ANÁLISE DO LIVRO DO PROFETA JOEL
Joel 1:5 "Despertai-vos, bêbados, e chorai; uivai, todos os bebedores de vinho,por causa do vinho doce; pois está ele tirado da vossa boca."
Podemos fazer duas
ponderações sobre este verso, primeiro é que a retirada do vinho
além de alertar literalmente sobre a destruição das vinhas está
apontando para um período futuro de tristeza, amargura
consideráveis, pois o fruto da vide, ou o vinho é símbolo de festa
e alegria entre o povo de Israel, o segundo ponto é conclamação
para que os bêbados despertem, se arrependam em súplicas e
constrição de coração, mas a referência à bêbados aqui pode
conforme admoestações de outros profetas estar se referindo à
conduta relapsa e desleixada de Israel para com o relacionamento
firmado e pactuado com D-us, como que se o povo estivesse com as
vistas turvadas e os sentidos amortecidos pelas transgressões e até
mesmo pela mecanicidade dos ritos usados para o serviço para com
D-us, vemos em Isaías palavras que apontam para esta perspectiva:
Isaías 29:9-14: “Fiquem espantados e continuem assim! Fiquem cegos e continuem sem ver! Eles estão bêbados, mas não de vinho; andam cambaleando, mas não por causa de bebida forte.Porque o Senhor derramou sobre vocês o espírito de profundo sono; ele fechou os olhos de vocês, que são os profetas, e cobriu a cabeça de vocês, que são os videntes.
Para vocês, toda visão já se tornou como as palavras de um livro selado. Se derem o livro a alguém que sabe ler, dizendo: “Leia isto, por favor”, ele responderá: “Não posso, porque está selado.”
E, se derem o livro a quem não sabe ler, dizendo: “Leia isto, por favor”, ele responderá: “Não sei ler.” O Senhor disse: “Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos ensinados por homens, continuarei a fazer obra maravilhosa no meio deste povo. Sim, farei obra maravilhosa e um prodígio, de maneira que a sabedoria dos seus sábios será destruída, e o entendimento dos seus entendidos desaparecerá.” ”
Pelo contexto vemos que
a postura errada do povo que foi chamado para ser luz para as nações,
faz com o próprio D-us faça para com eles o que fez com Faraó, não
que D-us propriamente endureça o coração de alguém para que o
livre arbítrio desta pessoa seja questionado tornando o futuro
julgamento injusto, mas que o coração já desviado faz com que o
Senhor se afaste, e ao se afastar a ação que convence da justiça,
do juízo e do pecado deixa de atuar e o indivíduo irá de mal a
pior, dado ao erro e ao engano de seu próprio coração, e é neste
sentido que podemos entender até mesmo a operação do erro em 2ª
Tessalonicenses 2:10-12:
“E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso D-us lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira;
Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade.”
Yeshua também toca no
assunto em Mateus 13:13-15:
“Por isso, lhes falo por parábolas, porque eles, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem, nem compreendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis e, vendo, vereis, mas não percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviu de mau grado com seus ouvidos e fechou os olhos, para que não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e compreenda com o coração, e se converta, e eu o cure”.
Em resumo este verso está
alertando todo o povo de coração desviado da nação de Israel, que
se alegra no vinho do seu entorpecimento, que este tempo de desvio e
falsa alegria chegará ao fim pela assolação que destruirá a vide
e os seus frutos, ou seja, a vida dissoluta e seus maus frutos, então
ouçam, despertai de vosso sono e se arrependam.
Joel 1:6-7: "Pois sobre a minha terra é vinda uma nação forte e inumerável;
os seus dentes são os dentes dum leão, e tem os queixais duma leoa. Fez da minha vide uma assolação, tirou a casca à minha figueira;
despiu-a toda e lançou-a por terra; os seus ramos fizeram-se
brancos."
Nestes versos ainda na
literalidade contextual o termo nação se aplica aos gafanhotos que
fortes e num enxame que não se pode numerar tem seus dentes e a
força de suas mandíbulas comparadas à força e voracidade dos
leões, e como explicado anteriormente sobre o termo Gazam "גָּזָם"
é neste estágio que os gafanhotos já sem vegetação para se
alimentar ataca as cascas das árvores, deixando-as despidas de
proteção causando o esbranquecimento dos galhos.
Partindo do literal
para o profético temos este estágio de desenvolvimento do gafanhoto גָּזָם, como já explanado,
ligando-se ao Império Assírio que com voracidade atacou tanto a
videira, ou seja, o Reino do Norte como também à figueira, o Reino
do Sul, e quando há descrição da Oliveira se trata do conjunto das
duas Casas de Israel unidas.
Notemos que a a vide,
Reino do Norte foi o primeiro a ser atacado e se tornou em assolação,
não sobrando nada do Reino, e a figueira não foi inteiramente
devastada, primeiro teve suas cascas atacadas ou seja as cidades de
fronteira do Reino do Sul, como primeira linha de defesa foram uma a
uma destroçadas, e assim a vias de abastecimento, que seriam as
raízes e caules de transporte de nutrientes foram lançadas por
terra, e as cidades em torno e de proteção de Jerusalém pouco a
pouco foram se esbranquecendo sem alimentos que não mais poderiam
chegar dos campos, e por fim sobrou somente a capital que fortificada
por altos muros e pela proteção do Senhor resistiu aos ataques por
longos 15 anos no reinado de Ezequias.
Escatologicamente
podemos ver o reino da besta que tem boca de leão (Ap. 13:2)
atacando novamente ao eleitos, e até mesmo uma das trombetas fazendo ligação
tanto ao ataque de gafanhotos como que tendo dentes de leão:
Apocalipse 9:7-8: “ E o aspecto dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre a sua cabeça havia umas como coroas semelhantes ao ouro; e o seu rosto era como rosto de homem. E tinham cabelos como cabelos de mulher, e os seus dentes eram como de leão.”
Mais uma vez notemos que as palavras dos profetas possuem a literalidade apontando para um acontecimento próximo ao profeta, como também algo profético para um futuro próximo àquela geração como também um reflexo escatológico, ou seja, para o tempo de fim.
Por Metushelach Cohen.
Estou gostando de sua matéria. D-us te abençoe
ResponderExcluir