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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Romanos 7 - Um breve comentário - versos de 1 à 7

Este breve comentário sobre o capítulo 7 da Carta aos Romanos tem como objetivo devolver a judaicidade à Paulo e aos seus escritos, mostrando que o pensamento paulino está contextualizado à cultura e ao modo de vida dos judeus do primeiro século, bem como revelar toda a formação Rabinica Farisaica que Paulo possuia e que se valeu para transmitir de maneira impar toda a essência e sabedoria do seu entendimento das Boas Novas.


 
Romanos 7 nos mostra o Papel da Ketubáh
O Contrato de Casamento
que rege uma Relação Matrimonial
Romanos

7.1 Porventura, ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem toda a sua vida?
Comentário: Paulo começa com uma pergunta direcionada não a qualquer ouvinte, mas sim aos que ele delimita como aos que conhecem, entendem a lei. Nesta passagem o termo lei, nomos em grego, não é uma referência especifica à Toráh, poderia ser sim, como também poderia ser à qualquer lei pois qualquer norma, regra e determinação legal somente tem validade para aqueles que a possam cumpri-la, sendo assim se excetua (exclui) os mortos. (Referência pertinente ao contexto artigos 4° e 6° da Código Civil Brasileiro).
Portanto a Lei referenciada segundo o contexto da Carta aos Romanos como um todo bem como especificamente os capítulos posteriores podemos delimitá-la como sendo a Lei Conjugal, Matrimonial.

7.2 Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal.
C: Aqui comprovamos o que dissemos no comentário anterior no tocante à Lei Conjugal, esta Lei especifica contida na Toráh se utiliza de uma Ketubáh, isto é um Contrato de Casamento que rege a vida matrimonial onde os cônjuges tem obrigações mútuas um para com outro que somente se extingue na ocasião da morte de um deles.
Vemos aqui uma analogia em relação ao estado do homem, conforme podemos ver no capítulo 6 de Romanos onde o homem é casado com o pecado, e a Ketubáh, o contrato de casamento que nada mais é que a Torah rege que o homem uma vez casado com o pecado estará ligado a ele até a morte, e o remédio receitado no capítulo 6 para livrar o homem deste casamento condenatório é a morte, mas não a morte natural mas sim a morte para a velha vida, simbolizada no ato do Batismo, onde os que crêem, morrem com Mashiach (Cristo) para que possam ressuscitar com Ele, em novidade de vida.

7.3 De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias.
C: Vemos aqui novamente a necessidade da morte para o fim do casamento para que não haja adultério, vemos algo análogo em Lucas 16:13, no caso da impossibilidade de se servir a dois senhores.
Na rito representativo e figurativo do Batismo ocorre o que é necessário para o fim do casamento do homem com o pecado, ocorre a morte do homem, mas assim como no Batismo que o homem sai das águas, espiritualmente o homem ressuscita, agora não mais nascendo da carne e vontade dos homens mas nascendo do Espírito por vontade de D-us, desta maneira o homem não tem mais a natureza pecaminosa e se equipara a Yeshua o Mashiach que sem a inclinação ao mal (Yetzer Hará), pode vencer o pecado.
Mas agora morto para o pecado (Rom. 6:6-10), e renascido em novidade de vida, o homem pode escolher se casar novamente; Com quem ele deve escolher se casar?... Não é com a Lei, a Toráh, (que é o erro da maioria dos cristãos ao entender esta passagem), o homem pode escolher se casar novamente com o Pecado ou agora se casar com Yeshua (Apoc. 19:6-9).
Quanto ele escolhe se casar com Yeshua, é estabelecido novamente um Contrato de Casamento uma Ketubáh, assim como D-us estabeleceu uma Ketubáh no Sinai para desposar o seu povo (Jer. 30:32), e o povo escolheu o Bezerro de Ouro, agora o homem novamente recebe a oportunidade de aceitar o contrato de casamento que rege a vida matrimonial através da Torah impressa em seu coração e escrita em sua mente, conforme a promessa vaticinada em (Jeremias 30:31-34) e reafirmada em Hebreus 8:8-11, e esta que é a Nova Aliança, isto é, o novo casamento, onde o homem livre do seu antigo marido, o pecado, por meio da morte com Cristo, pode “trocar alianças” com o seu novo Noivo, a saber Yeshua, e este casamento tem um contrato pré estabelecido que regerá a vida conjugal de ambos, e este contrato que na cultura judaica é chamado de Ketubáh, nada mais é que a Toráh, as instruções de D-us para a manutenção do homem (Deut. 30:11-20).

7.4 Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para D-us.
C: Aqui vemos o ponto de ligação principal entre a narrativa do Capítulo 6 e a deste Capítulo respaldando tudo o que comentamos anteriormente.
No fim do versículo vemos o motivo de sermos alcançados pela graça de D-us para que em novidade de vida possamos frutificarmos, passagem análoga a Mateus 13 na parábola do semeador e de João 15:1-8, e em Efésios 2 também vemos esta mesma ordem de fatos onde o homem casado e servindo ao pecado é chamado pela graça de D-us para que em novidade de vida produza as boas obras, ou aqui os frutos, então vemos que a obediência ao contrato de casamento, que é a Ketubah símbolo da Torah é na realidade as boas obras, que no contexto de Efésios não salva ninguém mas é a marca, o sinal, a insígnia de quem é salvo, pois a fé sem obras é morta conforme Tiago 2, então vemos a integração contextualizada de que as boas obras não salva, mas o salvo possui boas obras como marca característica de ser ele uma nova criatura nascida de D-us.
Outro ponto importante a se frisar aqui seria a questão do que seria morrer relativamente à lei, (novamente tento explicar o erro que muitos cristãos que converso, comentem aqui neste ponto, afirmo que morremos para aspectos da Lei e não no sentido que morrendo com Cristo somos desobrigados de qualquer e todo direcionamento que a Toráh pode nos propor.) Primeiro é que a Lei aqui contextualizada se refere primeiramente a Lei Conjugal como já pudemos observar anteriormente, pois logo na continuação do versículos vemos o motivo de termos que morrer, que é para que possamos pertencer a outro, a saber, Yeshua.
Mas há outros aspectos da Lei para qual morremos quando aceitamos o sacrifico do Mashiach para limpeza de nosso pecados e assim sermos alcançados pela graça de D-us, e um dos aspectos é o da maldição, penalidade e castigo aplicados aos que desobedecem à Lei, outro aspecto é a capacidade de gerar nos que desobedecem o sentimento de culpa irremediável, e o ultimo e mais complexo aspecto é a da capacidade de despertar o pecado no não salvo conforme discorrido por Shaul (Paulo) principalmente no versículo 7 e nos posteriores.

7.5 Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte.
C: No não regenerado o pecado que é o seu marido e senhor opera em seus membros através da Lei a frutificação para morte, em contra-posição ao regenerado que ao se casar com Yeshua, de posse de sua nova natureza que agora é a de filho de D-us, tem por incumbência frutificar para D-us (Vers. 4), e este frutificar nada mais é que a obediência por amor e gratidão à D-us, assim é gerada as boas obras na vida dos salvos, não para mérito e por vontade do salvo mais por ele possuir a inclinação ao Espírito (Rom. 8:6-9) e assim o Senhor pode gerar nele tanto o querer como o efetuar estas boas obras (Filipenses 2.13-15), e estas boas obras como visitar os órfão e as viúvas em suas necessidades e se guardar da corrupção do mundo (conforme Tiago 1:27), que é a verdadeira e pura religião.
Shaul ao se utilizar da palavra carne (sarx no grego), ele não se referiu somente ao corpo físico, mas a todos os pensamentos, emoções e desejos físicos que compreendem a natureza humana, e especialmente a natureza humana como é encontrada em pessoas antes de serem alcançadas pela graça. Em 1 Cor. 5:17
Shaul diz: “ Se alguém estiver unido ao Mashiach, é uma nova criação”, ou seja essa pessoa tem uma segunda e nova natureza humana controlado pela Ruach HaKodesh (Espírito Santo). A velha natureza morreu com Yeshua (Rom.6:5); e pelo poder da Ruach, ela continuará morta, nada devemos a ela, no sentido de que deveríamos obedecer às suas paixões pervertidas e equivocadas (Rom. 8:1-13). Pelo contrário, uma vez que estamos unidos a Yeshua, devemos a D-us obediência aos seus desejos e ordens.

7.6 Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra.
C: Caducidade, em direito, é o estado a que chega todo o ato jurídico tornando-se ineficaz em conseqüência de evento surgido posteriormente. É o estado daquilo que se perdeu valia, tida, até então, antes que algo acontecesse.
Vimos na explicação acima que algo precisa acontecer para que a lei se torne caduca, então o que aconteceu? Pelo contexto de Romanos 6 e 7, o que aconteceu foi a morte, e pelo que vimos nos versículos 2 e 3, a lei continua sendo a conjugal, portanto se concluir que a lei conjugal que fazia o homem casado com o pecado caducou pelo fato de o homem ter morrido, assim o homem que morreu não fisicamente mais transcendentalmente e ressuscitou pode agora casar em novidade de espírito com um novo Noivo, e não mais estar ligado pela Lei Conjugal, já caducada pela morte, com o seu antigo marido o pecado.
Uma vez que Yeshua sofreu o castigo por nossa desobediência a Toráh, fomos libertos (Katargeo em grego como no Vers.2) de como já dissemos anteriormente do aspecto de penalidade e morte imposto pela Toráh, e é este aspecto que leva os não regenerados como cita no Vers. 5 a produzirem frutos para morte.
Relembrando os aspectos da Lei que comentamos no versículo 4, aqui eles também se encaixam pois se morremos com Cristo, fomos libertos (1) do aspecto da Lei que nos criava a propensão para recorrer a uma estrutura legalista corrompida para nossa pretensa auto-justificação, digo pretensa pois a Toráh nunca foi dada para justificação mas sim para a Vida. Fomos libertos (2) do aspecto da Lei que nos gerava o sentimento de culpa irremediáveis resultantes da desobediência, mas que agora encontramos o remédio que é a confiança definitiva na expiação final de Yeshua pelo pecado (Rom. 3:21-23), seguida por uma constante confissão e arrependimento dos pecados (1 João 1:9-2:2) junto com a restauração do que foi prejudicado e a dependência do poder da Ruach HaKodesh (Espírito Santo) (Rom. 7:25-8:39). Fomos Libertos (3) das penalidades e maldições aplicadas ao que desobedecem a Toráh, como conseqüência de nossa libertação destes aspectos da Lei que produziam os frutos para a morte, servimos agora de uma nova forma, provida pelo Espírito, que escreveu a Toráh em nosso coração conforme já citamos (Jeremias 30:31-34) e reafirmada em (Hebreus 8:8-11 e 10:15-22) e uma alusão a (Ezequiel 36:26-27), e não do antigo jeito de seguir exteriormente a letra da lei, compare Rom. 2:29 e 2 Cor. 3:6.

É evidente que, se a Toráh foi escrita nos corações dos regenerados, eles não estão libertos da Toráh, mas sim dos aspectos que geravam os frutos para morte quando eles não eram ainda regenerados.

7.7 Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás.
C: Aqui podemos ver Shaul (Paulo) delimitando um dos aspectos da Lei que gera os frutos para a morte nos não regenerados conforme apontamos no comentário final do versículo 4. Esse aspecto da Toráh tem a capacidade de fazer os não regenerados pecarem conforme notamos nas passagens de Romanos 2:18; 3:20; 5:13 e 20, mas esta capacidade não é uma falha da Toráh, mas é uma falha em nós mesmos. Uma pessoa saudável se sai bem em um ambiente fatal para alguém que está doente, de igual modo a Toráh, é benéfica para os regenerados que vivem pela fé, mais é um instrumento de morte para aqueles controlados por sua natureza pecaminosa, ou digamos ainda casados com o pecado. A falha em nós mesmos é que temos uma propensão pecaminosa ((Yetzer Hará) conforme Rom. 5:12-21) para usarmos indevidamente a Toráh, transformando-a em uma estrutura de legalismo, e não no que ela é, uma estrutura de graça (Rom. 6:14-15; 8:2).
“Não Cobiçarás”. o décimo mandamento (Ex. 20:14(17); Deut. 5:18 e plenificado por Yeshua em Mat. 5:22, pode ser violado sem um ato externo: alimentar a inveja no coração já é pecado. Portanto, este exemplo é bem apropriado para provar que a Toráh não pode ser interpretada como um conjunto de regras de comportamento a serem seguidas mecanicamente, de modo legalista, somente pela letra, no entanto os regenerados por terem sua nova natureza inclinada ao Espírito, interpretarão a Toráh de modo espiritual (Rom. 7:14) e não pela letra (2 Cor 3:6), aplicando a essência de seus ensinamentos e instrução que trazem vida (Deut. 30:11-20).

10 comentários:

  1. Shalom Metushelach,

    O Rabino Shaul (Paulo) é a pessoa mais mau interpretada na bíblia. Isso porque as pessoas fazem uma salada muito grande com os escritos do apostolo.
    Para compreender as cartas paulinas é necessário mergulhar de cabeça no contexto bíblico e no contexto histórico.
    Até mesmo Pedro e alguns discípulos tiveram muita dificuldade em entender Paulo.
    Precisamos entender que Paulo além de muito sábio, pois como rabino estudou como o grande Gamaliel, também foi uma pessoa muito usada pelo o Espirito do Eterno em sabedoria.

    a respeito disso Pedro escreveu:

    2Pe 3:15 e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada;
    2Pe 3:16 como faz também em todas as suas epístolas, nelas falando acerca destas coisas, mas quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria perdição.
    2Pe 3:17 Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que pelo engano dos homens perversos sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza;
    2Pe 3:18 antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como até o dia da eternidade.

    Então Chaver,

    O rabino Paulo diz na carta aos romanos cap 7 que a Torah nos serve de orientação enquanto estamos vivos neste mundo.
    A Lei (Torah) é o referencial para saber o que é certo e errado. Através da Torah conhecemos o pecado, ao mesmo tempo, através da obediência a Torah podemos nos aproximar do Eterno.
    Em todo caso a Torah é um divisor de águas na vida de salvo. De modo que a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom

    Mas, do contrário...
    A Torah é maldição para aqueles que andam em desobediência a lei do Eterno. Assim sabemos que a lei é espiritual; mas nós somos carnais, vendidos sob o pecado.
    Assim diz o apostolo: Pois o que faço, não o entendo; porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço.
    Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?
    giliardi.rodrigues

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  2. Phariseu, agradeço a bela contribuição.

    Fique na Shalom de Yeshua.

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  3. Olá Voces estão localizados aonde?

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  4. Renato,
    Nós aqui do Blog, nos localizamos um cada lugar do País, eu o Metushelach mora em Florianópolis, O Mashmid mora em São Paulo e o Giliardi Phariseu mora em Belo Horizonte.

    Renato agradecemos a sua participações, mas comente, dê sua opinião sobre as postagens, faça perguntas, pois é isso que nos dá motivação para escrevermos mais e mais.

    Fique na Shalom de Yeshua HaMashiach.

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    1. SHALOM!!, O MASHIMID tem blog tbm? e o chaver GILIARDI ?....

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  5. Com a graca de D-us, tenho a incumbencia de coordenar um Estudo Biblico e estamos estudando a carta de Shaul aos Romanos. Hoje, exatamente estaremos estudando o capitulo 7. Quero agradecer pela bela explanacao que muito me ajudou. D-us o abencoe e embora sendo crista, brasileira, sou judia de alma e coracao, Amo povo judeu e a terra de Israel, que tive o grande privilegio de conhecer. Shalom Adonai

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    Respostas
    1. Marly,

      Agradecemos a D-us, Bendito Seja Ele, por termos podido ser uteis ao estudo das Santas Escrituras.

      E agradecemos as suas palavras e sua participação e fique a vontade para críticas, dúvidas, indagações e principalmente para simplesmente comentar.

      Fique na Shalom que emana de Yeshua HaMashiach.

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    2. LO CHAVER!!!, nos e que somos gratos por sabermos que O ETERNO, tem te usado para nos alimentar com a VIDA!!(escrituras)...TODA RABA!!!

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  6. Bom dia, gostei muito de suas postagens e estudos! Poderia nos trazer um estudo sobre Hebreu cap. 7 e cap.8?

    Shalom,
    Kastro Domingues

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