voltemos ao contexto do quarto milênio, onde após a idolatria do Rei Shlomo já na sua avançada idade, vem a Palavra do Senhor anunciando a divisão do reino de Israel, 1.º Reis 11:4-43, começa ai um período de trevas pois até então o reino de Israel na figura de David ainda mantinha a luz da obediência às Instruções Divinas, reafirmada a cada promessa, pacto e aliança com os patriarcas começando em Avraham, mas agora com decadência espiritual de Shlomo, e a divisão do reino, o reino da noite, da escuridão da idolatria, injustiça, falta de amor e por fim a iniquidade "anomia" que é a total negação das leis divinas se abate por sobre os chamados para ser luz para nações, mas mesmo nesta noite escura sempre houve as pequenas luzes que brilham, e estas estrelas que ajudam na localização e orientação são os profetas que ano após ano entre os reinados sombrios tanto em Judá como em Israel chamavam o povo ao arrependimento, deixando vivas e luminosas as promessas do Senhor, assim como o pacto com as suas contrapartidas de obediência do povo, e mesmo quando os profetas se sentiram os últimos e derradeiros a seguir ao Senhor, a Palavra do Senhor demonstrava que sempre existirá um remanescente, "sete mil" lembrando de uma totalidade que não se apagaram ante as trevas da idolatria e desobediência (1º Rs. 19:18), e passando pelas deportações e dispersões mesmo na mais negra corte do mal, as estrelas continuavam a brilhar seja nas fornalhas ardentes da injustiça, ou na cova dos leões que bramam para tragar (1ª Pd. 5:8), no entanto após o retorno do Reino do Sul que aparentemente traria o brilho outrora perdido, a escuridão ainda pairava e foi tão intensa que profetas foram levantados para dar pesadas admoestações pois o que era para ser luz e justiça não deixava de ser um trapo de imundícia diante do Senhor, pois assim como na figura da mulher em tempo de "nidáh" menstruação, em que tudo que tocava neste período tornava impuro, os sacerdotes e líderes no que faziam na oficialização do novo Templo não passava de enfastio, peso, cansaço e abominação diante do Senhor conforme podemos ver na leitura de Isaías 1, mas o remanescente junto aos profetas mesmo sendo as pequenas estrelas em meio as trevas tinham algo mais luminoso para manter a esperança viva que é a confiança de que tudo o que D-us prometeu Ele irá cumprir em seu Tempo Determinado, cuja lei e as palavras do profetas deixa viva e clara como a Luz da Lua para iluminação nas noites escuras.
Vemos portanto que a Lua que domina na noite dando o pouco de iluminação que se faz necessária é interligada a lei que condiciona todos os acontecimentos proféticos por meio das criptografias das festas que são por sua vez determinas pelas fases reais da lua, que a cada lua nova inicia um novo ciclo dos meodim ( Tempos Determinados) do Senhor.
Poderiam entrar num assunto muito complexo das duas casas de Israel, onde a casa do reino do norte se espalhou entre as nações geminando a semente de Avraham para que todas as famílias da terra fossem abençoadas por serem eleitas a receberem posteriormente o Evangelho, mas antes os sementes de Avraham ainda possuindo os  resquícios de conhecimento das leis divinas, sendo espalhadas pelo mundo serviriam de iluminação para que o mundo não fosse consumido pelas trevas da injustiça, idolatria, desamor e iniquidade seja onde foram plantadas, mostrando mais uma vez tanto o papel das estrelas como o da lua neste quarto milênio, mas deixemos tal assunto para um estudo mais apurado futuramente.

Vamos agora ao sol que precisa aparecer ao fim deste quarto milênio pelo fato de o reino escolhido para ser luz para o mundo ter sucumbido às trevas não de forma exterior fácil de detectar e combater mas de forma interna e transvestida de justiça, como que sepulcro caiados, branquinhos e arrumados por fora mas que por dentro não passam de locais de podridão e morte, pela hipocrisia, desamor, injustiça e iniquidade que contaminou aqueles que deveriam orientar e guiar o povo.
Neste contexto onde a mais profunda noite se abateu, onde por alguns séculos não houve mais a luz dos profetas para iluminar os caminhos surgi o luminar maior para a mais plena clarificação dos sentidos, surge portanto o Messias:
Malaquias 4:2: "Mas para vós que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça e salvação trará debaixo das suas asas; e saireis e crescereis como os bezerros do cevadouro."
João 8:12: "Falou-lhes, pois, Yeshua outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida."
Mateus 4:16,17: "o povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou. Desde então, começou Yeshua a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.
2 Coríntios 4:3-6: "Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória do Messias, que é a imagem de D-us. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Messias Yeshua, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos, por amor de Yeshua. Porque D-us, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de D-us, na face de Yeshua o Messias."
Apocalipse 1:16: "E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece."

Shavuot - Festa das Semanas - Quarta Festa

A festa que abrange o período de 50 dias, começando no dia das primícias e se estendendo por sete semanas com santa convocação ao 50º dia é a festa das Semanas - Shavuot, pentecostes em grego por se referir ao quinquagésimo dia, e tal festa se coaduna com o período do quarto milênio que é revelado no quarto dia da criação, pelos pormenores dos elementos que analisaremos citando o texto da Torah que explica inicialmente o "tempo determinado" para esta festa do Senhor:

 Levítico 23:9-22: " O Senhor disse a Moisés:
— Fale aos filhos de Israel e diga-lhes: Quando entrarem na terra que eu lhes dou e fizerem a colheita, vocês trarão um feixe das primícias da colheita ao sacerdote;
este moverá o feixe diante do Senhor, para que vocês sejam aceitos;
o sacerdote moverá o feixe no dia imediatamente após o sábado. No dia em que moverem o feixe, vocês oferecerão um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao Senhor.
A oferta de cereais que acompanha o holocausto serão quatro litros da melhor farinha, amassada com azeite, para oferta queimada de aroma agradável ao Senhor, e a libação que acompanha será de um litro de vinho.
Vocês não deverão comer pão, nem trigo torrado, nem espigas de trigo verdes, até o dia em que vocês trouxerem a oferta ao seu Deus; este é um estatuto perpétuo durante as gerações de vocês, onde quer que morarem.
— Contem sete semanas a partir do dia imediatamente após o sábado, a partir do dia em que trouxerem o feixe da oferta movida; deverão ser semanas inteiras.
Até o dia que vem depois do sétimo sábado, contem cinquenta dias; então apresentem nova oferta de cereais ao Senhor.
De onde estiverem morando tragam dois pães para serem movidos. Os pães serão feitos com quatro litros da melhor farinha, assados com fermento; são primícias ao Senhor.
Junto com o pão ofereçam sete cordeiros de um ano, sem defeito, um novilho e dois carneiros; serão holocausto ao Senhor, acompanhado da oferta de cereais e das libações, que serão apresentadas como oferta queimada de aroma agradável ao Senhor.
Ofereçam também um bode como oferta pelo pecado, e dois cordeiros de um ano como oferta pacífica.
O sacerdote os moverá, com o pão das primícias, por oferta movida diante do Senhor, com os dois cordeiros; santos serão ao Senhor, para o uso do sacerdote.
No mesmo dia, se proclamará que vocês terão santa convocação; não façam nenhum trabalho nesse dia; é estatuto perpétuo onde quer que vocês morarem, de geração em geração.
— Quando fizerem a colheita na terra de vocês, não colham até as beiradas do seu campo, nem recolham as espigas que caíram durante a colheita; deixem essas espigas para os pobres e para os estrangeiros. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês."

Como vimos anteriormente na análise do terceiro dia, Israel é a terra e os árvores frutíferas sendo os patriarcas os primeiro frutos ou seja as primícias da colheita à D-us, neste mesmo sentido temos aqui a ligação com Shavuot que começa com a apresentação das primícias que agora neste quarto milênio de análise são as estrelas do quarto dia, indicando não mais os patriarcas mas sim os que se levantam em meio as trevas para orientar o povo, sendo portanto a figura dos profetas que em meio aos reis corrompidos eram a única fonte de luz orientadora, com raras exceções no reino do sul como alguns reis, como Ezequias e etc.... dai voltamos a apresentação da oferta na festa da semanas onde a farinha era untada, ou seja, recebia o azeite, que é intrinsecamente ligada a capacitação do Espírito Santo, que é o assunto central em ambos os eventos de Shavuot relatados de forma particular nas escrituras, que seriam o Shavuot  no Sinai quando o povo recebe a orientação e capacitação do alto por meio do recebimento da Torah, e o Shavuot - Pentecostes de Atos 2, onde os discípulos num total de 120 perseveraram e no cenáculo foram untados, recebendo a capacitação do alto, no batismo, imersão no Espírito Santo, para um propósito a iluminação através do Evangelho até aos confins da terra.
E nesta contagem de sete semanas vemos a apresentação continua dos feixes da primeira colheita, ou seja os que foram escolhidos para serem os primeiros a receberem a capacitação, apresentavam o seus frutos a cada dia da contagem, desenvolvendo os frutos dos espírito necessários para a missão que ao serem revestidos (vestidos de novo - ou sobre vestidos, indicando uma vestimenta especial e um cobertura mais especial ainda) teriam seus frutos aceitos pelos Senhor e potencializados para honrarem a missão, e ao quinquagésimo dia havia a apresentação de dois pães levedados para movimento diante do Senhor, este dois pães ligamos as duas casas de Israel, que forma divididas neste quarto milênio como profetizado pelo Senhor ao Rei Shlomo antes de sua morte, onde o reino do sul ou dita Casa de Judáh ficou com as tribos de Judáh, Benjamim os Levitas, e o reino do norte ou dita Casa de Israel ou de Efraim ou ainda de José, que ficou com as demais dez tribos, e como sabemos, após o cerco e invasão Assírias o reino do norte foi capturado, em parte deportado e em parte dispersado pelas nações, sem contar os que foram sumariamente dizimados como paga por sua idolatria e incredulidade no Senhor, e mais tarde foi a vez do reino do sul ser deportado pela Babilônia mas por promessa divina retornaram após 70 anos por amor de D-us a David, sendo que o reino do sul se estabeleceu como Israel dos de Judáh (judeus), e por fim Judéia nos tempo de Yeshua, e segundo interpretação com base em Oséias e corroborado por Paulo em sua carta aos Romanos, as dez tribos do reino do Norte que se espalharam pelas nações germinando a semente de Avraham, ou seja, o DNA de Avraham abençoando todas as famílias da terra, cria a Casa de Israel dos gentios, o povo que se tornou "Lo Ami" não povo, e que agora por ter o DNA de Avraham recebe a oportunidade de serem eleitos para receberem o evangelho de forma especial, e aos que aceitam a tal chamado  de D-us se tornam novamente família de D-us, e agora judeus crentes da Casa de Judáh e ex gentios pois foram aproximados como Casa de Israel entre os povos, representam aqueles dois pães levedados movidos diante do Senhor ao quinquagésimo dia, e são levedados pois apesar de serem remidos ainda habitam em corpos corruptíveis, corpos de pecado, apesar disso foram feitos das primícias que é santa, ou seja, a partir de Yeshua conforme vemos em
João 12:24: "Em verdade, em verdade lhes digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto."
Yeshua sendo este trigo, que após a morte pode produzir muitos frutos de onde nós somos feitura sua, massa que mesmo levedada não perde a unção dada, e por sermos feitos da primícia que é santa podemos almejar tal santificação: 
Romanos 11:16: "E, se as primícias são santas, também a massa o é; se a raiz é santa, também os ramos o são."

Notamos ao fim do mandamento de Shavuot algumas observações quanto ao deixar as respigas ou seja as caías e os cantos do campo para o sustento do estrangeiro, dos órfãos e das víuvas, notando uma relação com a missão dos que configuram os personagens do final deste quarto milênios que são os seguidores de Yeshua que deveria cumprir a sua missão de irem e fazerem discípulos até os confins da terra pregando aos que são eleitos para receber o evangelho de maneira especial, mas principalmente aos estrangeiros ou seja aqueles que não são povo "lo ami" para que eles se aproximem e sejam enxertados, bem como para os órfãos, aqueles que por não serem mais povo não tinham mais um Pai, e para a viúvas que também por não serrem mais povo ser tornaram abandonadas sem marido, tudo isso compreendido pela análise cuidadosa das profecias contidas no Livro de Oséias. E assim as estrelas continuam a cumprir a sua missão de iluminar em meio as trevas deste mundo, sabendo que aqueles que assim forem iluminados terão ao nascer do dia a Luz da Justiça na figura do Messias a brilhar para eles e por eles, bem como sem esquecer do papel da luz menor da luz que determinas os tempos por meio da Torah que não foi abolida e sim internalizada no momento que somos capacitados do auto pelo Espirito Santo que sela aos escolhidos.

Por Metushelach Cohen

domingo, 12 de janeiro de 2020

Comentários da Porção "No Princípio" - Parashat Ber'eshit - Ber'eshit 1:1- 6:8 - 3º DIA

No Princípio - Gênesis 1:1 - 6:8
(Terceiro dia - Gn. 1:9-13)

Ber'eshit - Gênesis 1:9-13 " Disse também D-us: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez. À porção seca chamou D-us Terra e ao ajuntamento das águas, Mares. E viu D-us que isso era bom.  E disse: Produza a terra relva, ervas que deem semente e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez. A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu D-us que isso era bom. Houve tarde e manhã, o terceiro dia. 

Nestes versos temos a terra, que outrora oculta nas profundezas do abismo, emergindo das águas, e como é dito que as águas foram ajuntadas num só lugar, suponha-se que a terra que emergiu era um único bloco continental como demonstram as evidências geológicas, apontando para o que a ciência convencionou chamar de Pangeia.

Terceiro dia da Criação

Neste momento a terra já desencharcada ao emergir, rica dos minerais marinhos de onde se encontrava e em contato com uma nutriente atmosfera oxigenada pelo próprio sopro (Ruach) do Criador que se “movia por sob ás águas”, tem agora as condições necessárias para a produzir relva, ervas, árvores e frutos e cada um segundo a sua espécie, ou seja, sem mistura ou bagunça biológica de uma árvore produzir o fruto da outra.

Agora partindo para a criptografia onde o terceiro dia da criação demonstra o terceiro milênio do homem sobre a terra, onde Avraham (Abraão) e sua descendência são o foco, comparados à terra cercados por águas das nações (Ap. 17:15), ou seja, Israel povo que tem a promessa e se estabelece na “Terra” prometida, tem orientações para se separar das demais nações em volta (águas), se tornando uma ilha de onde deveria fluir o conhecimento e temor do Senhor, tanto pelo exemplo dos patriarcas que eram amigos de de D-us, como pela observância da Torah pelos filhos de Israel.
Deuteronômio 4:6-9 “Portanto, guardem e cumpram essas leis, porque isto será a sabedoria e o entendimento de vocês aos olhos dos povos que, ouvindo todos esses estatutos, dirão: “De fato, este grande povo é gente sábia e inteligente.”
Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor, nosso Deus, todas as vezes que o invocamos?
E que grande nação há que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que hoje eu lhes proponho?
— Tão somente tenham cuidado e guardem bem a sua alma, para que vocês não se esqueçam daquelas coisas que os seus olhos têm visto, e elas não se afastem do seu coração todos os dias da sua vida. Vocês também contarão isso aos seus filhos e aos filhos dos seus filhos.”

E assim se Israel ouvisse e guardasse a Torah sem se misturar aos povos que o cercavam conforme orientação de D-us em Ex. 34:10-17 e Dt. 7:1-9, se manteria na terra sob as bençãos do Senhor, portanto uma porção seca, separada e consagrada ao Senhor no meio das águas de nações, línguas e povos.

Mas dentro deste milênio que começa por volta do chamado de D-us à Avraham ( Abraão) se tem a conquista desta terra prometida, prova esta que estabeleceria Israel definitivamente como um povo único, com valores destintos um verdadeiro protótipo de reino, estabelecido pela boa nova da Palavra de D-us,  e não apenas uma junção de pessoas de uma mesma ancestralidade, e assim bem ajustados sob estandartes e em marcha conquistou a terra prometida das nações que lá habitavam, nações estas que como erva foram varridas pela ordem da Palavra do Senhor. Pedro em determinada comparação, citando Isaías 40, liga os não regenerados pela Palavra como erva que seca, conforme podemos ler abaixo:
1ª Pedro 1:23-25: “Porque vocês foram regenerados não de semente corruptível, mas de semente incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. Porque “toda a humanidade é como a erva do campo, e toda a sua glória é como a flor da erva. A erva seca, e a flor cai;
mas a palavra do Senhor permanece para sempre.” Esta palavra é o evangelho que foi anunciado a vocês.”
No mesmo sentido de os povos incrédulos serem como relva e erva temos o seguinte Salmo:
Salmos 37:1-3: “Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que obram a iniquidade. Pois cedo serão ceifados como a relva e murcharão como a erva verde.
Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra e segue a fidelidade.”

Notamos portanto que assim que D-us estabelece um povo e outorga a este povo uma norma de conduta, os demais povos se não se achegarem ao primeiro e ouvirem e obedecerem a esta norma, mesmo que floresçam e deem sementes, ou seja, multipliquem e cresçam e povoem o mundo todo, eles um dia secarão como a erva, e a glória de suas obras antagônicas à vontade de D-us, como flores cairão ao chão.

No entanto Israel é tido como que jardins a beira dos rios, como árvores de sândalo plantadas pelo Senhor, na profecia proferida por Bila'am (Balaão)  na famosa canção “Ma Tovú” (Quão Formosas) recitada todas as manhãs nas sinagogas pelo mundo:
Números 24:5-9: ”Quão formosas são as tuas tendas, ó Jacó, as tuas moradas, ó Israel! Como ribeiros se estendem, como jardins à beira dos rios; como árvores de sândalo o Senhor os plantou, como cedros junto às águas; De seus baldes manarão águas, e a sua semente estará em muitas águas; e o seu rei se erguerá mais do que Agague, e o seu reino será exaltado. Deus o tirou do Egito; as suas forças são como as do boi selvagem; consumirá as nações, seus inimigos, e quebrará seus ossos, e com as suas setas os atravessará. Encurvou-se, deitou-se como leão, e como leoa; quem o despertará? benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem.”

Temos vários textos que determinam esta diferenciação, de um povo com leis estabelecidas por D-us  e dos demais que renegam tal orientação divina, o primeiro sendo comparado a árvores junto a fontes e o segundo a ervas secas que serão levadas pelos ventos:

Salmos 1:1-6: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.
Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem-sucedido.
Os ímpios não são assim; são, porém, como a erva seca que o vento dispersa.
Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.”

Mas antes desta vinculação de um povo que possui uma lei para obedece-la à arvores frutíferas, houve o chamado de um homem que seria o pai deste povo e é em Avaham (Abraão) que vemos a promessa de D-us de frutificação:
Gênesis 17:1-6: “Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o Senhor a Abrão e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda em minha presença e sê perfeito.
E porei o meu concerto entre mim e ti e te multiplicarei grandissimamente.
Então, caiu Abrão sobre o seu rosto, e falou Deus com ele, dizendo:
Quanto a mim, eis o meu concerto contigo é, e serás o pai de uma multidão de nações.
E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto.
E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti.”

E assim como ocorreu com Avraham (Abraão) as benção de possuir a terra e ser frutífero ao ponto de ter a descendência comparada ao número de estrelas nos céus, assim também foi com Itschak (Isaque) conforme Gênesis 26, e se repetiu com Yaacov (Jacó) em Gênesis 28, e continuou em Yossef (José) que recebeu a benção de seu pai Yaacov: Gênesis 49:22: “José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus galhos se estendem sobre o muro.”
O filho de Yossef, Efraim já nasce recebendo um nome com associação à frutificação: Gênesis 41:52: “E o nome do segundo chamou Efraim, porque disse: Deus me fez frutificar na terra da minha aflição.”
E este também recebe de Yaacov seu avô uma benção especial, de primogênito, mesmo sendo o segundo filho, de ser a plenitude dos gentios (מלא־הגוים) “melo-hagoyim” ou multidões de povos.

E assim Israel frutificou, e se tornou um reino poderoso por todo o terceiro milênio da criação chegando ao Ápice moral no reinado daquele que era segundo o coração de D-us, Rei David, e no ápice de sabedoria e expansão territorial com o Rei Shlomo (Salomão), e neste último reinado é que os reis da terra se admiravam com a grandeza de Israel e suas leis bem como a aplicabilidade destas leis de maneira sábia pelo Rei Shlomo.
Enquanto isso no resto do mundo os reinos que se seguiam um após outro ficavam mais hábeis na crueldade de suas guerras, na dominações humilhantes e depravadas dos inimigos, nos dispêndios exorbitantes em obras suntuosas, resquícios do ideal babilônico de se fazer o nome dos homens celebres em construções que infligisse isso aos demais povos, e assim constatamos as flores das ervas que em glória se manifestam mas ao fim serão secas e ao chão terminarão, e tal pensamento e atitude se multiplica tal qual as ervas cada uma dando a sua semente conforme a sua espécie, e Israel de mesmo modo, neste período frutificando, dando sementes conforme sua espécie e como bem sabemos sempre existiram e existem até hoje as árvores que dão bons frutos e as que dão frutos maus e esta associação é feita por Yeshua de maneira incisiva: Mateus 7:15-20: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.
Por seus frutos os conhecereis. colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis."
Vemos claramente nestas associações que a frutificação é intimamente ligada à índole do indivíduo em se relacionar com D-us por meio das instruções, ensinamentos e direcionamentos que a Torah internalizada em nós por meio do Espírito do Senhor pode nos proporcionar.

Segue mais um Salmo com esta temática:
Salmos 92:12-15: “O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano. Os que estão plantados na Casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes, para anunciarem que o Senhor é reto; ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.”
Gálatas 5:22: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.”
Este frutos acima listados, eram constantes e bem cultivados no período entre Avraham e Shlomo, seja na vivência íntima com D-us cujos patriarcas gozavam, seja na vivência dos mandamentos nos 40 anos de deserto sob liderança de Moshe (Moisés), e que prosseguiu na liderança de Yehoshua (Josué), ou até mesmo nos altos e baixo do povo no período dos juízes, até culminar na implementação da dita habitação do Senhor na terra no reinado de Shlomo , em todo este terceiro milênio da criação vimos a frutificação dos bons frutos em Israel como também os dos maus frutos mas principalmente na relva do resto do mundo.

HaBikurim – As Primícias – Terceira festa

A celebração que aponta ou ainda, sintetiza os acontecimentos do terceiro milênio é a celebração de HaBikurim, as primícias, onde o povo em grande alegria por ter sido escolhido para receber as promessas, ter sido liberto da escravidão, provado na aflição do deserto e agora adentrando à Terra Prometida, em obediência ao concerto feito com D-us agradece por tudo mas não com simples palavras ou atos subjetivos, mas com o melhor que podem oferecer, os seus primeiros frutos, que após dedicação na semeadura, exige a atenção em se observar o que se desponta em primazia para assim consagrar ao Senhor, entregando ao mediador para que este mova o que é ofertado para todos os cantos, e toda esta contextualização ocorre no terceiro milênio, onde D-us após plantar Adam e estes não dar bom frutos, após plantar Noach e este também se deixar cair pelo fruto da videira, agora em Avraham colhe os bons frutos da fidelidade, obediência, confiança, hospitalidade (Hb. 13:2), e não obstante a tudo isso Avraham também é movido diante do Senhor, pois ao ser orientado a sair da sua terra, de sua parentela para ir uma terra desconhecida, ele se movimenta para oeste, para o norte depois para o leste e depois para o sul, subindo e descendo os montes e por fim é aceito e consagrado como pai da semente que abençoaria todas a famílias da terra, e como já dito tal benção é transmitida para seus filho Itschak e para seu neto Yaacov, e deles também por meio de provações são extraídos os primeiros frutos, e o povo de Israel posteriormente recebem a terra, não antes de serem provados na servidão do Egito, a aflição de 40 anos de deserto e assim também serem movidos diante do Senhor por toda esta peregrinação, e em Shlomo no seu reinado desfrutam da maior extensão que o território já teve, mas ainda não conforme a promessa que ainda se estabelecerá na vinda do Mashiach, Por estas similaridades de haver uma terra separada (Israel)  das águas (Nações)  onde os primeiros frutos pudessem ser colhidos conforme cada um a sua espécie é que temos o terceiro dia da criação se ligando à festa de HaBikurim e isso refletindo ao desenrolar dos patriarcas no terceiro milênio dos homens sobre a terra.

Por Metushelach Cohen


Nota: Os apóstrofos ( ' ) utilizados nas transliterações dos termos hebraicos servem para indicar que a próxima letra é gutural como nos casos das letras alef e aiyn, portanto a pronúncia terá que guturalizar as vogais, ou seja formar o som da vogal no fundo da garganta.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Comentários da Porção "No Princípio" - Parashat Ber'eshit - Ber'eshit 1:1- 6:8 - 2º DIA

No Princípio
Gênesis 1:1 - 6:8

Ber'eshit - Gênesis 1:6-8: "E disse D-us: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas. Fez, pois, D-us o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez. E chamou D-us ao firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o segundo dia.

Neste versos temos a criação do firmamento e a divisão das águas, mas vamos nos ater neste momento a entender melhor o termo firmamento que no hebraico está  רָקִיעַ "Raki'a" significando algo expandido, estendido, derivando de רָקַע "rak'a" que significa martelar, bater e espalhar na força conforme vemos o termo sendo usado nas seguintes passagens: Êxodo 39:3 "E bateu o ouro em finas placas das quais cortaram fios de ouro para serem bordados no linho fino com os fios de tecido azul, roxo e vermelho, obra artesanal." e em Números 16:39 "O sacerdote Eleazar recolheu os incensários de bronze usados pelos homens que morreram queimados e bateu o metal com um martelo, até formar uma lâmina para revestir o altar."

Pela etimologia da palavra e pela aplicabilidade dela nos contextos apresentados podemos agora compreender textos que falam dos céus como estes:
Jó 37:15...18 "Porventura, sabes tu como D-us as opera e como faz resplandecer o relâmpago da sua nuvem?...Ou estendeste com Ele o firmamento, que é sólido como espelho de metal fundido?
Jó 26:11"As colunas do céu tremem e se espantam da sua ameaça."
2 Samuel 22:8 "Então, a terra se abalou e tremeu, vacilaram também os fundamentos dos céus e se estremeceram, porque ele se indignou."
Ezequiel 1:22 "Acima das cabeças dos seres viventes estava o que parecia, um firmamento, uma abóboda, reluzente como cristal de gelo, e impressionante.
Isaías 40:22 "Ele é o que está assentado sobre a cúpula da terra, cujos moradores são como gafanhotos. É Ele quem estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para neles habitar.

Lembrando do que abordamos quando falamos do verso 2, onde a Ruach se movia sobre as águas profundas num movimento de oxigenação necessária para a existência posterior de vida, agora com o sentido intrínseco do que é firmamento vemos que a Ruach "sopro" de D-us como um martelo que espalha, e expande um metal na pressão das batidas, vai retirando da terra submersa o material necessário (Quartzo)  para a expansão do Domo como que sendo martelado pelo sopro divino, como num furacão impetuoso e vai empurrando as águas de cima, gerando uma expansão aerada no meio, entre as águas de baixo e as águas de cima, e assim consolidando algo como espelho de metal fundido, uma abóboda de cristal, uma cúpula de gelo.
Salmos 33:6,7  "Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles. Ele ajunta em montão as águas do mar; e em reservatório encerra os abismos."


Agora partindo para a criptografia onde o segundo dia da criação demonstra o segundo milênio do homem sobre a terra, onde Noach (Noé) e seus filhos são figura central em meio ao contexto da condição do homem caído, longe de D-us, que se tornou em densas trevas, conforme vemos em Gênesis 6:5-6:
"O Senhor viu que a maldade das pessoas havia se multiplicado na terra e que todo desígnio do coração delas era continuamente mau. Então o Senhor ficou triste por haver feito o ser humano na terra, e isso lhe pesou no coração."
D-us com peso no coração decide destruir a sua criação pela maldade do homem e para isso se utiliza das águas que outrora o domo em sua expansão deixou nas partes superiores, e também as águas das fontes das profundezas.
Gênesis 7:11 "No ano seiscentos da vida de Noach, aos dezessete dias do segundo mês, nesse dia romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as comportas dos céus se abriram,"
Vemos então os elementos do segundo dia da criação totalmente envolvidos neste período do homem, mas o que temos que notar é que após isso houve uma segunda queda, e também por ingestão de um fruto das vinhas de Noach, gerando assim o episódio das bençãos e maldições aos filhos e neto de Noach, e é esta separação que define este período, ou seja os filhos abençoados Shem (Sem) e Yefté (Jafé) se tornando as águas superiores que pela ação da Ruach são elevados tanto em ter como em  proclamar a um D-us único, como também por terem legislações baseadas na instrução divina dada no Éden e passada pela descendência da mulher (luz) e como orvalho pelas suas ações, moral e espiritualidade trazem frescor e vida a lugares desérticos, enquanto os descendentes de Kna'an (Canaã) se tornam as águas inferiores que arrasam e destroem as conexões com o verdadeiro Criador colocando a idolatria, a lascívia, prostituição e servidão como padrões de carácter e tanto que tais povos mais tarde foram alvos de mandato de destruição do próprio D-us conforme vemos em Deuteronômio 20:16-18:
  
"— Porém, das cidades destas nações que o Senhor, seu D-us, lhes dá como herança, não deixem ninguém com vida. Pelo contrário, como o Senhor, seu D-us, ordenou, vocês devem destruí-las totalmente: os heteus, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus, para que estas nações não ensinem vocês a fazer segundo todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, pois vocês estariam pecando contra o Senhor, seu D-us."


Assim podemos ver que efetivamente houve uma separação de seres elevados e os ditos vasos de desonra, e tal ciclo de separação continua, pois após o estabelecimento dos filhos de Noach para cada direção das ilhas das nações conforme Gn. 10, também podemos vislumbrar o aparecimento de Nimrod, um ser que a exemplo dos "Nefelins" começou a ser poderoso sobre a terra, e novamente as trevas tomam forma e Nimrod começa a sub-julgar o homem, o fazendo ir contra as instruções de D-us, que ordenou multiplicar, se espalhar para povoar a terra, mas o poderoso caçador diante de Senhor manifesta a ideia de se ajuntarem para construírem uma cidade elevada, espécie de palácio-torre para que se vindo novo diluvio eles não perecessem, além de arrogantemente tentarem chegar ao domo e assim fazerem seus nomes célebres, aqui é a gênese da Babilônia, a Grande Cidade a Mãe da Abominações da Terra, de onde provem "O Sistema" escravizador, que sub-julga sorrateiramente os indivíduos, formando uma teia do cotidiano urbano, o espírito da cidade, onde o tempo escorre pelos dedos pois todos estão reféns de seus afazeres laborais ou consumistas, sem tempo para apreciar a criação e portanto esquecendo pouco a pouco da existência de Um Criador.
Gênesis 11:1-9 "Em toda a terra havia apenas uma língua e uma só maneira de falar. Os homens partiram do Oriente, encontraram uma planície na terra de Sinar e habitaram ali. E disseram uns aos outros: — Venham, vamos fazer tijolos e queimá-los bem. Os tijolos lhes serviram de pedra, e o betume, de argamassa. Disseram: — Venham, vamos construir uma cidade e uma torre cujo topo chegue até os céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra. Então o Senhor desceu para ver a cidade e a torre, que os filhos dos homens estavam construindo. E o Senhor disse: — Eis que o povo é um, e todos têm a mesma língua. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo o que planejam fazer. Venham, vamos descer e confundir a língua que eles falam, para que um não entenda o que o outro está dizendo. Assim o Senhor os dispersou dali pela superfície da terra; e pararam de edificar a cidade.
Por isso a cidade foi chamada de Babel, porque ali o Senhor confundiu a língua de toda a terra e dali o Senhor os dispersou por toda a superfície dela."
Notemos que D-us intervêm de forma direta nos acontecimentos, promovendo mais uma separação entre os homens, os dispersando por todo a superfície da terra, logo após este acontecimento vem mais uma separação, o chamado de Avram (Abrão) que consistia de forma parafraseada em: "se separe de sua parentela e expandindo o seu caminho vá até a terra que lhe será dita"
Gênesis 12:1-3 "O Senhor disse a Avram: — Saia da sua terra, da sua parentela e da casa do seu pai e vá para a terra que lhe mostrarei." 
Partindo da criptografia que fala que águas são povos, nações e línguas (Ap. 17:15), e no segundo dia fala da separação de águas e águas, percebemos aqui portanto, desde o que já falamos, da separação de Noach e os seus filhos do resto da humanidade, que pereceu, as bençãos e maldições sobres estes filhos que separam duas linhagens, a línguas confundidas que separam os homens por toda a terra, agora temos o chamado de Avram que definitivamente separa águas e águas, ou seja, nações e nação de Israel, as águas inferiores das águas superiores.

Matsot - Pães sem fermento - a segunda festa.

A festa que condiz com o que vimos é a festa de HaMatsot ou pães sem fermento, ou asimos, que tem intrínseco primeiramente a aflição, tanto que a matsáh é chamada de Lechem Ani ou pão da aflição em (Dt. 16:3) e dentro do Sedêr de Pessach (ordem de quinze passos na cerimônia de páscoa), onde se recorda o sentimento de apreensão e pressa ao sair do Egito, onde não houve tempo para a fermentação do pão, pois logo se deu à última praga da mortandade dos primogênitos e a corrida até se chegar ante ao Mar, percurso que demorou sete dias, os israelitas somente dispunham deste pão não fermentado.
O sentimento dos homens neste segundo milênio de história, se equipara ao dos Israelitas em fuga do Egito, pois a aflição representado no pão não fermentado, indica constante e total dependência para os próximos passos, Noach deve ter ficado aflito ao se fechar a arca e começar a chuva, confiando no Senhor para os próximos passos, assim também deve ter ocorrido com os filhos de Noach ao se espalharem e povoarem a superfície da terra, 
Hebreus 11:7 "Pela fé, Noach, divinamente instruído a respeito de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a D-us, construiu uma arca para a salvação de sua família. Assim, ele condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé."
Vemos aqui outro aspecto da celebração de HaMatsot (Pães sem fermento), que é o aspecto de separação, Noach ouviu a instrução, creu e isso foi imputado por justiça, e uma vez que o homem se achega à D-us e tem a salvação lhe oferecida por meio da graça, o processo é se separar, tirar o fermento, o orgulho, a malícia e a maldade, tanto que Noach por mais de um século enquanto construía a arca, alertava ao mundo sobre a eminência do juízo divino e a necessidade de separar do mal caminho.
De mesmo modo Avraham se separou de sua cidade natal, se separou de sua parentela e por fim em aflição pelo longo caminho de sua jornada foi deixando todo o fermento do orgulho humano pelo caminho, até mesmo o filho concebido por orgulho e falta de confiança na promessa ficou para traz, e por fé até mesmo o filho da promessa, ele não teve por orgulho negar ao Senhor que dele o solicitara.

1 Coríntios 5:6-11 "O orgulho de vocês não é bom. Vocês não sabem que um pouco de fermento faz toda a massa ficar fermentada? Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento, como realmente são. Pois o Messias, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado. Por isso, celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da perversidade, mas com os pães sem fermento da sinceridade e da verdade. Já lhes disse por carta que vocês não devem associar-se com pessoas imorais. Com isso não me refiro aos imorais deste mundo, nem aos avarentos, aos ladrões ou aos idólatras. Se assim fosse, vocês precisariam sair deste mundo. Mas agora estou lhes escrevendo que não devem associar-se com qualquer que, dizendo-se irmão, seja imoral, avarento, idólatra, caluniador, alcoólatra ou ladrão. Com tais pessoas vocês nem devem comer."

Por Metushelach Cohen


Nota: Os apóstrofos ( ' ) utilizados nas transliterações dos termos hebraicos servem para indicar que a próxima letra é gutural como nos casos das letras alef e aiyn, portanto a pronúncia terá que guturalizar as vogais, ou seja formar o som da vogal no fundo da garganta.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Comentários da Porção "No Princípio" - Parashat Ber'eshit - Ber'eshit 1:1- 6:8 - 1º DIA

No Princípio
Gênesis 1:1 - 6:8 

Antes de prosseguirmos, gostaria de compartilhar um comentário ainda do verso 2 feito por Sa'adiah ben Yosef Gaon em seu Tafsir Rasag em meados do século décimo da era comum; Tafsir Rasag é conhecido como o Targum árabe, ou seja, um parafraseamento da Torah para a língua árabe que carrega em si a interpretação e exegese de seu autor.
Tafsir Rasag, Ber'eshit 1:2: "E a Terra estava profundamente submersa, e havia trevas na superfície das profundezas, e o vento de Allah soprava na superfície da água."  

Com o entendimento dado pelo Tafsir Rasag, visualizamos a imagem acima, demonstrando algo como uma porção de terra, espécie de placa continental única, "talvez a dita Pangeia", submersa nas profundezas das águas primitivas que existem desde sempre provenientes quem sabe do terceiro céus (O trono de D-us), e tal porção já ligada a uma base por colunas como podemos ver em 1 Sm 2:9, Jó 38:4, Sl. 93:1 e 104:5, e todo este conjunto em densa escuridão, mas D-us de seu Trono emana seu sopro, seu espírito, a Ruach para promover a adequação do sistema para que haja vida, e como sabemos a vida é sobrada, ou seja, ar, oxigênio estão sendo planejados para adentrar este sistema para propiciar vida.

Deste ponto para frente inciaremos a descrição dos elementos elencados a cada um dos sete dias da criação. Aproveitamos para recuperarmos a questão feita no inicio destas abordagens de Gênesis, que questiona se seria mesmo preciso levar sete dias para que D-us criasse tudo ou em milésimos tudo viesse a existir, e como já alegamos acreditamos sim na literalidade da narrativa em seus detalhes e entendemos que estes sete dias criptografam o desenrolar da história humana sobre a terra, do principio ao fim no decorrer de sete milênios, e "dicas" são dadas para este entendimento nos Salmos 90 e na segunda epístola de Pedro como podemos ver abaixo:
2 Pedro 3:1-9 "Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida, para que vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos, tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. Porque, deliberadamente, esquecem que, de longo tempo, houve céus bem como terra, a qual surgiu da água e através da água pela palavra de D-us, pela qual veio a perecer o mundo daquele tempo, afogado em água. Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios. Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia. Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.
O contexto da passagem é alertar que não há demora em D-us cumprir as suas promessas e sim longanimidade para que todos alcancem arrependimento, dai vem as "dicas" sobre o princípio da criação e os dias como milênios, podemos até elucubrarmos que a promessa Divina de que Adam morreria no dia em que comesse de fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal se dá dentro deste entendimento, pois Adam morreu com 930 anos ou seja dentro do primeiro milênio que para D-us segundo o alerta de Pedro foi como um dia. 


Portanto a partir deste entendimento começaremos a analisar os dias da criação.

Ber'eshit - Gênesis 1:3-5: "Disse D-us: Haja luz; e houve luz. E viu D-us que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. Chamou D-us à luz Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia."

No aspecto literal podemos alegar que está luminosidade poderia ser as primeiras vibrações de ondas do espectro luminoso que percorre do ultra-violeta ao infra-vermelho, mas podemos ser menos científicos e nos restringir ao que a Palavra nos ilumina e irmos ao fim para entender o começo, senão vejamos: Apocalipse 21:23 "A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de D-us a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada."

Portanto se no fim na cidade santa não necessitará de sol pois haverá outra fonte de luz que provém da Glória de D-us, podemos entender que tal fonte de luz inicial também provinha do Trono de D-us, postado no alegado terceiro céu, que de alguma forma se aproximou dos elementos criados gerando a luminescência necessária para a distinção de cada coisa, além da partição do tempo em tarde e manhã.

Agora partindo para a criptografia onde o primeiro dia da criação demonstra o primeiro milênio do homem, sendo Adam a luz da criação, segundo à imagem e semelhança de seu Criador.
Efésios 5:8-13 "Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto da luz está em toda bondade, e justiça, e verdade), aprovando o que é agradável ao Senhor. E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas, antes, condenai-as. Porque o que eles fazem em oculto, até dizê-lo é torpe. Mas todas essas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta."
Lucas 11:33-36 "— Ninguém, depois de acender uma lamparina, a coloca em lugar escondido, nem debaixo de um cesto, mas num lugar em que ilumina bem, a fim de que os que entram vejam a luz.
Os olhos são a lâmpada do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz; mas, se forem maus, o seu corpo ficará em trevas.
Portanto, tenha cuidado para que a luz que está em você não sejam trevas.
Pois, se todo o seu corpo for luminoso, sem ter qualquer parte em trevas, será todo resplandecente como a lamparina quando ilumina você em plena luz."

Com estes versos e várias outras passagens podemos ver que a condição do homem após a regeneração apregoada pelo evangelho volta a ser como a de Adam antes da queda, ou seja a de ser luz, filhos da luz, participantes e comunicantes da luz que em suma é a Palavra de D-us manifesta em cada ser regenerado que volta a estar em obediência ao Pai, pois assim como Adam ao respeitar toda a instrução (Torah) de D-us, ele manifestava à toda criação a imagem e semelhança de seu Criador, não atoa que David em seus Salmos e Shlomo em seus Provérbios aludem a instrução (Torah) como sendo lâmpada e luz para não deixar os pés vacilarem em meio as trevas.
Provérbios 6:20-23:"Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe; ata-os perpetuamente ao teu coração, pendura-os ao pescoço. Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo. Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida;"
Salmos 119:105 "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos."
Pedro em uma de suas cartas falando da Palavra que traz o conhecimento de Yeshua como Senhor e Salvador, o Messias aguardado, alega que tal revelação amparada na palavra dos profetas traz segurança, agindo como luz que vai iluminando a cada vida regenerada até que a plenitude desta iluminação seja alcançada no íntimo, ou seja, no coração de cada indivíduo e assim dissipando toda as trevas.
2 Pedro 1:19 "Assim, temos ainda mais segura a palavra dos profetas, e vocês fazem bem em dar atenção a ela, como a uma luz que brilha em lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça no coração de vocês."
As ligações que temos pretendido criar até então é que o homem em obediência ao Criador é luz, pois reflete, comunica a essência (imagem e semelhança) do Criador, portanto o "Haja Luz" representa a criação do homem em perfeição, e mais tarde no intuito de fazer separação entre esta luz e as trevas das concupiscências dos olhos, da carne e soberba da vida é que D-us dá instruções, a primeira se referindo ao conhecimento do bem e do mal que se buscado por motivação errada, ego, soberba e orgulho traz apenas as trevas, ao ponto da luz que envolvia o homem e inibia a percepção de nudez se dissipar e o homem se esconder de seu Criador por vergonha.
No momento da queda D-us já faz a promessa de redenção onde o descendente da mulher (Luz) pisaria a cabeça da descendência da serpente (Trevas), Caim representando a descendência da serpente é advertido por D-us para dominar o seu desejo que já às portas para ser executado,  novamente a instrução de D-us serve como luz para dissipar as trevas, mas concretizando assim o pecado a descendência da mulher representado por Abel é morta e Caim sai da presença do Senhor indo para Node ao oriente do Èden, ou seja, as trevas se apartam da luz mais uma vez. Nos tempo de Enosh filho de Set (representantes da luz, descendência da mulher) o nome do Senhor volta a ser invocado, e logo aparecem os ditos Benei elohim (trevas) que forçam as mulheres (luz) e as corrompem, dando origem aos homens de renome da antiguidade os ditos "nefelim" os "caídos moralmente" e as trevas começam dominar a terra de tal maneira que não há outra alternativa senão um recomeço, mas sendo D-us justo, os representantes da luz como Metushelach (Matusalem), Chanoch (Enoque) e o próprio Noach (Noé) são levantados para pregarem por um período de tempo trazendo a instrução divina (luz) para admoestar e convencer os ímpios de seus maus caminhos, como podemos verificar na epístola de Judas.

Judas 1:14-15  "Foi a respeito deles que também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: “Eis que o Senhor vem com milhares de seus santos, para exercer juízo contra todos e para convencer todos os ímpios a respeito de todas as obras ímpias que praticaram e a respeito de todas as palavras insolentes que ímpios pecadores proferiram contra ele.”"

Concluímos portanto a nossa abordagem correlacionando o primeiro dia da criação com o primeiro milênio do homem, período que compreende a vida de Adam, onde nasceram nove gerações, ou seja de Adam até Lamek pai de Noach, período que demonstra a luz sendo criada na figura do homem a imagem e semelhança do Criador, que por meio da Palavra que é a verdadeira Luz gera a distinção entre luz e trevas, onde o homem é sempre alertado e instruído de como manter a luz da intimidade, fidelidade e obediência ao Criador para que não sucumba às trevas de seus próprios desejos, paixões e instintos que o levará a concretização de seus intentos dando forma ao pecado que o condena a se apartar da luz do Criador.


E é neste contexto de sucumbir aos desejos e se tornar escravo do pecado que ligamos tal período de forma alegórica ao cerne da festa de Pessach, pois lembramos assim do contexto que levou ao Egito o povo de Israel que era família daquele que tudo podia governar no reino, estando apenas abaixo do que se assenta no trono, Yossef assim como Adam recebe total autoridade para dominar, e por um período tudo em suas mãos prospera, mas com o tempo, o orgulho, soberba e inveja dos filhos das trevas tomam forma e a situação de autoridade e domínio se altera e a humanidade na figura de Adam assim como os filhos de Israel se tornam escravos e tudo parece perdido vem a promessa de redenção seja pela Arca, seja por Moshe o libertador, e assim do domínio à escravidão e da escravidão à redenção é que traçamos os paralelos do primeiro dia da criação com o primeiro milênio da humanidade e a primeira festa do Senhor.


Por Metushelach.

Comentários da Porção "No Princípio" - Parashat Ber'eshit - Ber'eshit 1:1- 6:8 - Parte 2

No Princípio
Gênesis 1:1 - 6:8 

Vamos analisar uma das traduções possíveis aos primeiros versos da Torah (Pentateuco): 
Ber'eshit (Gênesis) 1:1-2:
“Quando Elohim começou a criar os céus e a terra, esta era/estava sem conformação e inóspita, e a escuridão estava presente diante das profundas fontes aquáticas, e o sopro/imanação/espírito de Elohim pairava acima diante das águas.”
Ao termos tal tradução que é possível e plausível podemos pontuar a criação relatada como o centro da ação divina e não como uma poeira cósmica perdida na imensidão do hipotético universo Newtoniano-Eisteiniano, onde somos apenas um planeta entre "nove ou oito" de um sistema solar, que é um em milhares dentro da via láctea quem é uma em milhões de outras galáxias no universo que é um entre diversos, em um hipotético multi-verso da loucura ligado por buracos de minhoca, ou vórtices quânticos. 

Mas voltemos à análise textual da criação central do relato de Gênesis:
A terra ao começar ser criada por Elohim se encontrava num estado de תֹהוּ "tohu" ou seja sem conformação, sem definição de forma podendo estar conforme a figura abaixo em níveis liquefeitos da matéria pela alta temperatura dos elementos, ou ainda em um estado de caos à níveis atômicos quânticos ou moleculares químicos, consequentemente ainda sem adequação de bioma e é neste sentido que ela é chamada de בֹהוּ "bohu" ou seja inóspita, sem condições de vida e portanto vazia.

תֹהוּ וָבֹהוּ = Torú VaBohú
Neste quadro de imensa agitação, convulsão dos elementos é apresentada a condição de חֹשֶׁךְ "Choshech" ou seja escuridão, termo usado em Êxodo 10:21-22 para indicar não apenas uma ausência de luz e sim um matéria palpável que enegrecia a vista, onde podemos conjecturar ser algo próximo a uma camada expeça de alcatrão betuminoso resultante das altas temperaturas que sublima elementos sólidos para gasosos, juntando tal situação aos detritos e sedimentos em dispersão na atmosfera que em ligação a gases e elementos pesados formavam uma densa cortina palpável que bloquearia qualquer tipo de iluminação cósmica diante da superfície das águas das profundezas.
Parafraseando o texto podemos dizer: O Criador ao começar a definir a massa gasosa atmosférica e a massa sólida da terra, e a mesma se encontrando ainda em temperaturas elevadíssimas de sua superfície com alguns dos elementos liquefeitos sem estabilidade e desformes, e com uma camada palpável de "escuridão", é neste instante que a “emanação energética divina” (Ruach Elohim), começa a colocar ordem nas coisas, o sopro divino que dá vida e energia motriz se utiliza das águas para resfriar a superfície terrestre, neste processo os vapores dissipam os elementos pesados da atmosfera, gerando equilíbrio e ordem onde havia caos, propiciando portanto um ambiente menos hostil e inóspito para a vida.

Na escuridão das fontes mais profundas das águas
o poder que gera vida começou a se mover.

Até aqui tivemos a "relva" do entendimento, ou seja o nível Peshat de interpretação que leva em consideração a literalidade e objetividade da informação do texto. 

Poderíamos acrescentar agora as "dicas", ou seja o nível Remez de interpretação que nos levaria aos comparativos textuais, entendimentos alegóricos como pro exemplo os textos de Salmos, Provérbios ou Jó que poeticamente ou alegoricamente retratam a criação mas veremos aqui o texto de Jeremias 4:22-28:
"Deveras, o meu povo está louco, já não me conhece; são filhos néscios e não inteligentes; são sábios para o mal e não sabem fazer o bem.
Olhei para a terra, e ei-la sem forma e vazia; para os céus, e não tinham luz.
Olhei para os montes, e eis que tremiam, e todos os outeiros estremeciam.
Olhei, e eis que não havia homem nenhum, e todas as aves dos céus haviam fugido.
Olhei ainda, e eis que a terra fértil era um deserto, e todas as suas cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira. Pois assim diz o Senhor: Toda a terra será assolada; porém não a consumirei de todo. Por isso, a terra pranteará, e os céus acima se enegrecerão; porque falei, resolvi e não me arrependo, nem me retrato."
Tal texto se utiliza da linguagem da criação como "dica"para demonstrar a desolação de Israel, ao ter se afastado de D-us e suas orientações, se tornando em terra seca, um deserto sem forma e vazia, sem luz.

A Haftará ( Textos dos Profetas ou escritos) neste caso em Isaías 42:5 - 43:10, tem o mesmo sentido comparativo de Jeremias mas com o todo da porção de Ber'eshit, e assim vai além da "dica" ( Nível Remez) e começa a introduzir o "estudo comparativo" ou seja, o nível Drash de entendimento quando partimos da comparação textual para chegarmos à "Moral" da história, e assim retornamos ao texto inicial com um sentido mais profundo, complexo e pertinente, senão vejamos:
Ber'eshit 1:2 " A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de D-us pairava por sobre as águas."
A terra ou o pó da terra pode ser identificado com o homem (Gn. 3:19 e Sl. 103:14), que em seu estado natural pós queda, por estar imerso em paixões, instintos e pecado está destituído da Glória de D-us (Rm. 3:23), e portanto combalido sem conformação, sem forma, necessitando preencher o vazio ou o estado inóspito de sua alma, que neste estágio se encontra nas mais profundas trevas, e tal situação só ganha conformidade, organização e acalento pelas águas da Palavra, que ao ser ouvida produz fé (Rm. 10:17), fé esta que é ação do convencimento trazido pelo mover do Espírito de D-us, ou seja, um presente, um dom de D-us (Ef. 2:8).

E por fim podemos conjecturar seja por "iluminação mística", ação da Ruach ou seja lá o que se alegue para se chegar a tais "revelações", que tal texto pode trazer o segredo, "sód" do fim dos tempos, onde a terra será arrasada com seus elementos abrasados (2 Pd. 3:12) pela Ira de D-us, que pelas trevas do mal no coração dos rebeldes que forma o reino da besta que se levanta do abismo (Ap. 17:8), trará a ação do seu Espírito nas duas testemunhas finais (Ap. 11:3-7) que serão dois povos, um mar, muitas águas de pessoas para que elas tragam através de seus testemunhos e profecias o som das trombetas e o derramar dos cálices de D-us sobre o mal, e assim adentrarmos no reino messiânico já não mais em caos mas sim em retidão e justiça ou seja com tudo preenchido e não vazio, conformado e adequado e não mais sem forma.    


Por Metushelach Cohen
Informações baseadas nos diversos Midrashim de nossos sábios e algumas citações diretas dos comentários da Torá-Lei de Moisés da Editora Sêfer - Jairo Fridlin - 2001 e da Torá Viva da Editora Maayanot - Rav Aryeh Kaplan - 2013.

Nota: Os apóstrofos ( ' ) utilizados nas transliterações dos termos hebraicos servem para indicar que a próxima letra é gutural como nos casos das letras alef e aiyn, portanto a pronúncia terá que guturalizar as vogais, ou seja formar o som da vogal no fundo da garganta.
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